Essa do Yo La Tengo saiu no ano 2000.
Um triângulo equilátero de não-rock
Simplicidade instrumental, sensibilidade artística e bom senso pop são as armas do Yo La Tengo
Eles não têm refrões memoráveis. Nem pirotecnia no show. Não esbanjam estilo, não vendem milhões de disco. Não há nada no grupo que possa ser chamado de músico virtuoso, símbolo sexual, salvador do rock ou mau exemplo para as futuras gerações. Então o que raios há de tão bom neste tal Yo La Tengo?
Deixe as nuvens de desenho animado feitas pela voz sussurrada da baterista Georgia Hubley te responderem. Ou o acúmulo de microfonia nova-iorquina forma nas paredes de ruído da guitarra de Ira Kaplan te explicar. Ou aquele teclado fora de moda, tocado em apenas duas teclas; sublinhado pela velha e insistente bateria, acompanhado por um vocal que tomba entre o pesar e o sono. O casal de Hoboken (terra de gente que sabe o que é bom, como Sinatra e os Feelies) e o rotundo guitarrista James McNew formam a mais improvável banda de rock de todos os tempos. Um trio cuja simplicidade instrumental casa com a sensibilidade artística e o bom senso pop, mesmo que nada os classifique como tal: não há riffs, refrões, solos, rima e métricas são menosprezadas – no máximo conseguimos tirar o groove.
O pacote lançado pela Trama cobre quase toda a farta discografia do grupo, cujas origens remontam ao meio dos anos 80, quando eram simples mas esforçados emuladores do Velvet Underground (ouça a estréia Ride the Fader, o mais velho da leva). A dupla de álbuns que o seguiu (New Wave Hot Dogs e President Yo La Tengo) ensinou ao grupo o macete do crescendo motorizado bolado pelo krautrock, abusado à vontade a partir deles. O brasilização do Yo La Tengo pula dois discos (o só de covers Fakebook e o quase escocês May I Sing With Me?) e reencontra-se em Painful, que oficializa a entrada de McNew, tornando o triângulo instrumental do grupo de isósceles a equilátero.
E é com tal pé direito que entram em sua melhor e mais celebrada fase, começada com o magistral Electr-O-Pura e seguido pelos igualmente irresistíveis I Can Hear the Heart Beating as One e And Then Nothing Turned Itself Inside-Out (lançado este ano). Entre os dois discos ainda houve espaço para o álbum duplo de sobras Genius + Love = Yo La Tengo, com versões para Wire, John Cale, Jackson Browne, Beat Happening e uma excelente versão surf de Blitzkrieg Bop, dos Ramones. A coletânea é uma boa porta de entrada para o lado B do grupo, onde encontramos EPs, mini-álbuns e maxi-singles cheios de raridades, versões bizarras, instrumentais e remixes. Mas pedir para esses discos sair no Brasil é demais – ou não? Se não for, seguem as dicas: Strange But True, com o Half Japanese Jad Fair, o EP Little Honda, os remixes de Autumm Sweater (MBVmaníacos já sabem do remix de Kevin Shields, né?) e o recente Danelectro. Boas línguas dizem que o grupo vem aí no começo de 2001 pro Brasil. Mas é preciso ver e ouvir para crer – não custa, no entanto, torcer.
Saiu a escalação do Lost Weekend, o festival que a Matador vai fazer pra comemorar seus 21 anos em Las Vegas.
Friday:
4 PM: Gala opening party, Hardwood Suite (VIP ticketholders, limited capacity)
MAIN STAGE (The Pearl):doors open 6 PM, first band (Guitar Wolf) on at 7 PM
Pavement
Sonic Youth
Fucked Up
Chavez
Cold Cave
Guitar WolfMC : Jeff Jensen
2am onwards : Superchunk/Fucked Up, Hardwood Suite (VIP ticketholders only, capacity limited)
2am onwards : Karaoke Underground at Little Buddha (open to all ticketholders, space permitting)Saturday:
MAIN STAGE (The Pearl):
Belle and Sebastian
Spoon
Superchunk
Cat Power
Perfume Genius
The Jon Spencer Blues Explosion
Come
GirlsMC : Bob Nastanovich
2am : Esben and the Witch, Harlem, Key West Ballroom (open to all ticketholders, space permitting)
Sunday (MATINEE, in Key West Ballroom, open to all ticketholders, capacity limited):
The Clean
Times New Viking
Kurt VileSunday evening :
MAIN STAGE (The Pearl):
Guided By Voices
Yo La Tengo
Liz Phair
The New Pornographers
Ted Leo & the Pharmacists
ShearwaterMC’s : Tom Sharpling & Jon Wurster
Matador at 21: The Lost Weekend takes place at the Palms Resort and Casino in Las Vegas from October 1-3, 2010. This event is sponsored by MySpace Music, Altamont and Incase.
Ainda não tou acreditando que vou ver isso… e com a melhor companhia do mundo!
Eles bem que podiam aproveitar a vinda pro Brasil e fazer uns shows em São Paulo, né… Tipo no Sesc Pompéia… Aliás, faz dez anos que eles tocaram aqui da primeira vez.
Rapaz, isso vai ser imperdível…
“Sugarcube”, do Yo La, via FLips. Ficou OK.
LCD Soundsystem…
…Xx…
…Flying Lotus…
…Yo La Tengo…
…Mayer Hawthorne…
…Phoenix…
… Atoms For Peace e muito mais na resenha que o Bruno fez do Coachella desse ano. Confere lá!
Devagar…
“Blue Line Swinger” no ano em que foi lançada, quatro minutos de microfonia, teclados fúnebres e bateria esparsa que antecedem um transe apaixonante de eletricidade. Ouça com fones.