Stranger Things vai para a União Soviética

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O primeiro trailer da quarta temporada de Stranger Things não se passa na cidade original da série, a fictícia Hawkins, e sim na União Soviética, juntando as pontas do final da última temporada ao também revelar que o xerife Jim Hopper está vivo – embora não propriamente bem. Preso do outro lado do planeta, ele teve seu cabelo e bigode raspados e agora trabalha como mão de obra escrava numa ferrovia guardada pelo exército russo.

Além do alívio pela certeza da sobrevivência do personagem vivido por David Harbour o teaser de menos de um minuto atiçou a curiosidade dos fãs para a certeza que aumentará no clima de paranoia da guerra fria durante os anos 80. E também e como tanto Eleven desenvolveu novos superpoderes quanto há um portal interdimensional que eventualmente poderia funcionar como veículo de teletransporte em nossa dimensão, cogita-se até que a nova temporada possa se passar na paisagem gelada da União Soviética e, com isso, permitir que os criadores da série, os irmãos Matt e Ross Duffer possam homenagear outro clássico do horror do período, O Enigma do Outro Mundo, clássico de John Carpenter lançado em 198, que se passa na Antártida. A temporada, no entanto, não tem data de estreia.

A terceira temporada de Stranger Things está quase aí

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A saga retrô está prestes a ter seu terceiro capítulo revelado e parece ter conseguido fazer a transição da infância à adolescência e se transformar em um filme de terror dos anos 80 – de vez. O último trailer nos enche de referências – e esperanças.

Stranger Things à fantasia

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Nosso seriado preferido de Halloween deu um tempo depois que as coisas ficaram ainda mais estranhas fora da ficção – e a terceira temporada só irá ao ar no ano que vem. Enquanto isso, a produção lançou esta foto do elenco fantasiado para o dia das bruxas deste ano (cadê o Finn?) e publicou um vídeo sobre uma novidade que deverá ser o centro das atenções na próxima safra de episódios.

Stranger Motown

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O elenco de Stranger Things esteve no programa de James Corden para um tributo à clássica gravadora de soul music – veja lá no meu blog no UOL.

Desde a primeira temporada de Stranger Things sabemos que os garotos que formam o elenco principal da série têm uma surpreendente queda pela música – e o apresentador de TV ingles James Corden, anfitrião do programa norte-americano The Late Late Show na emissora CBS, resolveu pegar carona no talento dos pré-adolescentes e no sucesso da segunda temporada do seriado. Finn Wolfhard (Mike), Gaten Matarazzo (Dustin), Caleb McLaughlin (Lucas) e Noah Schnapp (Will) reúnem-se como um grupo chamado The Upside-Downs em que recriam – com direito a coreografia e tudo mais – clássicos da Motown, a principal gravadora de soul dos Estados Unidos, como “I Want You Back” dos Jackson Five, “My Girl” dos Temptations e “I’ll Be There” dos Four Tops. Assista:

Stranger Things 2 abre um mundo de possibilidades

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Escrevi no meu blog no UOL porque a segunda temporada da série é melhor que a primeira.

Os irmãos Duffer conseguiram: não apenas cravaram uma segunda temporada mais instigante que a primeira como abriram um leque de possibilidade que pode transformar sua Stranger Things num fenômeno durável por alguns anos. E parecem ter feito isso em cima do que poderia ser um dos grandes problemas da série: o fato de que seu adorável elenco infantil iria crescer logo. Essa solução pode ter transformado o seriado em um dos grandes fenômenos pós-modernos para as massas bem como criar uma nova forma de acompanhar histórias, que não é nem um filme, nem uma série. Mas para não correr o risco de estragar a temporada para quem ainda não assistiu, segue a já clássica sequência de gifs que serve para você desviar o olhar e não ler algo que não queira.

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Quando o primeiro trailer da continuação de Stranger Things apareceu, havia uma sensação de que a série escorregaria exatamente no mesmo ponto em que boa parte do cinema comercial atual desliza: entregando toda a história logo no trailer. Vocês lembram:

Felizmente, até nisso os Duffer Brothers – ou o marketing do Netflix – foram espertos o suficiente para felizmente nos enganar. Todas as cenas de tensão do trailer são menores na série e até o grande vilão da temporada, a assustadora imagem do Devorador de Mentes pairando sobre a cidade de Hawkins como uma enorme aranha de fumaça, pode ser considerado um microteaser da terceira temporada, já que o monstro ainda paira da mesma forma na ultimíssima cena da segunda safra de episódios. Até a cena do primeiro teaser, que mostrava os meninos, fantasiados de Caça-Fantasmas, olhando pasmos ao sair do ônibus escolar, está no centro de uma situação tensa de verdade, mas nada sobrenatural, pois é quando eles percebem que são as únicas pessoas fantasiadas no Halloween da escola – e da mesma forma não estraga nada sobre o que acontece na temporada.

Stranger Things 2 parte de uma série de pontas soltas no fim dos oito primeiros episódios para aos poucos costurar um novo cenário. Sua cena de abertura entrega-o no primeiro instante: uma perseguição de carros nos apresenta a novíssimos personagens num contexto completamente diferente. E as primeiras sensações de cultura pop do primeiro episódio ampliam a área de atuação do inconsciente coletivo no seriado – a cena de perseguição remete imediatamente às cenas do tipo eternizadas em clássicos dos anos 70 e a cidade em que esta acontece é a mesma Pittsburgh que o recém-falecido George Romero usa como cenário no primeiro filme de zumbis da história, A Noite dos Mortos Vivos, de 1968. É uma leve pista do que vem por aí.

Mas é Stranger Things e estamos nos anos 80, por isso a chuva torrencial de referências chega até incomodar quem se preocupa com isso. Contudo, eles mostram de forma didática como era um mundo completamente diferente do atual, sem celulares nem internet, com apontadores de lápis, tocadores duplos de fitas cassete, câmeras de VHS – explicando didaticamente como o mundo tinha outro ritmo e causava outra sensação nas pessoas. O clima, nestes momentos, é menos nostálgico e causa mais uma sensação de distância do que de saudade.

Mas o trunfo da segunda fase é deixar claro que não irá ficar remoendo clássicos que usou à exaustão na primeira etapa, como Goonies e E.T. Mesmo porque seus protagonistas não são mais crianças e sim pré-adolescentes – e, da mesma forma, as referências mudam de idade. Quando Eleven reaparece de preto e maquiagem pesada, ela ecoa diretamente à Allison de Ally Sheedy no filme O Clube dos Cinco. A trilha sonora ainda é repleta das músicas originais eletrônicas e tensas de Kyle Dixon e Michael Stein e aquela mistura de new wave e rock de rádio da primeira temporada (Devo, Oingo Boingo, Duran Duran, Tones on Tails, Psychedelic Furs, Pat Benatar), mas aos poucos começamos a ouvir algumas faixas do heavy metal daquela década (Metallica, Bon Jovi, Motley Crew, Scorpions, Ratt, Ted Nugent e Hittman)e até a trilha sonora que Philip Glass compôs para o documentário Koyaanisqatsi (de 1983). Mais indícios da saída imaginada por Matt e Ross Duffer para fazer sua própria cria ter vida longa.

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Ao perceber que seus atores não seriam fofos por muito tempo, eles resolveram fazer a série avançar no tempo. E a segunda temporada é apenas a sensação destas engrenagens sendo ligadas. O baile de Halloween em que vários adolescentes se fantasiam de ícones daquele período (Michael Jackson, Jane Fonda, o assassino Jason, Bruce Springsteen, a Mulher Maravilha de Linda Carter, Siouxsie Sioux, Madonna e alguém vindo da festa da toga de O Clube dos Cafajestes) é um dos inúmeros momentos em que eles reforçam que irão para além do início dos anos 80 com os mesmos personagens. A inusitada e deliciosa amizade entre o adolescente Steve Harrington (a atuação de Joe Keery talvez seja a grande surpresa dessa temporada) e o carismático garoto Dustin (Gaten Matarazzo) é outra amostra que a série irá além dos filmes infantis e do saudosismo trash que ainda paira sobre a nova temporada. O fato de um passar seu segredo para o outro e de Dustin terminar no baile da escola dançando com a ex-namorada do novo amigo é um aceno para que ele talvez seja o primeiro de sua turma a ter a consciência de que pode ser um futuro galã da escola. O que nos levaria para o universo dos filmes do diretor John Hughes (Curtindo a Vida Adoidado, O Clube dos Cinco, Gatinhas e Gatões, A Garota de Rosa Shocking, Mulher Nota 1000), De Volta para o Futuro, O Último Americano Virgem, A Revolta dos Nerds, Negócio Arriscado, Garotos Perdidos, Footloose, Dirty Dancing, Vidas Sem Rumo, Digam o que Quiserem, Curso de Verão e inúmeros outros filmes e séries envolvendo não mais crianças crescidas, mas adolescentes de fato. Imagina o mundo de possibilidades…

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Comercialmente, a segunda temporada bate no peito para lembrar que é uma continuação, o filme número 2, como o logo faz questão de frisar. E não bastasse isso, há várias referências a continuações clássicas dos anos 80, principalmente Aliens e O Império Contra-Ataca. Como no filme de James Cameron que seguia o filme original de Ridley Scott, não há apenas um monstro principal, mas vários pequenos monstros, os “demodogs”, como os filhotes de alien no filme de 1986, e a presença de Paul Reiser (que muitos reconheceram da série Mad About You, mas que estava também nesta continuação) como uma espécie de agente duplo, reforçam o parentesco com o filme. Já as citações a O Império Contra-Ataca acontecem nos momentos mais dramáticos e tensos da série, especialmente no treinamento de Eleven, quando ela move um veículo enorme apenas com o poder da mente, como Luke Skywalker fez com seu jato X-Wing quando era treinado por Yoda. Essas referências servem para reforçar que seus autores não veem a série como um seriado e sim como um filme de várias horas, dividido em partes para facilitar o consumo e a digestão.

Só isso já torna Stranger Things algo diferente dos outros seriados, essa consciência de que é um produto de uma época em que as pessoas assistem ao que quiserem do jeito que preferirem. Ele poderia render mais caso fosse publicado semanalmente (veja, por exemplo, a influência que Twin Peaks teve este ano ao preferir por esse formato), mas seus autores querem que o público assista a tudo de uma vez só, mas cada um em seu tempo. Eles preferem deixar a especulação entre episódios para a caça ao tesouro das referências, fazendo que o público veja e reveja várias vezes sacando detalhes que haviam passado despercebidos.

E da mesma forma que eles avançam no tempo com o seriado, eles também vão percebendo que o público vai crescendo junto. Assim, os temas desta segunda parte são mais densos, os personagens são mais aprofundados, seus históricos vão se tornando mais complexos e suas personalidades menos superficiais. Conhecemos suas famílias (algumas delas hilárias) e seus sentimentos – o policial Hopper de David Harbor e a mãe Joyce vivida por Winona Ryder ganham dimensões fortes para um seriado considerado leve. Passagens aparentemente bobas (como o Lucas de Caleb McLaughlin e o Mike de Finn Wolfhard discutindo quem deveria ser o Venkman e o Winston na formação dos Caça-Fantasmas da turma ou o porre que a Nancy de Natalia Dyer toma em uma festa) demonstram temas menos infantis que os da primeira temporada. As cenas violentas são bem mais violentas, os sustos e cenas de tensão são bem mais recorrentes e há o início de conversas sobre namoro e paquera entre os protagonistas, o que quase não havia anteriormente.

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Mas um detalhe crucial no sétimo episódio mostra como a série está só rascunhando seu universo de possibilidades futuras. É neste capítulo que conhecemos melhor a personagem a que somos apresentados no início da nova série, a Kali vivida pela atriz holandesa Linnea Berthelsen. Ou melhor, Eight – o experimento número 8, como Eleven é o número 11. Ela tem poderes sobrenaturais como os de Eleven, mas de outra natureza, e é uma prova viva que Eleven não é a única de seu tipo. Mais do que isso: abre a possibilidade para a cada nova temporada podemos ser apresentados a outros jovens que foram submetidos a experiências e que podem estar à solta, cada um aprontando das suas. Kali lidera uma gangue que vinga-se das pessoas que fizeram mal para eles no passado (“Kali”, inclusive, é o nome da deusa indiana do juízo final, também conhecida como “erradicadora dos males” – e venerada pela seita assassina do filme Indiana Jones e o Templo da Perdição – isso mesmo, outra continuação). Mas e os outros?

Esses experimentos têm uma origem comum e real que é o chamado projeto Montauk, que muitos dizem ter existido e outros desmerecem como uma teoria da conspiração. Que durante os anos 80, o governo norte-americano realizava uma série de testes e experiências com crianças superdotadas ou especiais para desenvolver superpoderes. Verdade ou mentira, não importa: o material produzido a respeito deste projeto é grande o suficiente para criar histórias paralelas e uma mitologia sobrenatural convincente para o seriado.

Fora que o grupo de Kali aponta para outra direção. Uma gangue do submundo, o grupo ecoa uma série de outras equipes da ficção: desde os guerreiros de Warriors – Guerreiros da Noite às gangues de rua de Fuga de Nova York, passando pelos X-Men de Dias de Um Futuro Esquecido e até todo o imaginário cyberpunk (Blade Runner, Akira, Neuromancer). A inspiração dos quadrinhos é didaticamente sublinhada quando, entre os pixos espalhados pelo bunker do grupo, podemos ler “Vendetta”, “Barbelith” e “King Mob”, referências aos quadrinhos V de Vingança de Alan Moore e Os Invisíveis de Grant Morrison.

A história está só começando a ser contada. Durante toda a temporada assistimos ao lento desenrolar que nos explica que a saga ainda está no início. Ela demora para engrenar porque se atém às qualidades dos personagens, ao mesmo tempo em que vai ampliando sua área de atuação. Se originalmente ela se escorou em Steven Spielberg, John Carpenter e Stephen King, agora ela mostra que tem toda a cultura pop à sua disposição. A segunda temporada transforma uma possível camisa-de-força da primeira temporada em um mundo de possibilidades e mesmo com alguns pontos fracos (especialmente os superficiais novos personagens Maxine, vivida por Sadie Sink, e seu irmão Lucas, vivido pelo australiano Dacre Montgomery), consegue ser melhor e mais promissora que sua antecessora.

Me incomoda, no entanto, que a série seja menosprezada como sendo apenas isso, uma colcha de retalhos de referências do passado. Sim, é óbvio que essa é uma de suas principais características, mas não é sua essência. As citações são mais uma isca do que o centro da história. Este tem seu principal foco num aspecto um pouco fora de moda na ficção atual: o lado bom da vida.

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Stranger Things é sobre amor e amizade, sobre afeto e carinho, sobre confiança e esperança. Sobre poder contar com alguém, sobre ter a certeza de pertencer a algo, seja a própria família, a um grupo de amigos, a uma comunidade. “Amigos não mentem” é o lema da primeira temporada e ele também perdura durante esta nova. Há novos elementos que reforçam esse aspecto, principalmente o tema do primeiro amor. Quando Maxine pega na mão de Lucas durante um ataque de um dos monstros, quando Steven dá conselhos amorosos para Dustin ou quando Eleven reencontra Mike, há uma excitação rara na produção cultural contemporânea, afeita a tiros, violência, cenas de tortura, traições, zumbis, vilões que vencem, heróis sem caráter e desordens psicológicas. Stranger Things é uma série alto astral, cuja tensão de terror e as teorias da conspiração servem apenas para serem aliviadas no reencontro final, como na emblemática cena do baile, ao som de “Time After Time” e “Every Breath You Take”.

“Stranger Things” no palco

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Enquanto a segunda temporada da série nostálgica do Netflix Stranger Things não começa, seu protagonista Finn Wolfhard vive a vida de rockstar, tocando cover de New Order e tocando com Mac DeMarco – separei alguns destes momentos no meu blog no UOL.

O ator Finn Wolfhard, que faz o jovem Mike Wheeler na série de terror adolescente Stranger Things, sucesso no ano passado, está tendo um semestre agitado. Além de marcar presença no remake do filme It, inspirado no livro de Stephen King, e na adaptação para o cinema de Carmen Sandiego, o ator ainda consegue arrumar tempo para exercitar seus dotes de rockstar. Foi o que aconteceu no domingo passado, quando ele participou do show do herói indie da vez, o ótimo Mac DeMarco, na cidade de Atlanta, nos EUA, e mostrou que não é apenas um aluno da escola do rock, como dá pra ver nesses dois vídeos postados no Instagram da atriz Natalia Dyer, a Nancy de Stranger Things:

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and then this happened

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Isso sem contar a participação que a própria banda do ator fez no festival nostálgico Strange 80s, tocando uma versão para “Age of Consent”, do New Order, no início deste mês.

O garoto tem futuro.

Stranger Things 2!

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Novo trailer do seriado Stranger Things, exibido no comercial da transmissão da final de futebol americano nos EUA, traz novidades sobre o mundo invertido e anuncia data de estreia – falei mais disso lá no meu blog no UOL.

Com um trailer com meio minuto de duração exibido nos comerciais da final do campeonato de futebol americano nos EUA neste domingo, a série Stranger Things deu pistas importantes sobre sua segunda temporada. Olha só:

Eleven está de volta, o mundo invertido está ainda mais presente, há um novo monstro e as fantasias de Caça-Fantasmas usadas pelos meninos têm uma explicação: a nova temporada será disponibilizada na íntegra no Dia das Bruxas deste ano, dia 31 de outubro. É sintomático principalmente pelo fato da série ter inventado a fantasia de Halloween mais popular do ano passado – justamente a da personagem vivida pela atriz Millie Bobby Brown.

“Who you gonna call?”

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A primeira imagem divulgada da segunda temporada de Stranger Things chama os Caça-Fantasmas à ativa – falei mais sobre isso no meu blog no UOL.

Depois de muito mistério finalmente teremos mais pistas sobre a segunda temporada de Stranger Things neste domingo, quando acontece a final do campeonato de futebol americano, o famoso Super Bowl. A transmissão é conhecida pois vários comerciais de TV ganham atenção global pelo simples fato de que este jogo é um dos programas de TV mais assistidos nos EUA.

E a imagem acima, trazida em primeira mão pela Entertainment Weekly, mostra parte do elenco infantil – o Mike de Finn Wolfhard, o Dustin de Gaten Matarazzo e o Lucas de Caleb McLaughlin (Lucas) – vestidos com o uniforme dos Caça-Fantasmas em uma festa de Halloween da escola. A imagem mexe tanto com as referências aos anos 80 que ajudaram a impulsionar a fama do seriado quanto resume a primeira temporada ao transformá-los nos caçadores de fantasmas de uma pequena cidade do interior dos EUA. Mas a fantasia não é gratuita, repare ao fundo: é dia das bruxas.

O pouco que se sabe sobre a nova temporada do seriado produzido e escrito pelos irmãos Duffer é que ele terá uma cara de continuação, como se fosse a sequência de um filme, e se passará em 1984, um ano após os incidentes da primeira temporada. No elenco duas presenças mais conhecidas de outros papéis também estão entre os atores por terem feito sucesso também nos anos 80: Paul Reiser é mais conhecido como o marido da série Mad About You, sucesso nos 90, mas também atuou no filme Aliens, dirigido por James Cameron. Já Sean Astin é mais reconhecido por viver Samwise Gamgee nos filmes O Senhor dos Anéis mas também é o jovem Mikey Walsh, dos Goonies.

Sobre a história da nova safra de episódios, o produtor Shawn Levy já deu declarações falando que a nova temporada ser “maior e mais sombria”. E esta semana ele também anunciou o que pode ser um dos slogans da nova série, algo como “o Demogorgon foi destruído mas o mal não foi”.

“Vamos caçar monstros!”

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O ator David Harbour faz um apaixonado discurso anti-Trump ao receber o prêmio em nome do elenco de Stranger Things na premiação SAG deste ano. Veja o discurso lá no meu blog no UOL.

A série de ultrajes políticos que o presidente norte-americano Donald Trump tem cometido diariamente desde que assumiu o cargo no meio de janeiro tem servido de combustível para toda uma sorte de discursos e ações contra as intenções mesquinhas deste vilão de desenho animado da vida real. Não foi diferente no palco da 23ª premiação do Screen Actors Guild, mais conhecido como SAG, que aconteceu no domingo passado no Shrine Auditorium em Los Angeles, nos Estados Unidos. E entre discursos pesarosos e tiradas fortes, os apresentadores e vencedores da premiação mostraram o quanto são contra o perigoso rumo político para onde os EUA caminham.

O destaque ficou para o discurso do ator David Harbour, que falou em nome do elenco da excelente série Stranger Things. Visivelmente emocionado, o ator, que na série faz o policial Jim Hopper, parecia não acreditar ter desbancado os elencos de pesos pesados como The Crown, Game of Thrones, Westworld e Downton Abbey. Mas ele deixou a emoção de lado e leu um discurso forte e emotivo, que mesmo sem mencionar nominalmente o novo presidente norte-americano, funcionou como uma convocação para aqueles que trabalham com comunicação e cultura. Vale a transcrição na íntegra:

“À luz de tudo o que está acontecendo no mundo hoje, é difícil celebrar a já celebrada Stranger Things. Mas este prêmio vem de vocês, que levam seu ofício a sério e sinceramente acreditam, como eu, que uma grande atuação pode mudar o mundo, é uma convocação de nossos colegas artistas homens e mulheres para ir mais fundo e, através da nossa arte, lutar contra o medo, o egocentrismo e a exclusividade de nossa cultura predominantemente narcisista. E através do nossa arte, cultivar uma sociedade mais compreensiva e com mais empatia, que revela verdades íntimas que funcionam como um forte lembrança para as pessoas de que, quando elas se sentem mal ou com medo ou cansadas, elas não estão sozinhas. ”

“Estamos unidos, no sentido em que somos todos seres humanos e estamos todos juntos neste passeio horrível, doloroso, alegre, emocionante e misterioso que é estar vivo. Agora, enquanto agimos na narrativa contínua de Stranger Things, nós, os moradores do meio-oeste de 1983 brigaremos contra os valentões, abrigaremos os esquisitos e estranhos – aqueles que não têm nenhuma esperança. Vamos ultrapassar as mentiras. Vamos caçar monstros! E quando estivermos perdidos em meio à hipocrisia e à violência casual de certos indivíduos e instituições, vamos, como o chefe Jim Hopper, dar um soco na cara de algumas pessoas quando elas tentam destruir os fracos e os desamparados e os marginalizados. E faremos tudo com alma, com coração e com alegria. Agradecemos por essa responsabilidade.”

A reação da Wynona Rider ao discurso é uma atração à parte. E ele tem razão: é disso que precisamos.

Os 75 Melhores Discos de 2016 – 34) Kylie Dixon & Michael Stein – Stranger Things, Vol. 1

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O legado sonoro de John Carpenter.