Vida Fodona #827: Embicando pro final de 2024

Aquela expectativa…

Ouça abaixo:  

Vida Fodona #826: Todo ano é assim

Aquela boa véspera de viagem.

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A arca de Letrux

“Que Xou da Xuxa é esse?”, esbravejou espantada Letrux logo no início de uma de suas apresentações no Sesc Vila Mariana neste fim de semana. Sampleando a mistura de frustração e indignação do meme recente de uma fã infantil para o contexto do show de seu terceiro álbum, Letrux Como Mulher Girafa, a vocalista Letícia Novais espantou de vez o fantasma da pandemia que ainda ficava à sombra nas últimas vezes que a vi ao vivo, ainda mostrando seu excelente Aos Prantos, segundo disco de tema trágico que teve a má sorte de ser lançado no dia em que o Brasil entrou em quarentena, há longos quatro anos. A nuvem preta que pairava sobre aquele disco e suas apresentações ao vivo já dissipou-se no horizonte (embora ela tenha feito questão de frisar que ainda sente sua inevitável presença), mas no novo show, ela juntou a força animal que dá o tom do disco para retomar a luz solar que vibrava com ela no palco, mesmo nos momentos noturnos, sejam pela melancolia ou pelo clima de balada. E foi nesse ritmo que ela abriu a noite, invertendo expectativas ao começar com a música que seria o bis, a contagiante “Flerte Revival”, chamar a banda para a frente do palco para saudar o público e apresentá-la músico a músico como se o show já estivesse no fim. Ela mesma abriu o show de fora do palco, vestida de leão, e com essa energia não deixou o clima cair em momento algum, mesmo que um fã estivesse disposto a passar o show inteiro conversando com ela – saia justa que Letícia tirou de letra. Ladeada por seus principais braços – o tecladista Arthur Braganti e a guitar heroine Navalha Carrera, ambos brilhando em momentos específicos – ela comandava uma banda que não perdia o pique, mesmo nos momentos mais intimistas e combinou músicas de seus três álbuns sem tirar o foco do disco mais recente, lançado no ano passado, sua arca de Noé particular em que reuniu canções animalescas para expurgar os anos de trevas que atravessamos. E ainda prometeu um show em que vai tocar seus três discos na íntegra. Um show intenso como sempre, mas, principalmente, alto astral.

Assista abaixo:  

Os 50 melhores discos de 2023 segundo o júri de música popular da APCA

Estes são os 50 discos mais importantes lançados em 2023 segundo o júri da comissão de música popular da Associação Paulista dos Críticos de Arte, da qual faço parte ao lado de Adriana de Barros (editora do site da TV Cultura e apresentadora do Mistura Cultural), José Norberto Flesch (Canal do Flesch), Marcelo Costa (Scream & Yell) e Pedro Antunes (Tem um Gato na Minha Vitrola, Popload e Primavera Sound). A amplitude de gêneros, estilos musicais, faixas etárias e localidades destas coleções de canções é uma bela amostra de como a música brasileira conseguiu se reerguer após o período pandêmico com o lançamento de álbuns emblemáticos tanto na carreiras de seus autores quanto no impacto junto ao público. Além dos discos contemporâneos, fizemos menções honrosas para dois álbuns maravilhosos que pertencem a outras décadas, mas que só conseguiram ver a luz do dia neste ano passado, um de João Gilberto e outro dos Tincoãs. Na semana que vem divulgaremos os indicados nas categorias Artista do Ano, Show e Artista Revelação, para, no final de janeiro, finalmente escolhermos os vencedores de cada categoria. Veja os 50 (e dois) discos escolhidos abaixo:  

Vida Fodona #790: Deu vontade

Chega mais.

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Tudo Tanto #151: Letícia Novaes (Letrux)

Depois do trauma que marcou o lançamento do segundo disco de seu trabalho solo, Aos Prantos, a cantora e compositora Letícia Novaes lançou seu terceiro disco sem fazer muito alarde e sem olhar para trás. Letrux Como Mulher Girafa parte de impressões que teve durante este período trágico que atravessamos a partir de sua conexão com a natureza e com os bichos, que pautam o repertório de uma coleção de faixas que foi produzida por João Brasil, velho parceiro de Letícia mas que nunca mais tinham trabalhado juntos. O disco, que ainda conta com participação de Lulu Santos e consolida a banda que formou para seu primeiro álbum, Em Noite de Climão, vai ser lançado neste mês de julho com shows no Rio de Janeiro (dias 7 a 8 no Teatro Prudential) e em São Paulo (dias 13, 14 e 15 no Sesc Pompeia).

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O mundo animal de Letrux

Panteras, formigas, zebras, aranhas, crocodilos, abelhas, hienas, leões.. Letrux abriu a jaula das faixas de seu terceiro disco, que lança nessa sexta-feira, entregando o mundo animal que pauta Letrux Como Mulher Girafa, entregando inclusive a participação especial do álbum, Lulu Santos. E entre as canções inteiras, pequenos intervalos que funcionam como ensaios meio making-of de momentos mais intimistas entre os integrantes da banda, num disco que brinca de parecer frágil para não entregar toda sua força de cara (minha favorita é “Louva Deusa”, com as gaivotas que antecedem um verso que vai fazer todo mundo se identificar). Aproveito a deixa para ressuscitar uma matéria que fiz pro site da UBC quando ela estava lançando o ótimo Aos Prantos, lançado no fatídico 13 de março de 2020 que nos arremessou num dos abismos (o pandêmico) que caímos nos últimos anos. A pauta abordava a forma como a cantora e compositora carioca lidava com as redes sociais, ao mesmo tempo em que o então novo disco tocava em feridas que se tornariam ainda mais densas à luz daquela nova realidade que nem sabíamos que enfrentaríamos (a entrevista foi feita antes do lançamento do disco). Daí o assunto da conversa com Letícia ter sido estranhamente premonitório, pois conversamos sobre saúde mental e o uso das redes sociais.

Leia abaixo:  

O terceiro disco da Letrux – Como Mulher Girafa – vem aí!

Assim, do nada, Letrux anuncia sorrateiramente seu terceiro disco: Como Mulher Girafa é produzido por João Brasil e chega pra gente no dia 30 de junho. Mais detalhes? Por enquanto, só isso…

Deitada em berço esplêndido

Neste sábado, Letrux trouxe mais uma vez seu Aos Prantos para São Paulo, quando mostrou o segundo disco num show mais compacto e intenso no Sesc Pinheiros. Acompanhada de sua sempre precisa banda, ele desfilou hits de seus dois discos para uma plateia que só foi levantar das cadeiras do teatro quase no final do show e ainda tocou Fiona Apple e mandou um arranjo novo para uma música que nunca tinha sido gravada, “I’m Trying to Quit”. Fino e intenso, como a noite deste sábado – e como sempre.

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Vida Fodona #754: 16 anos de Vida Fodona

Aos 45 minutos do segundo tempo do mês de fevereiro.

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