Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.

Mogwai no Circo Voador!

Vocês viram que vai ter show do Mogwai no Circo Voador? Só quem já viu um show do Mogwai e que já assistiu a um show no Circo Voador pode vislumbrar o ataque aos sentidos que pode ser essa apresentação. Acontece em plena quarta-feira, 5 de novembro, e os ingressos já estão à venda… Tô cogitando seriamente…

Mais Yo La Tengo no Brasil!

A Balaclava acaba de confirmar que o clássico grupo Yo La Tengo, que virá ao Brasil este ano como parte de seu festival anual (que acontece no dia 9 de novembro e ainda conta com Stereolab, Geordie Greep, Fcukers, Gab Ferreira, Jovens Ateus e Walfredo em Busca da Simbiose), fará mais um show em São Paulo quando apresenta–se em versão acústica e intimista no dia seguinte, dia 10, no Cine Joia. Quem comprou ingresso para o festival tem desconto para ir no show do Yola no dia seguinte – e os ingressos já estão à venda. Que notícia foda!

Butthole Surfers de volta aos palcos!

Uma das bandas mais importantes da cena independente dos anos 80 nos Estados Unidos também era uma de suas bandas mais perigosas. O grupo foi alvo de um dos melhores documentários sobre bandas de rock já feitos, o inacreditável The Hole Truth And Nothing Butt, lançado este ano, em que as histórias escabrosas do grupo são contadas por eles mesmos com sordidez e dor ao mesmo tempo em que o diretor Tom Stern faz o próprio grupo olhar para o abismo que os transformou naquele caos agressivo em movimento em um filme doloroso e apaixonado. Os remanescentes do grupo – o vocalista Gibby Haynes, o guitarrista Paul Leary, o baixista Jeff Pinkus e o baterista King Coffey – não se reencontravam desde o último show em 2016, quando desistiram de apresentar-se ao vivo por cansaço, cogitando a possibilidade de fazer um último disco no ano seguinte, sem sucesso. A banda se dissolveu sem anunciar um fim e voltou a se rever justamente por conta do documentário de Stern, que entrevistou todos eles e contou com a participação de todos na divulgação do filme. O que culminou com a estreia comercial do documentário – que até então só estava sendo exibido no circuito de festivais, inclusive no brasileiro In Edit deste ano -, que aconteceu nesta terça-feira quando, após a exibição no Egyptian Theatre, em Hollywood, na Califórnia, o grupo voltaria a se encontrar para um bate-papo com o diretor, mas que acabou culminando na primeira apresentação ao vivo do grupo em oito anos, quando tocaram “Cherub”, “The Colored FBI Guy” e “The Shah Sleeps in Lee Harvey’s Grave” para deleite e incredulidade dos presentes – ainda mais que o grupo esteve recusando ofertas de centenas de milhares de dólares para voltar aos palcos. Tomara que eles voltem de vez, mesmo sabendo que, como sempre, será outra dose de mais pesadelos na estrada.

Assista abaixo:  

Entre a luz e a sombra

Linda a apresentação que Lea Taragona fez nesta terça-feira no Centro da Terra, quando trouxe o novo repertório de seu projeto solo Dibuk ancorado por uma banda azeitadíssima formada por Elke Lamers no baixo, Vitor Wutzki tocando violoncelo e Guilherme Paz na bateria. No espetáculo Uivo, ela pode reger seu pequeno e forte conjunto a partir de seu violão minimalista e sua bela voz, puxando melodias que podiam ser mínimas e delicadas ou intensas e expansivas, contando com o silêncio tácito do público cúmplice, que deixava canções escorrerem de uma para outra sem a interrupção das palmas, mantendo o clima reverente e apreensivo por toda a apresentação, que ainda contou com o belo desenho de luz – por vezes noturno, outras solar – de Cyntia Monteiro.

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Dibuk: Uivo

Satisfação receber nesta terça-feira, o projeto Dibuk, idealizado pela cantora, compositora e artista sonora Lea Taragona, que exercita canções que deverão estar em seu terceiro disco. Como ela mesma explica, o espetáculo Uivo traz canções de ninar ruínas, cantigas de roda e folk livre minimalista em que ela entrelaça voz, violão, eletrônica e palavra. Influenciada por Svitlana Nianio, Öldrich Janota, Walter Franco e Brannten Schnüre ela apresenta-se ao lado de Elke Lamers (baixo), Vitor Wutzki (violoncelo) e Guilherme Paz (bateria). O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda no site do Centro da Terra.

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Magdalena Bay 2025: “I fall in love just to hurt myself”

Autores de um dos melhores discos do ano passado, a dupla Magdalena Bay acaba de soltar um teaser sobre seu próximo lançamento, o single “Second Sleep”, que eles tocaram ao vivo no início deste semestre. Embora tenham anunciado uma versão em vídeo para o excelente Imaginal Disk, já reforçaram que não irão lançar uma versão deluxe do disco, o que leva a crer que o novo single pode ser o primeiro de um novo álbum (ou apenas um teaser para mais um dos minimixes que eles costumam lançar de vez em quando). A música é ótima e a data de lançamento foi marcada para essa sexta-feira e só pelo teaser dá pra ver mantiveram o nível do disco anterior (veja abaixo, junto com a capa do single):  

Chappell Roan ♥ Nancy Wilson

Desde o ano passado Chappell Roan vem incluindo a clássica “Barracuda”, do grupo Heart, em seus setlists, mas neste domingo, quando tocou no Forrest Hills Stadium em Nova York, ela teve uma participação especial digna dos shows da Dua Lipa, quando convidou a guitarrista do grupo original, Nancy Wilson, para tocar um dos riffs mais memoráveis de sua carreira. Ficou foda.

Assista abaixo:  

Bravo, João Barisbe!

João Barisbe terminou em grande estilo sua temporada Turismo Inventado no Centro da Terra, quando trouxe músicos que participaram de outras apresentações reunidos em uma mesma pequena orquestra para visitar as canções que apresentou nestas quatro segundas-feiras. O clima desta última noite, que teve lotação esgotada, foi ainda mais suntuosa que os outros concertos e além de reunir Thais Ribeiro, Guizado, Helena Cruz, Filipe Nader, Biel Basile, Beto Angerosa, Gabriel Milliet, Pedro Abujamra e Loreta Colucci, encerrou a leva de shows com sua épica “Cometa Javali’, que funcionou como música-tema da temporada, com a última vocalista elevando ainda mais o volume e o nível de tudo, para deleite do público. Obrigado João, foi maravilhoso!

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Dua Lipa ♥ Alicia Keys, Blondie, Chic e Lenny Kravitz

Quatro noites em Nova York e quatro homenagens à música da cidade e à própria biografia. Assim Dua Lipa celebrou sua passagem pelo Madison Square Garden quando, na quarta-feira, abriu a série de tributos à cidade ao resgatar um vídeo de quando ela ainda era adolescente e cantava “No One”, de Alicia Keys, música escolhida para iniciar as homenagens à cidade. Na quinta-feira foi a vez de saudar a cena punk e new wave da cidade ao pinçar “One Way or Another” do Blondie como escolha da noite. Depois, no sábado, ela teve a presença de um dos homenageados ao convidar o mestre Nile Rodgers para tocar “Le Freak”, maior clássico disco de sua banda Chic, e no dia seguinte chamou ninguém menos que Lenny Kravitz para dividir o palco em sua melhor canção, a balada irresistível “It Ain’t Over ‘til It’s Over”. Veja os vídeos abaixo:  

Ozzy vai fazer você chorar…

Eis o trailer de Ozzy Osbourne: No Escape From Now, o documentário que relata os últimos seis anos do vocalista fundador do Black Sabbath. Dirigido por Tania Alexander, o documentário começou como o registro de turnê de despedida antes da pandemia, que teve de ser interrompida em 2019 após Ozzy ter sofrido uma queda. O acidente trouxe uma série de questões de saúde à tona, tornando-o infeliz e insatisfeito com a vida até que sua esposa Sharon Osbourne propôs que ele fizesse um concerto para despedir-se dos fãs, seu principal arrependimento, além de ter largado os palcos. O filme então conta como Ozzy superou a barra de sua péssima saúde com a ajuda da família e retomou a vontade de viver a partir da realização do espetáculo Back to the Beginning, último adeus do vocalista e de sua banda com a formação original, que aconteceu em sua cidade–natal em julho deste ano, além de mostrar seus encontros com grandes nomes do metal que apresentaram-se no evento para celebrar sua importância até sua morte – previsível mas inesperada – no dia 22 de julho deste ano. O documentário deverá estrear no dia 7 de outubro no canal de streaming Paramount+, mas bem que podia ir para os cinemas para ampliar a catarse – e o luto – coletivo.

Assista abaixo: