Inferninho Trabalho Sujo apresenta Grand Bazaar

Enquanto o tempo não se decide entre chuva, calorão ou frio, uma coisa a gente garante: a temperatura no Inferninho Trabalho Sujo é sempre quente! E em mais uma edição na sexta-feira, eu e Francesca Ribeiro estamos dispostos a fazer todo mundo se acabar de dançar ao chamado da renascença beyonceística, desbravando todas as fronteiras musicais que façam as pessoas sair do chão. Mas antes disso temos o prazer de começar a noite com o galope desenfreado do Grand Bazaar, hidra de multicabeças que também não deixa ninguém parado, seja canalizando energias dançantes do leste europeu ou do bom e velho rock’n’roll. E você já sabe: chegando antes das 21h não paga para entrar! O Picles fica no número 1838 da Cardeal Arcoverde, ali no coração de Pinheiros, e a noite sempre vai atéééé altas. Vamos?

História Crítica da Música Brasileira no Sesc Pinheiros

E outubro chegou chegando: a partir do próximo sábado começo mais uma série de aulas do curso História Crítica da Música Brasileira, em que repasso nosso histórico musical do último século – o da música gravada – para mostrar como os cânones e as linhas narrativas que constroem o que chamamos de música brasileira foram criadas. Desta vez o curso acontece no Sesc Pinheiros, sempre aos sábados, a partir das 16h30, e mais uma vez posso contar com a presença dos mesmos queridos intelectuais que ajudaram a tornar a primeira edição tão especial: Bernardo Oliveira, Pérola Mathias, Rodrigo Faour e Rodrigo Caçapa, cada um deles abordando um critério específico da nossa história musical, cultural, social e política. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas neste link. Abaixo, a descrição completa do curso:  

“O céu retirado como livro que se enrola”

Ave Waly! Celebramos a obra deste monstro da poesia brasileira de forma intensa nesta quarta-feira, quando apresentamos o espetáculo de som e poesia Waly Salomão: Dito e Lido, em que Joca Reiners Terron, Julia de Carvalho Hansen e Natasha Felix despejaram a verborragia sensível e forte do poeta baiano sobre camadas elétricas de textura e melodia cogitadas pelo encontro das guitarras e pedais de Jadsa e Guilherme Held. Cada poeta teve seu bloco, pontuado pelas canções que eternizaram as letras de Waly apresentadas de forma desconstruída: Julia costurou quatro poemas (entre estes uma inspirada e ritmada versão de “Mãe dos Filhos Peixes”) com os versos de “Mal Secreto” para depois, ao lado de Natasha, perambular pelos versos e notas de “Vapor Barato”, logo depois da cascata de prosa poética despejada por Joca, ao ler um trecho de “Self Portrait”. Natasha emendou “Babilaque” e “Balada de um Vagabundo” para arrematar tudo com “Negra Melodia”, deixando, nas três, sua musicalidade nascer entre as palavras. Uma noite inesquecível.

Assista aqui:  

Como Assim? | 30.9.2023

Os amigos já sabem faz tempo, os conhecidos souberam aos poucos mas ainda não entenderam e os seguidores já foram avisados: estou tocando numa banda com três compadres e o primeiro show acontece neste sábado. Toco violão desde moleque e já tive bandas de farra com amigos em diferentes momentos da vida, mas parei com isso nos idos de 1995, antes de completar vinte anos, mas segui tocando sozinho em casa. Até que durante o período da pandemia comentei com o compadre Pablo Miyazawa que estava tirando uma hora por dia pra matar o tempo tocando violãoe, naquele segundo semestre de 2020, quando descobríamos que era possível encontrar aos poucos algumas pessoas seguindo os famigerados protocolos de segurança, ele me chamou para tocarmos juntos. Como nós dois moramos sozinhos e não havia muito o que fazer naquela época, transformamos nossos encontros em possíveis baladas a dois, quando passávamos domingos tocando, bebendo e falando besteira. No ano seguinte Pablo puxou dois outros compadres pra brincadeira – Mateus Potumati para a bateria e Carlão Freitas para o baixo -, ele mesmo assumiu uma das guitarras e me passou a segunda, me incumbindo também de cantar. Todos jornalistas com tempo de sobra, um deles dono de um estúdio que estava parado por conta da pandemia, e logo estávamos ensaiando regularmente, nos encontrando para passar o tempo tocando músicas que gostamos. Quando comecei a comentar com algumas pessoas o que estávamos fazendo, a reação de algumas delas acabou batizando a banda e o Como Assim? estreia neste sábado, último dia de setembro de 2023, três anos depois de começar a rascunhar uns “Harvest Moon” com Tears for Fears no apartamento do Pablo. De lá pra cá mudamos as músicas que tocamos, a banda conseguiu parar em pé e faremos nossa primeira apresentação ao vivo abrindo para a banda Earl Greys, que o Vini – que também trabalha no Aurora – tem ao lado do Martim e do Aloízo, dedicada a tocar música pop britânica. Nosso show de estreia acontece no próprio estúdio Aurora, que fica no número 503 da Rua João Moura, ali em Pinheiros. O estúdio abre às 20h e não cabe muita gente, por isso o lance é chegar cedo ou comprar ingresso com antecedência pra ver o que a gente tá tocando… O flyer tá aí embaixo:  

Bruxaria noise

Mais um Inferninho Trabalho Sujo que deixou o Picles intenso, dessa vez com jorros de energia elétrica capturados por duas bandas que mal têm registros fonográficos e puxadas por vocalistas endiabradas. A noite começou com a força do Fernê, grupo que conta com dois Pelados (o baterista Theo Cecato e a vocalista Manu Julian) e um Chico Bernardes em sua formação, cada um deles mostrando facetas musicais bem diferentes das que são mais conhecidas. A banda é completa com a guitarra noise de Max Huszar e o baixo de Tom Caffé, passeou por músicas próprias e versões personalíssimas para “Terra” (Caetano Veloso) e “Hunter” (Björk) e é impressionante como Manu torna-se outra vocalista com essa formação, completamente entregue ao palco e deixando sua voz voar solta. Logo depois foi a vez do quinteto Madrugada solapar o público com sua parede de krautrock improvisado, com os irmãos Dardenne (Yann na bateria e Otto no baixo), puxando bases hipnóticas e pesadas desta vez acompanhadas de um novo integrante, o percussionista Thalin, que também toca na Dupla 02, nos Fonsecas e no Eiras e Beiras, e deu um tempero especial ao molho dos irmãos. À frente, dois dos donos do Porta (o guitarrista Raphael Carapia e a tecladista e vocalista Paula Rebellato) soltam os cachorros do barulho em cima do público, Paula especialmente catártica, conduzindo a pequena massa com seus gritos dilacerantes, efeitos sonoros entre o terror e o pesadelo e o carisma enfeitiçado de sempre. Depois desse choque de som, eu e Fran seguimos à noite quase sem fôlego, mas lá pelas duas da manhã a pista estava pegando fogo! E a próxima edição é na sexta que vem, hein!

Assista aqui:  

Tudo Tanto #154: Larissa Conforto (Àiyé)

Na edição mais recente do Tudo Tanto, meu programa sobre música brasileira no meu canal no YouTube, converso mais uma vez com a produtora e multiinstrumentista Larissa Conforto, com quem já havia conversado uma vez no longínquo 2020. Naquela época, ela havia acabado de fechar seu primeiro trabalho solo, lançando-se como Àiyé, e teve que mostrar sua nova personalidade musical num período em que não se podia ter qualquer tipo de encontro presencial (ela brinca que fez uma “turnê de lives”). E durante este processo, inspirada por um saci, ela começou a produzir seu segundo disco, Transes, lançado já em 2023, em que tenta aproximar cosmogonias latinas e afrodiaspórica em seu trabalho como cantora, compositora e produtora, ao mesmo tempo em que aproxima a ideia da encruzilhada moderna com esse momento pós-internet que estamos atravessando.

Assista aqui:  

Waly Salomão: Dito e Lido

Satisfação imensa celebrar, na próxima quarta-feira, dia 4 de novembro, a obra deste mestre da cultura brasileira que completaria 80 anos neste 2023. Waly Salomão é mais reconhecido pelas parcerias musicais que fez com nomes como Maria Bethânia, Jards Macalé e Gal Costa, mas no espetáculo Waly Salomão: Dito e Lido mergulhamos em sua poesia com nomes de peso: Jadsa e Guilherme Held entrecruzam suas guitarras para criar o território sonoro em que os poetas Joca Reiners Terron, Natasha Felix e Julia de Carvalho Hansen percorrem os textos deste mestre baiano. É o segundo espetáculo que concebo e dirijo ao lado da Juliana Vettore, da Capivara Cultural e uma das responsáveis pelos encontros Zapoetas, depois de celebrar a vida e obra de Leonard Cohen no ano passado. O espetáculo acontece no auditório do Sesc Pinheiros a partir das 20h e os ingressos já estão à venda neste link. Abaixo, a sinopse que fizemos para esta apresentação:  

Inferninho Trabalho Sujo apresenta Fernê e Madrugada

Sentindo falta do Inferninho Trabalho Sujo, né? Pois não dá pra terminar esse intenso setembro sem aquecer corações e mentes mais uma vez lá no Picles, reunindo outras duas bandas que, quem conhece sabe: a primeira delas é o Fernê, que reúne Chico Bernardes, Manu Julian e Theo Cecato em uma avalanche de noise e doçura, enquanto a segunda, Madrugada, reúne os irmãos Dardenne, capos do Seloki, à Paula Rebelatto do Porta, em um transe kraut da pesada. E como de praxe, depois dessas duas surras de som alto é a vez de queimar a pista até se acabar de felicidade comigo e a Fran misturando R&B, pop brasileiro, música eletrônica, indie rock, K-pop e o que mais der na nossa telha! Lembrando que quem chegar antes das 21h não paga para entrar e que o Picles fica no número 1838 da Cardeal Arcoverde, no coração de Pinheiros. Vamos que vai ser épico!

Aonde 2023: Dez casas de show em um mesmo festival

Participo, neste sábado, da primeira ação do coletivo Aonde, união de dez casas de shows de São Paulo que começam a conversar entre si para facilitar a colaboração mútua em vez de pensar em concorrência. Neste primeiro encontro, que acontece no Cine Joia, cada uma das casas mandará uma atração musical composta por integrantes de sua equipe. Assim, discoteco no começo da noite em nome de uma das casas participantes da noite, o Centro da Terra, numa programação que ainda incluirá a banda Emicaeli e as DJs Camilla & Erikat (representando a Associação Cultural Cecília), a banda Combover (do Estúdio Aurora), a banda Madrugada e o DJ Nag Nag (da casa de shows Porta), a banda Batto (representando o 74Club de Santo André), a banda Huey (em nome do FFFront), o grupo N0rvana (representando a Laje SP e o Tectonica) a discotecagem Punk Reggae Party (em nome da Secilians Shop) e a banda Punho de Mahin (representando a Fun House de Ribeirão Pires). Mais informações sobre o evento aqui.

14 anos de Cultura Livre e 7 anos de Som a Pino!

Comadre Roberta Martinelli me chamou para tocar mais uma vez em uma festa sua e a desta quinta-feira vale por duas, afinal comemora os 7 anos (!) do Som a Pino, seu programa diário na rádio Eldorado, e os 14 anos (!!) do Cultura Livre, seu programa semanal na TV Cultura, duas instituições da nova música brasileira e do novo jornalismo brasileiro que cobre música. A festa acontece no já clássico Bubu, que fica na marquise do estádio do Pacaembu, a parrtir das 19h, quando a querida Isadora Almeida começa a discotecar, até eu chegar, um pouco antes das 22h, para segurar a noite até o final. A regra é clara: só música brasileira e a entrada é gratuita. É só chegar. Vamos?