Kieran Hebden aos poucos volta a produzir música nova e publica as primeiras faixas inéditas depois do álbum Morning/Evening, registro mais recente (de 2015) de seu codinome Four Tet. E agora ele ressurge com duas faixas, a primeira é a introspectiva “Two Thousand and Seventeen”:
A outra faixa recém-lançada, “Planet”, tem um groove mais pronunciado, embora ainda mantenha-se retraído.
Em ambas faixas as cordas metálicas dão um tom oriental ao clima, mas ninguém sabe se o disco – virá um disco? – vai por essa linha… Só ele.
Um olho na Boca? Ideias da Ava Rocha, que assina a arte do disco novo do Curumin. Resta saber como essa capa conversa com o som do álbum, que deve sair no fim deste mês…
Os Smiths sempre se posicionaram politicamente contra sistemas políticos autoritários, principalmente por conta da presença incisiva de Morrissey, seu líder e vocalista. E mesmo fora de atividade, o grupo não deixou de se pronunciar em relação à controversa presidência de Donald Trump, ao cravarem a frase “Trump matará a América” em uma edição limitada para o single com uma versão crua para “The Boy with the Thorn in His Side“, lançado no Record Store Day passado.

Foto: Yukiko Nakagawa
E como o fã Øystein D Johansen notou no Twitter, o responsável pela arte do single é chamado apenas de Esteban nos créditos – a versão em espanhol para o prenome de Morrissey, Steven.
Sleeve design by Esteban <3 #RSD17 #TheSmiths pic.twitter.com/bbPnp6POdK
— Øystein D Johansen (@Oystein_David) April 20, 2017
Então é isso: “Menino Mimado“, que Criolo mostrou há duas semanas, na verdade faz parte de um disco inteirinho dedicado ao samba, chamado Espiral de Ilusão, que será lançado na próxima sexta. E a Adriana do UOL descolou a capa do disco em primeira mão, assinada por ninguém menos que Elifas Andreato, capista clássico da música brasileira que assinou obras como estas:
O designer curitibano Butcher Billy mergulhou no coração de hits do passado para voltar com livros de terror inspirados em suas letras – e o resultado é fascinante. Listei todos os livros – e suas versões em VHS – lá no meu blog no UOL.
Canções pop podem esconder significados bem mais complexos do que podem ser percebidos em uma simples audição. A letra de “Every Breath You Take” do Police pode ser sobre uma paixão obsessiva ou simplesmente sobre obsessão – no sentido mais doentio do termo. A balada “Lady in Red”, do lacrimoso Chris de Burgh, pode ser sobre um assassinato? E será que podemos levar músicas como “Maneater” (em que Daryl Hall e John Oates descrevem uma mulher “devoradora” de homens) ou “Everytime You Go Away” (“você leva uma parte de mim?”, continua Paul Young) ao pé da letra?
Tais duplos sentidos podem dar origem a teorias conspiratórias ou paranoias fundamentalistas, mas o designer curitibano Butcher Billy preferiu transformar estas interpretações literais em arte, criando uma série de mashups capas de livros de terror a partir de títulos e trechos de canções pop de todas as épocas – dos Righteous Brothers aos Arctic Monkeys, passando pelos Bee Gees, Gloria Gaynor, Depeche Mode, Joy Division, Smiths, entre outros. Se você entende um pouquinho de inglês já dá pra ter uma ideia…
Aproveitando a onda, ele também fez as versões de fitas VHS para adaptações cinematográficas dos livros que criou, transformando seus artistas em atores e letras inteiras em sinopses de cunho poético sobre filmes B dos anos 80. Mas ele mesmo avisa que os livros são muito melhores.
Ele também transforma as ilustrações em pôsteres e camisetas através de um link em seu portfólio digital na rede social Behance, além de aceitar sugestões. Algumas músicas brasileiras seriam ótimos títulos para estas séries – quase todas do Legião Urbana, por exemplo. Você tem alguma outra sugestão?
Um velho boato começa a ganhar força e agora vem com cifras: a Apple, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, poderia comprar a Disney, uma das maiores empresas de conteúdo do mundo, por US$ 200 bilhões – virando uma empresa de um trilhão de dólares. Mas as cifras são a parte menos preocupante, como explico no meu blog no UOL.
A revista Variety acaba de tornar público para o resto do planeta uma avaliação de um relatório de economia que pode mudar completamente os rumos do entretenimento, da cultura e da tecnologia num futuro bem próximo. De acordo com uma análise feita pela empresa RBC Capital Markets, a Apple, uma das principais empresas do mundo, poderia comprar a Disney por US$ 200 bilhões. E como se esse número não fosse assustador o suficiente, tal compra poderia fazer a empresa fundada por Steve Jobs na primeira corporação a valer um trilhão de dólares. UM TRILHÃO DE DÓLARES! Permitam-me contar os zeros: US$ 1.000.000.000.000!
Mas os números ficam pequenos comparados com o mundo que pode ser redesenhado a partir desta negociação. Uma das principais empresas de conteúdo do mundo – dona, não apenas de todo o universo criado ou cooptado por Walt Disney no decorrer do século vinte, mas também de multiversos bilionários inteiros, como a Pixar, a Marvel e a Lucasfilm – seria administrada por uma das principais empresas de infraestrutura tecnológica doméstica – e a empresa mais orgulhosa de seu universo fechado. A mesma lógica que torna seus iPhones, iMacs, Apple TVs e todos os tipos de aparehos sedutores e funcionais é a que a transforma no universo mais fechado do mundo digital, dando cada vez menos permissões para seus usuários interagirem com seus próprios produtos. Uma empresa que é constantemente acusada de programar a obsolescência de seus próprios aparelhos para que seus clientes tenham de comprar outros novos, como de censurar conteúdo digital em suas próprias dependências e dispositivos.
É um mundo cada vez mais conectado e cada vez mais controlado e se essa negociação se tornar realidade, provavelmente estaremos assistindo ao primeiro grande titã do mercado deste novo século. A transação, que não poderia ser realizada rapidamente por uma série de questões fiscais e legais, daria início a uma nova era de compras e megafusões. Imagine se o Google comprar o Facebook (ou vice-versa?), por exemplo. Estamos caminhando rumo ao 1984 cogitado por George Orwell? Ainda é apenas um rumor, mas já cogitaram. E com números.
O mestre do quadrinho depressivo Daniel Clowes foi convidado pela HBO para fazer o poster da próxima temporada de Silicon Valley, que estreia no final deste mês, e ficou lindaço, olha só:
Falei mais sobre a série no meu blog no UOL.
Quando estreou, em 2014, o seriado Silicon Valley, da HBO, parecia prometer ser uma versão Entourage de Big Bang Theory, jogando os nerds das startups pós web 2.0 aos píncaros da glória e do sucesso. Em vez disso apresentou uma versão californiana para o The Office sem que houvesse um chefe ou um escritório de fato. Mas aos poucos foi maturando seu universo e seus persoangens e agora, às vésperas do lançamento de sua quarta temporada, promete entrar em sua melhor fase, consagrando seu criador Mike Judge (o mesmo do desenho Beavis & Butthead e do sensacional – mas subestimado – filme Como Eliminar Seu Chefe) como um dos principais observadores do cotidiano de sua geração. E tal reconhecimento veio antes do lançamento da nova safra de episódios, quando a própria HBO chamou outro grande observador desta geração para apresentar a nova temporada. E assim temos esta versão maravilhosa de Erlich (T. J. Miller), Dinesh (Kumail Nanjiani), Richard (Thomas Middleditch), Gilfoyle (Martin Starr) e Jared (Zach Woods) no traço do quadrinista Daniel Clowes, autor de clássicos modernos como a revista Eightball e as graphic novels Como uma Luva de Veludo Moldada em Ferro, Mundo Fantasma, Wilson e David Boring.
A quarta temporada de Silicon Valley começa a ser exibida a partir do dia 23 de abril – e se seguir o padrão das temporadas anteriores, a HBO Brasil deve retransmitir os novos episódios no mesmo dia de lançamento dos episódios nos Estados Unidos.
Nesta quarta-feira o Reino Unido desliga-se oficialmente da Comunidade Europeia e a capa do Guardian de hoje (que está acompanhando ao vivo a transição “rumo ao desconhecido” em seu site) resume o sentimento de amargura em relação a este período da história britânica.
O artista honconguês Simon Birch inaugurou em março, em Nova York, uma ambiciosa exposição pessoal no centenário antigo prédio dos correios norte-americanos, próximo à Penn Station, à Bolsa de Valores de Nova York e à Wall Street. Chamada de 14th Factory, ela custou três milhões de dólares – bancada parcialmente por ele, por doadores particulares e por uma campanha no Kickstarter – e é inspirada pela Jornada do Herói de Joseph Campbell, com diferentes abordagens sobre o monomito do livro citado, em que o mitólogo explica que só há uma única narrativa de aventura, contada com personagens diferentes em diferentes culturas. E para exemplificar isso com uma saga essencialmente pop, Birch recriou o quarto da última cena do 2001 de Kubrick – uma jornada do herói por excelência – em um dos ambientes da exposição.
Contou o fato de que um dos parceiros de Birch, seu conterrâneo arquiteto Paul Kember, ser sobrinho dos dois criadores do quarto original, já que Kubrick ou destruía ou arquivava tudo que havia filmado logo após o fim da produção. “Foi um tributo pessoal recriar um projeto que meus tios realizaram há quase 50 anos”, disse Kember ao South China Morning Post.
O artista Alex Ross, autor das belíssimas imagens em HQs de super-heróis clássicas como Marvels e Reino do Amanhã, desenterrou, em sua página no Facebook, uma versão que fez da Liga da Justiça ainda em sua pré-adolescência.
E publicou uma versão atual do mesmo grupo de heróis, mostrando a evolução de seu traço.
Mas a base tá ali, né?