
Vamos a mais uma Desaniversário, a segunda do mês, também em parceria com a Feira do Livro, cuja edição 2025 termina neste fim de semana. E como fizemos a festa de abertura, eu, Claudinho, Clarice e Camila também fazemos a festa de encerramento, neste sábado, 21 de junho, como sempre ali no Bubu, na marquise do Estádio do Pacaembu, a partir das 19h. Vem dançar com a gente!

Sexta-feira surreal com dois trios instrumentais da pesada no palco do Inferninho Trabalho Sujo, que desta vez aconteceu no Picles. A noite começou com o trio Jovita, em que o guitarrista João Faria cria texturas sonoras entre a surf music, a psicodelia clássica e o shoegaze, enquanto o baixista Nicolas “Bigode” Farias cavalga riffs que acompanham a bateria forte de Guilherme Ramalho, mostrando músicas ainda inéditas, citando um discurso do Pepe Mujica antes de uma delas e criando longas trips quase instrumentais (como boa parte do repertório da banda, que ocasionalmente ganha vocais cantarolados sem letra por João), uma delas começando com uma citação ao afrossamba “Iemanjá”, de Baden Powell e Vinícius de Moraes. Pesado!
Depois do Jovita foi a vez do trio de Ponta Grossa Hoovaranas mostrar sua força, transformando o Picles em uma zona de saturação de eletricidade e ritmo, hipnotizando todos os presentes com sua sinergia assustadora. Sem usar a voz – a não ser para conversar com o público – o trio é um colosso instrumental em que a guitarra de Rehael Martins (que sola quase o tempo todo) é acompanhada do baixo absurdo de Jorge Bahls (jogando o tempo todo com a microfonia a seu favor, enquanto cria muralhas em forma de linhas de baixo) e da bateria estarrecedora de Eric Santana (quase sempre entre o groove circular do Sonic Youth e os tempos quebrados do free jazz), formando uma unidade sonora que seus integrantes sequer precisam trocar olhares para seguir em sincronia. Uma bordoada sonora que deixou todos os presentes de queixo caído. Depois eu e a Pérola soltamos aqueles hits que derretem a pista, só pra terminar a madrugada num inevitável São João. E o Inferninho desliga suas baterias este mês para voltar apenas em julho, quando comemoramos dois anos da festa numa festa foda que anuncio em breve.
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Nessa sexta-feira temos mais uma edição do Inferninho Trabalho Sujo no Picles, quando reunimos duas bandas instrumentais psicodélicas que estão despontando na cena brasileira. Quem abre a noite é o trio da Zona Leste Jovina, que já tocou na festa mas estreia no palco do Picles, seguido pelos festejados Hoovaranas, que vêm de Ponta Grossa para tocar pela primeira vez na festa. Depois dos shows, que começam às 22h, quem segura a noite madrugada adentro sou eu e minha comadre Pérola Mathias, que está se segurando para não transformar a pista do Picles numa quadrilha de São João. E quem garantir o ingresso antecipado e chegar antes das 21h30 não paga pra entrar. Vamos?

E neste sábado temos mais uma edição da Desaniversário no Bubu, desta vez em parceria com a Feira do Livro, que também começa neste fim de semana. A festa é dividida com a festa de abertura do evento e começa a partir das 19h, mas a Desaniversário de fato começa a partir das 22h, quando assumimos a discotecagem daquele jeito. O Bubu fica na marquise do estádio do Pacaembu e a festa vai até a meia-noite, por isso não deixe pra chegar tarde… Vem dançar com a gente!

Na terça desta semana aconteceu a premiação da Associação Paulista de Críticos de Arte no teatro Sérgio Cardoso, quando os agraciados de todas as categorias contempladas pela associação foram receber seus troféus em público. E durante a categoria música popular, da qual faço parte da comissão julgadora, tivemos a honra de reunir, num mesmo palco, Alaíde Costa (que recebeu o merecido primeiro aplauso de pé da noite), Amaro Freitas, os grupos Black Pantera e Boogarins, representantes dos Racionais MCs e de Hermeto Pascoal e os autores do disco Maria Esmeralda, que aproveitaram a oportunidade para apresentar uma das músicas do disco (a excelente “Todo o Tempo do Mundo”) ao vivo. Além de mim também participam da comissão de música popular Adriana de Barros (Mistura Cultural), Bruno Capelas (Programa de Indie), Camilo Rocha (Bate Estaca), Cleber Facchi (Música Instantânea), Felipe Machado (Times Brasil), Guilherme Werneck (Canal Meio), José Norberto Flesch (Canal do Flesch), Marcelo Costa (Scream & Yell), Pedro Antunes (Tem um Gato na Minha Vitrola) e Pérola Mathias (Poro Aberto).

Na sexta-feira tivemos mais um Inferninho Trabalho Sujo no Redoma com uma estreia que valeu por duas, afinal da banda Boia, formada na Unicamp por estudantes de música, não fez apenas seu primeiro show na festa como aquele foi seu primeiríssimo show da vida. Surgida a partir da parceria do violonista Leo Bergamini com a vocalista Luli Mello, a banda surgiu a partir da própria república, uma vez que quatro de seus integrantes moram na mesma casa – e os dois que não moram são vizinhos – em Barão Geraldo, distrito de Campinas onde fica a Unicamp. A convivência constante traduziu-se muito bem no palco e ao lado do flautista e saxofonista Renato Quirino, do guitarrista Murilo Costa Rosa, do baixista Murilo Kushi e do baterista João Decco, os dois dominaram a abertura da noite com um repertório autoral baseado nas canções de Leo e Luli, esta um colosso no palco, tanto em termos de voz quanto de carisma. A banda inteira esmerilha no território do jazz brasileiro mas sem cair na caretice típica das faculdades de música e seu entrosamento de casa os coloca num lugar em que podem embalar versões de Moacir Santos e Hermeto Pascoal sem perder o frescor nem o groove. Uma estreia e tanto de uma banda que tem tudo pra crescer bem esse ano.
Depois foi a vez do Saravá e o trio formato por Joni (guitarra), Roberth Nelson (baixo) e Antonio Ito (bateria) também mostrou que não está pra brincadeira, fazendo o rock clássico e o indie rock conversarem como se fossem da mesma geração. Três instrumentistas de peso, passearam pelo repertório já estabelecido em dezenas de shows pela cidade e mostraram músicas novas, além de recuperar um trecho do show que haviam abandonado, quando se entregavam ao improviso elétrico, meio psicodélico meio jazz, no número que batizam adequadamente de “Fritação”. É outra banda que está criando uma ótima casca e já tem uma reputação, ainda que nova, dentro da nova cena paulistana – que não para de ferver!
#inferninhotrabalhosujo #sarava #boia #redoma #noitestrabalhosujo #trabalhosujo2025shows 108 e 109

Nessa sexta-feira temos mais uma edição do Inferninho Trabalho Sujo no Redoma e no palco do Bixiga subirão duas bandas novíssimas em ascensão: a banda Boia, que está fazendo seus primeiros shows com repertório autoral, e o trio Saravá, que já passou pelo Inferninho e faz mais uma de suas apresentações fulminantes. Como as bandas dessa nova geração paulistana, as duas equilibram-se entre o rock independente, a MPB dos anos 70 e 80 e o rock clássico, e mais uma vez discoteco antes, entre e depois dos shows. A noite começa a partir das 21h e os ingressos já estão à venda.

Sexta-feira foi dia de um Inferninho Trabalho Sujo pautado pelo acaso e pela criação espontânea, quando os três artistas reunidos na Porta Maldita só tinham uma regra como repertório – como chegar do silêncio do início ao silêncio do final deixando suas ferramentas musicais expandirem o som de forma intensa e desenfreada. A noite começou com os Giallos percorrendo esse percurso com bateria, percussão, theremin, guitarra e trombone, com o vocalista Cláudio Cox soltando sua verborragia e suas maracas num spoken word tenso e agressivo, que ainda contou com a participação do saxofonista do Naimaculada, Gabriel Gadelha, convidado para participar da segunda parte do show. Free jazz com rock de confronto na veia.
Depois dos Giallos foi a vez do Pode Tudo Mas Não Pode Qualquer Coisa, projeto de improviso livre puxado pelos Fonsecas e quem eles quiserem chamar no dia. Como o baixista Valentim Frateschi estava no Rio de Janeiro, eles convidaram o baixista Julio Lino – uma espécie de Thundercat alto astral -, um monstro do baixo de seis cordas, e, de quebra, a tecladista Júlia Toledo e os seis foram do rock desembestado ao jazz funk, com Thalin tinindo jazzman na bateria, Felipe Távora solto entre os vocais e os efeitos e Caio Colasante levando sua guitarra para muito além do rock, num encontro que pareceu que durou horas – ou segundos – enquanto chegou em uma hora de improviso.
A noite encerrou com o dono da casa, Arthur Amaral, experimentando uma nova versão de seu projeto Tranze, que contou com o baterista do Naimacuiada, Pietro Benedan (entre o jazz, o rock e o drum’n’bass!), que tocou pela primeira vez com o guitarrista Arthur Sardinha, o baixista Rafael Penna e o tecladista Lukas Pessoa, da banda Monstro Enigma, num encontro liderado pela pregação anticonformista de Arthur – trajando um jaleco – que deixou todo o flow Doors dominar a noite num caos desembestado. Terminei os trabalhos discotecando faixas improváveis como “A&W” da Lana Del Rey, “Dogs” do Pink Floyd e “Crazy Rhythms” dos Feelies para o público que ficou na casa até quase o sol raiar. Noitaça!
#inferninhotrabalhosujo #gialos #tranze #podetudomasnaopodequalquercoisa #aportamaldita #noitestrabalhosujo #trabalhosujo2025shows 096, 097 e 098

Nessa sexta-feira tem mais Inferninho Trabalho Sujo na Porta Maldita, quando reunimos três bandas que trabalham na base do improviso livre de natureza rock, com muito noise, microfonia e caos sonoro. Os Gialos já são uma banda clássica, o Tranze é o projeto beat do dono da Porta Maldita, o grande Tuta, e a bagunça do Pode Tudo Mas Não Pode Qualquer Coisa, reúne integrantes dos Fonsecas, Julio Lino e Julia Toledo. Shows completamente fora de controle, temperados pelo clima caseiro e aconchegante que só a Porta Maldita tem hoje – com discotecagem minha no final da noite. A Porta Maldita fica no número 400 da rua Luiz Murat, entre os bairros Pinheiros e Vila Madalena, e os ingressos já estão à venda neste link.

Não irei na Virada Cultura desse ano, quando o evento completa 20 anos como um dos principais acontecimentos culturais do calendário de festas no Brasil, mas falei um pouco sobre sua importância na série de programas Virada da Brasilidade que o jornalista Decio Caramigo fez na rádio Nova Brasil, e me colocando para falar ao lado dos cantores Jotapê, Paulinho Boca de Cantor e Paulinho Moska, da dançarina Aline Cortez e da cantora Josyara, além de políticos, público e outros convidados. Ouça a íntegra dos três programas abaixo. E boa Virada pra quem for hoje!