18 de 2018: Rap no Brasil

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O rap é a cena e o gênero musical mais importante no Brasil hoje – e não apenas em 2018. A safra que floresceu com o fim da geração underground no início da década – que colocou Emicida e Criolo nos patamares em que ambos se encontram atualmente – já foi ultrapassada e o complexo gangsta que dominava a cena foi superado até mesmo pelos Racionais, que injetaram esta sensação na versão brasileira da cultura hip hop, no fim do século passado. Hoje vivemos uma realidade que sai inclusive de São Paulo, antes centro do rap no Brasil, para buscar novos nomes em outras cidades, estados e regiões.

O que torna o rap tão importante, deixando para trás gêneros mais populares e numerosos como o funk e o sertanejo, é a consciência de classe, tanto por parte de seus artistas quanto de seu público. Todos sabem seus papéis e porque estão ali, respeitam os ancestrais para vislumbrar um futuro tão utópico quanto aceito e materializável, algo inédito na cultura negra do Brasil. Há, claro, marketing e hype, mas não apenas isso. É uma expansão de consciência que transcende modismos como o cypher, o rap acústico ou o trap e junta uma massa de fãs ao redor de nomes que ainda não chegaram ao mainstream, como BK’, Baco Exu do Blues, Diomedes Chinaski, Djonga e Don L, mas que já carregam milhares de fãs aos shows e fazem dezenas de milhares de pessoas em todo o país prestar atenção em suas palavras. Já não são apenas cronistas como os rappers da geração anterior e partem para uma narrativa própria, inventando os próprios discurso e contexto para se transformar em super-heróis da vida real, empresários das próprias carreiras, contadores das próprias histórias. Os shows de rap que pude fazer no CCSP este ano mostraram que o público já entendeu esta mudança e que está junto desta nova cena para o que der e vier.

2019 é o ano em que esta safra vai para as cabeças e torna-se realmente comercial. Vai ser bem interessante ver isso acontecer à luz dos acontecimentos que enfrentaremos durante o ano…

18 de 2018: Paula Santisteban

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Paula Santisteban foi um presente que o Miranda deixou para me ajudar a reinventar meu futuro profissional. Último disco produzido por ele, o disco de estreia de Paula me foi passado pelo mestre para que eu ajudasse em seu lançamento, que aconteceu em setembro deste ano. Foi um dos assuntos que conversamos em nosso último telefonema e semanas depois estava à frente dela e de seu marido, guitarrista e diretor musical Edu Bologna, para pensarmos em como poderíamos trabalhar juntos. Paula queria uma consultoria, mas a descrição do trabalho que ela me passou ia muito além de um mero diagnóstico seguido de metas a serem atingidas, exigia um envolvimento criativo, que ela depois batizou de “direção artística”. Não me senti à vontade, uma vez que este também tinha sido o trabalho de Miranda ao produzir o disco e ela me esclareceu: “O Miranda dirigiu o disco, você vai dirigir o lançamento”. Conversamos sobre o conceito por trás do disco, qual tema que poderia permear esta estratégia, como ela conversava com as letras e músicas que eles tinham composto ao mesmo tempo em que apresentava o trabalho para pessoas que teriam interesse em seu trabalho. Durante o segundo semestre deste ano, ela fez a capa do disco com Bob Wolfenson, fechou contrato com a gravadora Warner, lançou o disco no Auditório Ibirapuera além de apresentar-se na Unibes Cultural e no Blue Note do Rio, com participações de nomes como Tiê, Nina Becker e Kassin. Dito assim parece que foi um processo simples, mas foram horas de discussão e longas reuniões, que se misturavam com papos sobre técnicas de gravação, feras do jazz, São Paulo, discos de vinil, entre cafés, bolos sem glúten e sorvetes. Questionamos padrões do mercado, conhecemos bambas de diferentes áreas, lançamentos o disco do jeito que ele merecia ser lançado e agora partimos para um 2019 que reforça as sementes plantadas durante este ano. Tudo sem pressa, bem feito, no seu tempo…

18 de 2018: Direção artística

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Há este desafio em minha frente. Quis o destino que eu começasse a lidar com shows para entender apresentações ao vivo como espetáculos únicos, obras que funcionam como um fim em si mesmo e cogitasse trabalhar nestes formatos juntos a artistas que, em outros tempos, só abririam seus processos (incluindo corações e mentes) quando tudo estivesse transformado em produto. Aos poucos venho acompanhando estes movimentos criativos dando palpites e sugerindo ideias, ouvindo conceitos ainda crus e ajudando bandas, intérpretes, compositores e músicos a darem passos rumo ao desconhecido. São conversas que começam em almoços e cafés e continuam no estúdio ou em passagens de som, passam por audições individuais e links trocados por wetransfer, longas DRs em áudios de whatsapp e enxurrada de referências para chegar a um único consenso. Funcionar como válvula de escape e câmara de eco para a criação alheia é parte do trabalho de curadoria, mas quando estas trocas são o ponto de partida da história, em vez de apenas reações a ideias já definidas, tudo fica mais fácil – inclusive a experimentação. A direção artística foi uma revelação inusitada de 2018 mas que afiou meu olhar para além do jornalismo na música – mas sem perdê-lo de vista – e me ocorreu quase simultaneamente entre o show Professor Duprat e o lançamento do disco de Paula Santisteban, ambos em setembro deste ano. E os dois são só os primeiros exemplos do que mostrarei mais em 2019.

18 de 2018: Trabalho Sujo

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Hora de recapitular este turbulento 2018 do meu ponto de vista, esta exegese individual à qual me submeto sempre no ocaso destes ciclos – ela que me acompanha sempre em caminhadas solitárias, em vários momentos de introspecção e quietude, que fica à espreita em encontros coletivos e quase sempre sai por escrito nas entrelinhas de um comentário de um disco, de um filme, de um livro ou em recapitulações de fim de ano quando a época propicia estes momentos de revisão pessoal num contexto maior – tal qual aqui. E começo estes 18 instantes sobre o meu 2018 apontando a lupa justamente para onde estamos eu e você, leitor – nossa conexão pessoal através de um site que criei como coluna de cultura pop num jornal de Campinas 23 anos atrás.

O Trabalho Sujo é meu nome jurídico, minha empresa, meu alter ego institucional, a roupa que visto fora de casa, a voz que sai depois do pigarro. E 2018 foi um ano de reavaliação do que significa este lugar, este ambiente mental que crio a partir de palavras para me conectar com você. Desde o início da década venho reavaliando o significado deste nome e testado-o em outras situações para além da internet, seja na festa que leva seu nome e que acaba de completar sete anos, seja com os cursos e curadorias de música que assumi a partir de, respectivamente, 2014 e 2017. Há quatro anos tirei o site de um contexto paralelo aos meus empregos oficiais para transformá-lo no principal foco de minha carreira, o veículo através pelo qual sou reconhecido. Já tive vários sobrenomes profissionais (Matias do Diário, do Correio, da Conrad, da Play, da Trama, do Trama Universitário, do Link, do Estadão, da Globo, da Galileu) e resolvi deixá-los no passado para centralizar minha produção neste site. A coexistência com o falecido Blog do Matias, que eu fazia no UOL, que morreu no fim do ano passado (bem como minha coluna Tudo Tanto, que afundou junto com a Caros Amigos), me ajudou a focar o site nos últimos anos em música – o que aos poucos foi ganhando forma de divulgação dos trabalhos em que tenho me envolvido.

2018 me mostrou que este site é a central em que reúno tudo que faço, não propriamente um veículo em si – embora ele também possa ser isso e através do qual siga escrevendo sobre assuntos que me interessam. Não é um fim em si mesmo, não tem media kit nem números de audiência, nem patrocinador nem dados sobre o público. Tirei deliberadamente o contador de likes das páginas e sua existência online deixou de ser a de um site sobre um determinado assunto – a não ser que você considere que este determinado assunto sou eu. Durante o ano – e justamente por isso -, ele foi mudando sua configuração estrutural e o menu de assuntos que fica entre o logotipo criado pelo Jairo em 2014 e as notícias em si não traz mais uma lista de temas ou categorias de determinados assuntos – e sim as áreas com as quais venho trabalhando para além da internet.

A foto que ilustra o texto (um selfie no espelho numa das Noites Trabalho Sujo que fiz no já falecido Clube V.U.) funciona como uma amostra do que foi 2018: um olhar para dentro em todas as situações, até mesmo numa festa que não deu certo. E serve como uma provocação a um convite pessoal que faço para mim mesmo em 2019: olhar para fora. Autobiógrafo que sou, hora de crescer para além deste site – mas ainda mantendo o nosso contato, mesmo que de outra forma: num show, numa aula, num papo, num encontro. Vamos lá – agora mais do que nunca.

18 de 2018: A arte do encontro

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Outra lição do ano passado repetida neste ano: sair para encontrar os amigos, olhar no olho, conversar de perto, ouvir o pulso do timbre da voz, deixar o texto, os vídeos, as fotos e os áudios para as mídias sociais e valorizar o contexto completo do contato com outra pessoa: um amigo, um parente, um ídolo, um conhecido, um broder. Se desconectar da realidade digital para reforçar o vínculo offline, mesmo que por apenas uma hora.

18 de 2018: Centro Cultural São Paulo

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Segundo ano que assino a curadoria de música do Centro Cultural São Paulo e aos poucos as coisas vão entrando nos trilhos. Depois de um ano entendendo a natureza do trabalho – do convite e contato com os artistas à burocracia das contratações, passando pelas partes técnicas, de comunicação e divulgação dos eventos e por questões internas do próprio CCSP -, encerro 2018 com a certeza de estar recuperando a importância deste espaço que é um dos principais pontos da vida cultural de São Paulo, fazendo a Sala Adoniran Barbosa assumir seu papel de palco nobre da cidade. Se em 2017 já percebia a formação de públicos em shows de diferentes gêneros musicais (a galera que vai sempre nos shows de rap, nos shows de rock, nos de música brasileira mais tradicional ou nos mais experimentais), em 2018 vi diferentes públicos arriscando shows em que normalmente não iriam. Algumas apresentações foram catárticas e exploraram a concentração de boas energias naquele cubo mágico, que é um lugar sobrenatural quando apinhado de gente e as pequenas multidões reunidas ao redor de nomes como Otto, Jaloo, Metá Metá, Rincon Sapiência, Don L, Anelis Assumpção, Maglore, Carne Doce, Baco Exu do Blues, Boogarins ou Black Alien, todos mostrando seus discos mais recentes, tornaram várias noites deste ano memoráveis, me vislumbrando a possibilidade do CCSP ser um palco tão próximo da cidade de São Paulo quanto o Circo Voador é da cidade do Rio de Janeiro.

Outros shows foram únicos, encontros de toda sorte e apresentações experimentais: Iara Rennó reunindo Maria Beraldo, Mariá Portugal, Ava Rocha e Alzira Espíndola para celebrar Macunaíma, Leandro Lehart recebendo todo o grupo Fundo de Quintal para uma catarse que começou apenas com sua voz e seu violão, Otto reduzindo sua formação a um trio e passeando solto pelo segundo andar da sala, Mariana Aydar colidindo seu forró com música eletrônica, Música de Selvagem conseguindo reunir Tim Bernardes, Sessa, Luiza Lian e Pedro Pastoriz pela primeira vez para fazer seu Volume Único ao vivo com todos os convidados, Deaf Kids e Test dividindo o palco no início de sua turnê, Letrux com Mãeana conduzindo um ritual místico feminino impecável, o Garage Fuzz tocando seus hits no formato acústico, o Gangrena Gasosa levando a sério seu terreiro death metal, o último show de Luiza Lian com seu Oyá: Tempo e Rincon Sapiência indo rumo ao reggae. Isso sem contar o Centro do Rock, que merece uma menção à parte.

Também tivemos celebrações da obra de lendas-vivas de nossa música, como Walter Franco, Cólera, Patife Band, Edgard Scandurra e Di Melo, apresentações internacionais (como as lendas-vivas do punk americano Ian Svenonious e Laura Jane Grace), belíssimos momentos de câmara (com Rômulo Fróes, Cacá Machado, Paulo Carvalho, Douglas Germano, Bolerinho, João Leão, Manu Maltez, Gui Amabis), o rap brasileiro deste século (Don L, Ogi, Elo da Corrente, Diomedes Chinaski, Baco Exu do Blues, Síntese, Kamau, Black Alien), novatos como Ana Frango Elétrico, Betina, Natália Matos, Joe Silhueta, Catavento, Miami Tiger, Terno Rei, Cosmo Grão, Cinnamon Tapes, Pedro Salomão, Edgar e Yma e parte da nata da atual produção musical brasileira (Maria Beraldo, Rodrigo Campos, Alessandra Leão, Glue Trip, Guizado, Rakta, Juliano Gauche, Garotas Suecas, M. Takara, Jair Naves, Nomade Orquestra). Isso sem contar eventos de grande porte, como o Women’s Music Event, a Virada Cultural, a Sim São Paulo, o Dia da Música e a Semana da Música Eletrônica – cada um destes com outras tantas de importantes apresentações ao vivo, trazendo, para aquele palco, nomes tão importantes quanto Flora Mattos, Filipe Catto, Getúlio Abelha, ÀTTØØXXÁ, Teto Preto, Tuyo, E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante e Vitor Araújo. Só dos shows que programei foram mais de uma centena de datas durante todo o ano – entre atrações gratuitas ou com a bilheteria revertida 100% para os artistas.

O ano terminou com o anúncio da saída de Cadão Volpato, diretor do CCSP que me trouxe para a curadoria de música, que passou de ídolo a compadre em pouco tempo. Lembro de ouvir sua banda, o Fellini, ainda em Brasília e, inspirados por vários de seus versos, tomar algumas decisões na vida – a maioria corriqueiras, outras nem tanto. Depois de começar a trabalhar como jornalista o entrevistei algumas vezes sobre sua banda e mais tarde seria a vez de ele me entrevistar em algumas participações no programa Metrópolis, da TV Cultura, onde trabalhou como apresentador. O convívio casual foi selado num show do próprio Fellini em 2016, quando vi sua banda ao vivo pela primeira vez, no último show que a banda fez. Quis o destino que este show acontecesse no próprio CCSP e que, um semestre depois, estaríamos eu e ele estreando na vida pública no próprio Centro Cultural São Paulo. A convivência rotineira tornou-se um aprendizado mútuo além de ter estreitado nossa amizade. Cadão parte para Nova York no início de 2019 mas sua partida felizmente não acarreta mudanças nas perspectivas para o CCSP em 2019. Aproveito este espaço para agradecê-lo em público por sua confiança e convivência.

18 de 2018: Centro da Terra

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A mudança mais perceptível na minha curadoria de música no Centro da Terra em 2018 foi o acréscimo das terças-feiras à programação que começou em 2017 apenas às segundas. Mas ao contrário da sessão já estabelecida – Segundamente, com suas quatro apresentações distintas -, a terça-feira não ganhou um nome e tinha uma característica mais fluida e menos radical que a proposta do início da semana. Assim, tivemos temporadas tradicionais, com um artista experimentando o mesmo repertório ou formações sem necessariamente mudar drasticamente entre uma semana e outra: Luedji Luna, Negro Leo, Tassia Reis, o Corte de Alzira Espíndola, Tika e Kika, Guizado, Gui Amabis, Mawaca e o Mdm Duo dos guitarristas do Hurtmold optaram por manter um repertório base e mexer – quando mexiam – nos convidados, azeitando experimentações sonoras que vinham testando sem necessariamente pensar em transformar o show em disco, valorizando mais o processo que um futuro produto final. A terça também abriu para shows únicos, opções de aprofundar apresentações tradicionais para um ambiente mais acolhedor, comunitário e introspectivo que vem sendo criado no pequeno teatro do Sumaré. Assim aconteceram as apresentações de Filipe Catto, do produtor Grassmass, do Redemunho de Mariá Portugal, da Papisa de Rita Oliva, dos Vermes do Limbo, da Nomade Orquestra, do Lux Aeterna de Fábio Golfetti, do Porcas e Borboletas, expandindo para além do música, adotando elementos cênicos à apresentação.

Se a lógica da segunda-feira invadiu algumas temporadas de terça – como a do Garotas Suecas -, o inverso também acabou influenciando as segundas-feiras. Rico Dalasam, Rakta, Metá Metá, Vítor Araújo e Universal Maurício Orchestra aproveitaram suas temporadas para criar uma experiência fechada, o espetáculo como um fim em si mesmo. A atmosfera criada ao redor daquele palco propicia momentos de reverência e êxtase que cala conversas paralelas – mesmo ao celular -, registros audiovisuais e coloca todos os espectadores imersos no que acontece durante a apresentação. Mas a lógica do Segundamente manteve-se aberta em temporadas plurais em que artistas como Edgard Scandurra, Larissa Conforto e Bárbara Eugenia pudessem explorar facetas distintas de sua própria musicalidade. Ainda exploramos, no susto, uma ideia que eu vinha acalentando de abrir espaço para um futuro próximo que foi a temporada Sem Palavras, que reuniu quatro apresentações de diferentes grupos instrumentais para abrir espaço também para a sonoridade além da canção no Centro da Terra.

A experiência de 2018 foi menos radical que a do ano anterior e é reconfortante perceber que o público já desfruta deste um desafio artístico e comercial abraçando tais experiências como se fizesse parte delas – como realmente faz. Por mais que o espectador apenas observe passivamente o que acontece no palco, o ritual criado a partir da apresentação ao vivo transcende o que músicos poderiam fazer no estúdio ou em salas de ensaio. A formalidade do espetáculo exige uma apreciação focada, em que a atenção e a audiência atingem um equilíbrio intenso entre o artista e o público. Todas as distrações do puro entretenimento – a balada, o xaveco, a bebida, as redes sociais – ficam em segundo plano nestes momentos em que prevalece o apreço pela arte. Foram 84 apresentações durante todo o ano que tornaram este sentimento palpável – e algumas noites, e temporadas inteiras, históricas. Aproveito para agradecer publicamente à Keren por esta oportunidade e aprendizado constante e mútuo. Tem sido uma senhora viagem!

2019 segue este fluxo – mas vamos ainda além. Prepare-se.