Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.

Julia Guedes: Vermelho e Sem Nome

Maior satisfação convidar Júlia Guedes para apresentar seu primeiro espetáculo totalmente autoral e primeira apresentação solo em São Paulo. Descendente de uma linhagem de músicos cujo expoente mais conhecido é seu avô Beto Guedes, a cantora, compositora, pianista e pintora antecipa as composições de seu primeiro álbum, que ainda está sendo gravado. No espetáculo Vermelho e Sem Nome ela vem acompanhada dos músicos da banda Terceira Margem – e Tommy Coelho, Bento Sarto, Cainã Mendonça e Theo Rathsam a ajudam a conduzir o público para este lugar ao mesmo tempo desafiador e reconfortante que ela traz em suas canções. A apresentação começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra.

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Wilco no Brasil!

O C6Fest do ano que vem na tá pra brincadeira e acaba de soltar para a coluna do Gilberto Almêndola, do Estadão, que o Wilco é a terceira atração anunciada do festival, que acontece em maio de 2025. A terceira vinda da banda de Jeff Tweedy para o país vem somar-se às vindas dos Pretenders e do Air (tocando o Moon Safari!) no mesmo evento, o que já torna o festival um dos grandes acontecimentos do ano que vem. E tem mais: dia 22 eles anunciam a programação completa, nos dois dias seguintes a pré-venda é aberta para os clientes do banco que patrocina o festival e dia 25 os ingressos são vendidos para todos. A coisa tá ficando séria…

Beatles por Scorsese

E o que era boato se confirmou: o filme sobre o ano em que os Beatles dominaram o mundo. Beatles ’64 será lançado no dia 29 de novembro no Disney+ e conta a história sobre como a chegada dos quatro ingleses aos Estados Unidos mudou a história do planeta. O filme tem a produção de Martin Scorsese e foi dirigido por um de seus pupilos, David Tedeschi, que foi o editor de vários filmes do mestre sobre música, como Rolling Thunder Revue sobre a infame turnê do Bob Dylan nos anos 70, George Harrison: Living in the Material World sobre o terceiro beatle mais famoso e Shine a Light sobre os Rolling Stones, além da série The Blues. O filme conta com imagens raras e inéditas, parte delas filmadas pelos documentaristas Albert e David Maysles, e cenas clássicas como o primeiro show da banda em Washington, suas aparições no programa de Ed Sullivan, suas entrevistas e entrevistas com fãs, todas restauradas em alta definição e com som restaurado e remixado por Giles Martin. filho do produtor da banda, George Martin. Nada de trailer por enquanto, vamos aguardar.

Agora só com o violão

Em sua segunda noite no Centro da Terra, Pélico seguiu despedaçando suas canções de forma crua e aberta. e depois de dissecá-las usando piano e violão na semana passada, desta vez optou apenas pelo violão, quando convidou Kaneo Ramos para acompanhá-lo. Seguiu um repertório parecido com o da outra noite, mas incluiu novas canções de sua lavra (como o pagode “Você Pensa Que Me Engana” e “Quem Me Viu, Quem Me Vê”), a novíssima “Nossos Erros” e mais uma versão, além de “Espelhos d’Água” que cantou pela primeira vez na segunda anterior, quando puxou a linda “Tudo Bem”, de Lulu Santos. O show ainda contou com uma aparição surpresa do capixaba Juliano Gauche, que está passando por São Paulo e foi convidado, na hora, pelo Pélico, para dividir sua “Cuspa, Maltrate, Ofenda” no palco. Uma noite linda e intensa como a primeira, só que outro viés instrumental.

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Vem aí o Bacuri dos Boogarins

Geral tava esperando, mas agora tá vindo: os Boogarins acabam de anunciar Bacuri, seu quinto álbum de inéditas ao mostrar a curta “Crescer”, que você escuta na íntegra abaixo. Não há informações sobre data de lançamento, o que significa que pode ser A QUALQUER MOMENTO.

Ouça abaixo:  

Mais Carne de Caju

E o tributo que o Mombojó fez ao mestre Alceu Valença no início do ano segue em movimento, quando o grupo pernambucano acrescenta não só uma mas duas novas músicas ao disco original – e uma delas lançada em primeira mão aqui no Trabalho Sujo. O hit “Coração Bobo” entra no repertório celebrado pelo grupo num clipe que marca a estreia do vocalista Felipe S na direção. Ele explica como essas novas músicas surgiram depois que o disco já estava pronto: “Queríamos estender um pouco a turnê para conseguir chegar a algumas cidades onde ainda não tocamos — já passamos por mais de vinte cidades, mas ainda faltam algumas pelas quais temos muito carinho, como Fortaleza e Salvador, e essas duas músicas já estavam no nosso setlist ao vivo, e achamos que seria uma forma de fortalecer essa circulação.” Além de “Coração Bobo”, a nova versão do disco Carne de Caju ainda conta com a regravação que o grupo fez para “Solidão”, fechando uma dezena de canções de Alceu celebradas pelo Mombojó. Sobre a possibilidade de um show conjunto com o mestre, o grupo não tem nada em perspectiva, mas cogita novas versões para o próximo Carnaval. “Seria uma felicidade imensa, mas estamos aproveitando este ano para trabalhar com calma em um novo álbum autoral, que deve sair apenas no segundo semestre de 2025.” As duas novas músicas entram nas plataformas digitais neste sábado dia 12, mas “Coração Bobo” pode ser ouvida anteriormente abaixo:  

Um fenômeno chamado Brat

Lost completou 20 anos há pouco tempo e de vez em quando alguém me pergunta se vale a pena rever a série. Eu digo que vale, ela segue boa, mas se você nao viu a série em 2004 em diante, você nunca terá noção de como ela foi boa. Lost encapsula um contexto que trabalha com várias camadas daquela nova contemporaneidade, que desconectava a TV da grade de programação fixa, abria margem para especulações sobre diferentes futuros para os personagens e transformava o público em analistas de narrativa. Elementos transmídia, pontos de vista contraditórios, erosão de gêneros, personagens aprofundados e enigmas que misturavam toda sorte de mitologia, politica, teorias da conspiração e questões espirituais levados ao mercado de massas. Se você nao viveu o tempo de Lost, uma boa comparação é o disco-fenômeno que Chali XCX lançou no meio desse ano (a versão de remixes que é a terceira encarnação de uma mesma obra) e se firma como o grande produto cultural de 2024. Brat tem tantas camadas que reúnem conceitos que são a cara do nosso tempo: discussões sobre relacionamentos, sobre o peso que a fama exerce na arte, a onipresença online, a manipulação da própria imagem, a separação entre vida e trabalho. Tudo isso envelopado numa dance music cabeçuda e pós-moderna, eletrônica séria equilibrada com refrães pop e ganchos grudentos que pouco vem desfilando um elenco de convidados que praticamente mapeia quem é quem na música pop deste ano. A nova versão do disco ousa ainda mais e estica a temporada Brat para além do verão no hemisfério norte. Ouvir esse disco daqui a 20 anos não vai dar a sensação de agora que sentimos hoje, enquanto ele pulsa cada vez mais. Um golpe e uma joia ao mesmo tempo.

Ouça abaixo:  

Lianne La Havas no Brasil de novo!

E quando você acha que o próximo mês de novembro não consegue melhorar em termos de show, eis que Lianne La Havas marca mais uma passagem pelo Brasil. A diva soul faz mais dois shows por aqui, tocando no dia 21 no Rio de Janeiro (no Circo Voador, ingressos à venda aqui) e no dia 24 em São Paulo (no Cine Joia, ingressos aqui). E quem foi no show que ela fez no início do ano passado no mesmo Cine Joia (tocando sozinha com sua guitarra e dois únicos convidados, Mestrinho e Pretinho da Serrinha) sabe do estrago emocional que essa mulher causa. Mas se você não foi, confira abaixo:  

Mais uma música do disco novo do Cure

E aos poucos o que era lenda vai ganhando forma: o Cure de Robert Smith lança mais uma música de seu novo álbum, Songs of a Lost World, e também apresenta o título e a ordem das músicas do disco que sairá no início de novembro. “A Fragile Thing” segue o tom denso e melancólico da primeira faixa do disco e faz aumentar a expectativa que talvez o novo álbum faça par com as obras-primas mais épicas do grupo, como Pornography, Disintegration e Bloodflowers. Ouça a música e veja o nome das novas faixas abaixo:  

Pretenders no Brasil!

Mais uma bola dentro do C6, que além do Air, também trará os Pretenders de Chrissie Hynde para sua programação do ano que vem, em maio. Quem anunciou foi a Monica Bergamo. Assisti à banda em 2018, quando eles abriram para o Phil Collins no estádio do Palmeiras e o show foi ótimo; Chrissie Hynde segue mandando bem, como de praxe.

Veja abaixo: