Uma viagem no tempo e no espaço

A casa cheia nesta terça-feira foi conduzida para outras dimensões a partir do violão e do alaúde de Juliano Abramovay. Sua pesquisa musical que contempla a mescla entre música brasileira e músicas do leste do Mediterrâneo no espetáculo Amazonon teve diferentes nuances a partir dos músicos convidados. Seja sozinho no palco ou com alguns de seus parceiros, ele ia modelando o clima da noite à medida em que recebia novos instrumentistas no palco, seja a excelente cozinha formada pelo baixista Ricardo Zoyo e o baterista João Fideles, o clarinete hipnótico de João Barisbe (com quem gravou o disco Aló no ano passado), a voz transcendental de Yantó, os sopros do catalão Oscar Antoli (que revezou-se entre o clarinete e o balcânico kaval) e, meu momento favorito da noite, o cello e a voz da holandesa Chieko. A condução de Juliano, que pontuava ocasionalmente as peças instrumentais (parte de sua autoria, parte alheia), esbarrava em sua natureza de professor de conservatório, dando uma dimensão ainda maior à viagem no tempo e espeço que proporcionou aos presentes.

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Assista abaixo:  

Juliano Abramovay: Amazonon

Nesta terça-feiro, no Centro da Terra, o violinista Juliano Abramovay, um dos fundadores do grupo Grand Bazaar, apresenta a nova versão do seu projeto de encontrar pontos em comum entre a música do leste do Mediterrâneo, especificamente Grécia, Turquia e Oriente Médio à musicalidade brasileira. Morando há quatro anos na Holanda, ele aprofundou esta pesquisa no período em que fez seu mestrado em música turca na Conservatório de Rotterdam, onde leciona atualmente, e segue seu doutorado em etnomusicologia na Universidade de Durham. Para esta apresentação no Centro da Terra, ele reúne músicos como o baixista Ricardo Zoyo, o baterista João Fideles, os sopros de Oscar Antoli, a voz e o cello de Chieko, o clarinete de João Barisbe e a voz de Yantó, dando vida a esta nova fase de sua criação. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados neste link.

Potência a três

Mais uma noite com Chicão no comando, desta vez pavimentando o caminho musical para dois velhos camaradas: Alzira E e Yantó, que além cantarem em dupla com o pianista dono das segundas-feiras de novembro no Centro da Terra, ainda entrelaçaram seus timbres e vocalises tão peculiares em alguns dos grandes momentos desta apresentação. Yantó, que foi produzido por Chicão em seus primeiros álbuns, chegou a dividir o piano com o mestre em algumas músicas, inclusive quando trouxe a cantora para um dueto em “Conversa Mole”, além de tocar “Offline” de Marcelo Segreto e “Chuva Acesa”, da própria Alzira, e mostrar-se um hábil e contido virtuose vocal. Ela por sua vez começou a noite com a novíssima “Filha da Mãe”, a maravilhosa “Tristeza Não” e a a imortal “Milágrimas”, além de refazer sua “Finalmente” com Chicão temperando a base com “I Want You (She’s So Heavy)” dos Beatles. Yantó e Alzira ainda dividiram “Itamar É” e “Voos Claros”, composta pelo irmão dela, Geraldo Espíndola, responsável por musicalizar a família. Foi lindo demais.

Assista aqui:  

Chicão: Prémistura

O maestro Chicão Montorfano começa sua temporada no Centro da Terra nesta segunda-feira (6), quando começa a mostrar as canções de seu primeiro disco solo, gravado há anos e que finalmente verá, em breve, a luz do dia. O disco chama-se Mistura e justamente por isso a temporada foi batizada de Prémistura, quando o músico, compositor e arranjador mostra diferentes versões de seu trabalho, apontando tanto para o passado recente quanto para o futuro próxima. Na primeira apresentação, ele começa a noite com sua companheira Marcela Sgavioli nos vocais e percussão apresentando-se como a dupla Mar & Chicão. A segunda parte da noite vem com a cantora e cavaquinhista Letícia Coura que acompanha o tecladista pelas canções da peça Bacantes, do Teatro Oficina, do qual Chicão também foi diretor musical. Na segunda que vem (13), ele acompanha dois amigos e ídolos – Alzira E. e Yantó – somente ao piano. Na segunda dia 20 não terá temporada, pois é feriado, e ela continua no dia 27, quando Chicão abre a Prógui Náiti ao lado dos músicos Gabriel Falcão (guitarra) e voz, André Bordinhon (guitarra), Fernando Junqueira (bateria), Filipe Wesley (baixo) e mais uma vez Marcela Sgavioli (voz e percussão), visitando tanto músicas de seu primeiro disco solo quanto clássicos do rock progressivo. A última segunda-feira da temporada é a primeira de dezembro (4), quando recebe os músicos Barulhista, Bernardo Pacheco e Wanessa Dourado para um concerto de improvisação livre. Os espetáculos começam sempre às 20h e os ingressos podem ser comprados através deste link.