Nesta quarta-feira o Sesc Pompeia assistiu à mais um reencontro do mitológico grupo pós-punk paulistano Voluntários da Pátria, com a mesma formação que gravou seu único disco, que completa quatro décadas neste 2024. A apresentação reuniu mais uma vez os guitar heroes Miguel Barella e Giuseppe “Frippi” Lenti, o baixista Ricardo Gaspa, o baterista Thomas Pappon e o vocalista Nasi na primeira vez em que o grupo tocou ao vivo as duas músicas que gravaram, à distância, durante o período pandêmico, “Ainda Estamos Juntos” e “O Voluntário”. Mesmo entrando na sexta década de vida, seus integrantes mantém o pulso firme dos bons tempos, à exceção do vocalista, que parece menos dedicado ao retorno que os outros quatro, mas que fez um show melhor do que o que assistimos em 2019, quando o grupo tocou pela última vez, quando era curador do Centro Cultural São Paulo. E sempre que um evento desse porte acontece é uma oportunidade ótima para cruzar com diferentes ícones da cena paulistana de diversas épocas, todos vindo saudar o legado de uma banda única no rock brasileiro – além de Pappon ter revelado quem é o homenageado na música “O Homem Que Eu Amo” – quem foi, sabe.
Neste domingo, às 18h, o lendário grupo pós-punk paulistano Voluntários da Pátria volta com a mesma formação que gravou seu único disco, de 1984, a um palco clássico na história da banda, no Centro Cultural São Paulo. Corre senão os ingressos acabam – mais informações aqui. O show também marca o reencontro de Nasi com Gaspa, que não tocam juntos desde que o Ira! terminou em 2007.
Sente o nível da programação que apresentamos na Sala Adoniran Barbosa durante o mês que começa na semana que vem:
4/4 – Tom Zé apresenta um show em comemoração ao cinquentenário de seu disco de estreia, A Grande Liquidação
5/4 – Zé Geraldo, patrono do rock rural
7/4 – Voluntários da Pátria, tocando seu único disco com a mesma formação da gravação, incluindo Miguel Barella, Nasi, Gaspa, Thomas Pappon e Giuseppi Fripp
11/4 – Smack, a mítica banda pós-punk volta ao seu clássico Ao Vivo no Mosh, com Sandra Coutinho, Edgard Scandurra, Fabio Golfetti e Thomas Pappon
12/4 – Semiorquestra mostra seu disco de estreia, Jogos e Quitutes, em show gratuito
13/4 – Ascensão, de Serena Assumpção, é lançado em vinil, em show com Anelis Assumpção, Tulipa Ruiz e Curumin
14/4 – Dois clássicos grupos de rock de São Paulo, Skywalkers e Continental Combo, apresentam-se conjuntamente
18/4 – E Se Rupestre Vingaroda? é uma performance interativa idealizada por Mahal Pita, do BaianaSystem
19/4 – O grupo Bazar Pamplona mostra seu novo disco de graça
20 e 21/4 – Jards Macalé apresenta seu Besta Fera em duas apresentações
25/4 – Jonas Sá mostra seu ótimo disco Puber
27/4 – Ana Cañas apresenta seu disco Todxs
28/4 – Hamilton de Holanda apresenta sua homenagem a Jacob do Bandolim dentro da programação do evento Paulista Cultural
O Sonho Não Acabou é um bom documentário feito por uma turma de estudantes de jornalismo sobre um tema batido (o rock brasileiro dos anos 80 – seria esse gênero a nova bossa nova de toda uma geração?), mas específico (o ponto de vista de São Paulo). O filme é apenas correto, mas conta com bons depoimentos e destrincha bem o cenário do indie rock paulistano daquela época (uns vão dizer “pós-punk”, outros “rock alternativo”…) que, por um acaso do destino, viu-se projetado ao topo da indústria fonográfica da época, no susto – e chega a conclusões interessantes, como a constatação pós-apocalíptica – e teatral – de Ciro Pessoa de que o Restart é só o fim de um processo (“pop-punk-rock”, como ele diz, “são truques de composição”) e a triste realidade que, desde o Acústico, os Titãs viraram “MPB”. Mas por que ninguém entrevista o Paulo Ricardo? Veja abaixo: