Minha coluna no Caderno 2 voltou das férias ontem.
Uma música só para você
A solução do Belle & Sebastian
Ícones do indie rock desde seu primeiro álbum – If You”re Feeling Sinister, e lá se vão 12 anos desde seu lançamento -, o grupo escocês Belle & Sebastian acaba de soltar mais um disco no mercado. Write About Love é seu sétimo lançamento (sem contar os EPs) e, numa época em que qualquer disco pode ser baixado e ouvido com apenas uma busca no Google, a banda inventou uma forma interessante de fazer com que seus fãs comprassem a versão física – o CD – de seu novo álbum.
Muito já foi dito sobre este assunto: uma vez que a música perdeu seu valor comercial ao se tornar facilmente encontrada para download online, como os artistas podem fazer que seus fãs voltem a pagar por música? A primeira resposta já virou lugar-comum: o fã paga para ver o show (que abre uma discussão enorme sobre o que acontece com o artista que não faz apresentações ao vivo, mas isso é outra conversa).
Outros vieram propor mais soluções radicais. Já é clássico o exemplo do Radiohead, que liberou seu In Rainbows para download gratuito e propôs que os fãs pagassem quanto queriam para ter o disco (mesmo que não pagassem nada). A banda Nine Inch Nails transformou seu disco Year Zero em uma plataforma com diferentes versões para download. Quem quisesse ouvir o disco, podia baixá-lo gratuitamente. Se a opção fosse baixar o disco com uma qualidade sonora superior, havia um preço. Outra versão vinha com faixas extras, a um preço maior.
O baterista da banda, Josh Freeze, inspirado neste plano, lançou um disco em que ofertava várias versões com preços diferentes – e as opções mais caras incluíam desde um telefonema pessoal do músico para o fã em agradecimento à compra até um show particular feito para quem pagasse o valor máximo que ele pedia,US$ 20 mil.
O Belle & Sebastian, que se apresenta no Brasil no início de novembro, foi além e acaba de lançar uma promoção junto de seu novo disco que é simples e convincente o suficiente para fazer seus fãs comprarem o pedaço de plástico com as músicas gravadas. Cada cópia de Write About Love vem com um código único que, ao ser digitado no site da banda, permite que o fã participe de uma promoção.
Nela, a banda pede para que o fã escreva em 300 palavras porque o Belle & Sebastian deveria gravar uma música sobre ele mesmo. Quem conseguir convencer os escoceses ganha um senhor prêmio: a banda vai para a cidade do fã, passa uma tarde com ele para, depois, ouvir uma música composta sobre ele. Simples, não? E ainda há quem se pergunte sobre como ganhar dinheiro com música em tempos digitais…
Em 2007, o projeto colaborativo White Glove Tracking convidou gente do mundo todo para rastrear, na tela do computador, por onde se movimentava a luva branca de Michael Jackson quando ele mostrou “Billie Jean” pela primeira vez ao mundo. O projeto gerou uma série de algoritmos e, a partir destes, a cena que consagrou a luva como protagonista em diversas versões diferentes da cena. Delírio.
Como se os Estados Unidos fossem parâmetro pra algum tipo de pudor. Em que outro país do mundo poderia existir um blog dedicado a vídeos de pessoas dançando “Pony” sozinhas?
E a fila continua pra todos os lados – e todos os gostos. Cuidado que hipnotiza.
Não é pra menos: “Pony”, o primeiro single de Genuwine, de 1996, é uma das primeiras produções de Timbaland (o cara por trás da Missy Elliot, “SexyBack” e “Promiscuous”, pra quem não sabe) e essa base pega no nervo…
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E aí, quem topa entrar na onda do Rivers Cuomo 2.0?
Última do Michael por hoje: vocês viram esse site, Eternal Moonwalk? Ele reúne vídeos de pessoas do mundo todo (qualquer um pode enviar) fazendo o passo clássico do Jacko no maior moonwalk de todos os tempos – além de medir (em metros), enquanto você quiser ficar vendo. Uma beleza de site: simples e genial.