Video Game Boy
Outra resenha de uma Bizz no ano passado.
Artificial – Free U.S.A.
A primeira vez que Kassin trouxe seu GameBoy a público foi na festa de aniversário do site Urbe, em 2003, quando, escudado pelo compadre Berna Ceppas, transformou a pequena pistinha do Zero Zero no Rio em um pesadelo IDM Atari anti-Guerra do Iraque. De lá pra cá, a brincadeira tomou tento, ganhou nome, centralizou-se no próprio produtor e optou pelo groove. Mas a tensão robótica e retrô continua dando o tom do projeto que, mesmo quando apela para o eletro-suingue branco lo-fi (em beckismos princeanos como “Time to Change”, “Nurse”, “Feel Like Makin'”, “Dirty Disco” e a vampiros lesbos “Let’s Make”), ainda mantém o clima de paranóia digital que o videogame portátil craqueado carrega nos circuitos (mesmo quando descamba pro dada – em “Pa Pa Pa” e “Joy”). Timbres Devo convivem com teclados Casiotone e beats oitentistas rachados por distorção como pedaços de um muro Tetris destruídos pela bolinha do Arcanoid. O clima político daquela primeira apresentação, no entanto, se mantém, do título do disco a faixas como “My Sound Will Kill You” e “Palestina”.