Música brasileira no século XXI

, por Alexandre Matias

Desbravo a seara dos cursos no MAM de São Paulo ao conduzir a série de quatro aulas Música Brasileira no Século XXI, que acontece entre os dias 11 e 20 de setembro, desta vez em versão online. Durante o curso, falo sobre o conceito de música independente e como esse começou a ser ressignificado uma vez que a internet surgiu como um contraponto ao formato vigente no século passado, que trabalhava com parâmetros como rádio e discos, conceitos que, apesar de ainda aí, perderam a importância que tinham. Com a chegada da era digital, novos agentes entraram neste mercado e que também viu a ascensão do funk e do hip hop, a descentralização geográfica cultural do país e, consequentemente, novos assuntos e preocupações vieram à tona. Também falo sobre o impacto da pandemia e da ausência de políticas públicas para este mercado e como sua reconstrução vem sendo feita. Mais informações sobre o curso e o link para realizar as inscrições estão no site do MAM.

Leia abaixo:

Música brasileira no século XXI

As transformações que aconteceram na música brasileira na virada do século só estão começando a ser sentidas agora – e ainda estão num primeiro momento. A partir de uma série de fatores que coincidiram com este período, como a popularização da internet, a consolidação das cenas ao redor do rap e do funk, a ascensão das redes sociais, a profissionalização do mercado midstream e discussões sobre quem determina o que é ouvido no Brasil, a música parou de ser gerida pelas forças que dominaram o mercado durante todo o século passado – gravadoras e rádios, essencialmente.

Nesta nova configuração, entram novos agentes e personagens, que não só trazem temas e discussões novíssimas para a produção musical como criam novos modelos tanto de negócios como de gestão culturais. Artistas como Racionais MCs, Liniker, Letrux, Céu, MC Bin Laden, Pabllo Vittar, Rico Dalasam, Emicida e Boogarins estão mudando a paisagem musical brasileira de vez, fazendo conexões com pioneiros que lutaram contra o monopólio cultural do século anterior.

Destinado a estudantes, interessados em música e profissionais que querem compreender as mudanças que estão reconfigurando a paisagem da cena musical, o curso não requer nenhum preparo ou formação prévia.

Programação

Aula 01 – Conceitos básicos e a formação do mercado independente
Independente de quê?
Edições do autor
Um contraponto às multinacionais
A chegada da internet
Festivais mapeiam o Brasil
Mídias sociais tomam o espaço de blogs e sites
O mercado se profissionaliza

Aula 2 – Periferia organizada
O funk surge no Rio de Janeiro
O rap consolida-se em São Paulo
Rap e funk como forças no mercado independente

Aula 3 – Da tal da nova MPB à diversidade pop
A geração pós-Céu
São Paulo consolida-se como polo cultural do Brasil
A velha MPB abraça a nova MPB
A força do pop feminino
Liniker, Pabllo e o pop transgênero
A cena LGBTQIA+

Aula 4 – Depois das trevas
Reconstrução pós-pandemia
Reconstrução de políticas públicas
Reconstrução de público

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