Orra, Zaho!

A espoleta jovem francesa Zaho de Sagazan encerrou sua breve passagem pelo Brasil ao mesmo tempo em que finalizou a extensa turnê de seu disco de estreia, La Symphonie des Éclairs, lançado há dois anos. Depois de arrebatar plateias no Recife (quando tocou no festival Coquetel Molotov) e no Rio de Janeiro (em passagem pelo Circo Voador), ela encantou o público que lotou o Cine Joia em mais uma apresentação feita pela marca Indigo, que realizou o festival de mesmo nome que trouxe Weezer e Mogwai para o Brasil em novembro, além de viabilizar a vinda do Massive Attack e de Nilüfer Yanya no mesmo mês. Francófono por opção do público (que respondeu “oui” quando ela perguntou se preferia ser ouvida em inglês ou francês), o show equilibrou-se entre duas escolas musicais aparentemente díspares, mas que Zaho casou-as sem dificuldades – de um lado a chanson française, com direito a baladas ao piano e letras intermináveis sem refrão; do outro o tecnopop que começou deliciosamente retrô, soando bem oitentista (vide os gigantescos sintetizadores que seus músicos tocavam), mas que logo veio para o século 21. O público heterogêneo misturava pessoas mais velhas aos contemporâneos de Zaho, nascida no ano 2000, todos cantando as letras em francês da compositora, que nem precisava ter apelado para o hit “Modern Love” de David Bowie, que a tornou famosa no ano passado, para deixar a plateia em êxtase. Ela nem está mais tocando essa música em seus shows, mas como foi sua primeira vez no país, voltou-se para o sucesso eternizado por Bowie em 1983 que viralizou no início do ano passado, quando ela o cantou na abertura do festival de Cannes em homenagem à diretora Greta Gerwig. A música fez tanto sucesso que ela a lançou como um single (além de viabilizar sua vinda ao país ao ser incluída na trilha sonora do remake da novela Vale Tudo) e terminou a noite dançando no meio do público, num showzaço que pegou a todos de surpresa. Que maravilha!
#zahodesagazan #cinejoia #trabalhosujo2025shows 284