E se o Yahoo usasse as cores do Google? Se o Mastercard tivesse as cores do Visa? Ou o McDonald’s tivesse as cores do Subway? Eis o interessante experimento iniciado pela designer catalã Paula Rúpolo em 2013, que acaba de ser revisitado. Separei algumas trocas de cores de marcas abaixo.
Que notícia!
• Carro conectado • Mão na roda • Homem-Objeto (Camilo Rocha): Computadores feitos para nos transportar • Impressão digital (Alexandre Matias): Conectar-se à internet é só o início do automóvel do século 21 • O pecado original, por Cory Doctorow • Tinta eletrônica • Eric Schmidt: Tecnologia para combater o medo • No Arranque (Filipe Serrano): A mentalidade do Google é a nova esperança para o Yahoo • 9 à esquerda • Piratas a bordo •
• Obsolescência programada: Programado para morrer • ‘Estamos criando montanhas de lixo’ • Conserte você mesmo • A Sopa azedou • Megaupload é tirado do ar e Anonymous revida •No Arranque: Crowdfunding brasileiro quer acelerar em 2012 • Impressão Digital: Kodak, Yahoo, direitos autorais e a inevitabilidade do digital • Homem-Objeto: Leve e compacto • Vida Digital: Drew Houston,do Dropbox • Todo mundo menos ela • Mapas mais acessíveis • Facebook no topo do Brasil, Apple na educação, programador condenado à morte e Kodak falida •
Minha coluna no Link dessa semana reúne três assuntos diferentes, mas que são o mesmo.
Kodak, Yahoo, direitos autorais e a inevitabilidade do digital
Para milhões, baixar gratuitamente é rotina
A Sopa e a Pipa foram o principal assunto da semana passada, mas queria aproveitar para falar de outros acontecimentos ofuscados pela briga entre a indústria de entretenimento e a de tecnologia, mas que podem nos ajudar a jogar uma luz sobre a confusão legal a que estamos assistindo.
Um deles é a concordata da Kodak e o outro, a demissão de Jerry Yang, um dos criadores do Yahoo, do cargo de “cofundador e líder” do site (sim, esse era seu cargo). Ambas notícias podem ser comparadas à clássica anedota sobre a inevitabilidade do digital – quando as grandes gravadoras do mundo resolveram processar seus próprios consumidores (que, graças ao Napster, descobriram que era possível baixar música de graça e à vontade) e deram início ao fim de seu próprio monopólio, o da música gravada e lançada em mídias físicas.
A Kodak, uma empresa centenária, inventou a câmera fotográfica portátil que a tornou sinônimo do aparelho que popularizou. Mas também inventou a primeira câmera digital – na pré-história do mundo digital, nos anos 70. Mas como também vivia de vender filmes, preferiu não investir neste setor, com medo de perder o mercado analógico. Mas, ao manter-se irredutível nesta posição, viu ao mesmo tempo o mercado que queria proteger sumir e outras empresas assumirem as rédeas da fotografia digital. Até mesmo de outros tipos de produto, como a Nokia, que se consolidou no mercado de celulares justamente por apresentar boas câmeras embutidas nos aparelhos. Sua cabeça-dura custou-lhe a própria existência.
A mesma teimosia acabou fazendo Yang pedir demissão do principal cargo do site que criou. O Yahoo, muitos nem sequer devem se lembrar, já foi um dos titãs do mundo digital, numa época em que os sites eram contados aos milhares e as conexões ainda eram discadas. Com a chegada do Google, o site preferiu manter-se preso à lógica de portal, típica da última década do século passado, em vez de apontar links para o resto da rede. Fechou-se em si mesmo e apostava na possibilidade de ser comprado ou fundir-se a algum outro gigante. A Microsoft foi quem mais cortejou o velho líder das buscas, em vão. Até que a chegada de um novo CEO, Scott Thompson, obrigou Yang a sair do holofote – e sacramentar o fim de uma era.
O que nos leva de volta às polêmicas leis antipirataria que ameaçam a existência da web como a conhecemos – não apenas nos EUA, mas em todo o mundo. Não é a primeira vez que o Congresso norte-americano tenta aprovar leis que tentam restringir o avanço da pirataria digital. Mas o que estamos assistindo em 2012 é ao aumento da truculência e da força política de uma indústria que, como a Kodak e o Yahoo, preferem não abraçar o digital inevitável e agarrar-se a uma legislação que não faz sentido em tempos digitais.
O lobby de Hollywood é poderoso e pode ter consequências catastróficas para a rede. Imagine que o simples ato de linkar um vídeo do YouTube no Facebook (que não seja autorizado por seu criador) possa significar até cinco anos de cadeia. Como ironizou alguém no Twitter, se você uploadar uma música de Michael Jackson na internet, pode pegar um ano a mais de cadeia do que o próprio médico acusado de sua morte. Não faz o menor sentido.
Fora que o que é chamado de pirataria pela indústria do copyright é rotina para milhões (bilhões?) de pessoas por todo o planeta. Baixar conteúdo gratuitamente é infração do direito autoral antigo, mas há mais de uma pesquisa mostrando que, quanto mais alguém baixa conteúdo sem autorização, mais gasta no mesmo tipo de conteúdo. As leis não devem parar no tempo – elas devem mudar de acordo com as mudanças da sociedade.
E se insistir nisso, os EUA podem matar seus principais produtos no novo século: Google e Facebook vão ter que mudar completamente seus negócios. Abrindo espaço para alguém, em algum país, criar seu próprio clone de Google ou do Facebook e conseguir um público que antes era dos EUA. E aí pode ser que o cabeça-dura da história seja o próprio governo dos norte-americano.
• A “era iPod” (2001-2009) • Calma, o iPod só morreu como símbolo • Com a ‘cloud music’, streaming já é, hoje, o rádio do futuro • Depois da música, é a vez dos filmes e livros • Porque a indústria prefere o streaming ao download • Dá para usar Hulu, iTunes e Netflix no Brasil? • Ter ou não ter? Eis a questão que o digital propõe • Do YouTube para Hollywood • As ameças à hegemonia do Google, o cão de um truque só • Futuro do livro já é uma página virada • Brasileiro, Yahoo Meme será lançado em todo o mundo • Redes sociais podem salvar aqueles noites que parecem perdidas • Localização guia criação de aplicativo para celular • Dicionário Google já reúne 27 línguas • Nova PontoCom agita o mercado • Lei quer proibir games violentos • Google quer deixar a internet mais rápida • Guloseimas em rede social • Ativistas protestam por liberdade na web • E-mails de um idiota • Editar pode ser fácil • Caia na noite via rede social • Escreva tudo que quiser jogar no Nintendo DS • Convenção de humor no MIT? • Vida Digital: Ben Huh, do I Can Haz a Cheezburger•
O Yahoo desligou os aparelhos que mantinham o Geocities vivo. O site foi um dos primeiros a liberar espaço gratuitamente para quem quisesse construir seu espaço online e fez parte da puberdade de toda uma geração que hoje domina diferentes aspectos da rede. Nascido no meio dos anos 90, o site pode ser entendido como uma das primeiras tentativas de organizar o conteúdo gerado pelo usuário (dá pra chamar de proto-web 2.0?) e um dos primeiros habitantes da tal “nuvem” de dados do cloud computing (antes do webmail viver seus primeiros dias de glória, com o lançamento do Hotmail em 1996 – que só foi comprado pela Microsoft anos depois).
Eu mesmo migrei o Trabalho Sujo de vez para a internet quando o tirei do papel em 1999; ano que também fundei, com o Abonico, um e-zine temporário – chamado, er, 1999 (que tinha uma atualização por dia – do primeiro de janeiro ao 31 de dezembro). Ambos estavam estacionados no Geocities (a íntegra do 1999 e o Sujo entre 2000 e 2004, antes de entrar no Gardenal), fósseis flutuantes de um recente passado digital – como milhares de outros repositórios de informação que estavam naquela freguesia – e agora só existem num HD solto aqui em casa, no Wayback Machine e na memória de quem viveu aqueles anos.
A imagem que ilustra esse post é a reformulação de layout que o genial XKCD fez em homenagem ao fim do Geocities, com ícones emblemáticos do site – como seus banners coloridos, seus ícones batidos, os wallpapers que piscavam, as tabelas de programação à vista, erros de HTML e outros detalhes que, vistos de 2009, parecem ter mais de trinta anos de idade
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