De tudo que faço, o Vida Fodona é o que o mais faço só porque quero. É também o que menos me dá retorno, mesmo pessoal, pois não sei quem o escuta, quando escuta, porque escuta e porque continua escutando. Tudo bem. Pois acho que isso é reflexo exato da minha vontade inicial – fazer um podcast com cara de programa de rádio, atualizado periodicamente com minhas impressões sobre músicas novas e como elas conversam com meus clássicos de sempre. Mas nos últimos dois anos, o podcast deu uma desandada – a vida pessoal me obrigou ter outras prioridades e o trabalho me levou a ressuscitá-lo mal e porcamente como uma playlist do Spotify, algo que fugia completamente de seus atributos desde o início: qualquer um pode ouvi-lo, desde que tenha acesso à internet. O shopping center musical que é o Spotify também restringe bastante a seleção de músicas e funcionou apenas como um paliativo para não deixar o Vida Fodona morrer. Novamente no formato de podcast, ele ressuscitou de jeito neste 2018, ainda um tanto capenga no que diz respeito à periodicidade, mas efetivamente mais próximo de suas intenções originais: fazer a sua trilha sonora…
2019 é o ano de azeitar ainda mais essa máquina e começar a focar melhor em outras áreas que estão quase perdendo o fôlego: minhas traduções e a festa que faço todo mês na Trackers.
A grande mudança do décimo aniversário do Vida Fodona é uma transformação crucial em seu formato: ele deixa de ser um podcast para se tornar uma playlist do Spotify. Com isso, o tradicional endereço no Fubap, o site que abrigou o podcast desde sua criação, em fevereiro de 2006, no Recife, fica no passado, embora ainda dê pra baixar os velhos programas (até quando eu não sei). Para quem quiser salvar os programas, basta digitar http://fubap.org/vidafodona/mp3/VidaFodonaXXX.mp3, com o número do programa em questão no lugar do XXX. A mudança traz vantagens e desvantagens para diferentes ouvintes, sendo que o principal ponto contra é a restrição do catálogo – além do serviço ainda não ter todas as músicas do mundo, versões ao vivo, mashups, remixes clandestinos e demos desaparecem do programa. A vantagem é que eu consigo fazer playlists de onde for, por isso a frequência vai ser retomada, além de eu começar a ressuscitar os velhos programas no novo formato, numa viagem ao passado. Outra novidade é a enorme playlist Vida Fodona, que já estou atualizando há semanas com a maioria das músicas que toquei desde 2006.
Há outras playlists em construção (como a Sussa, a Noites Trabalho Sujo e uma só do Trabalho Sujo), mas isso tem a ver com o resto da parceria com o aplicativo, que começa este mês. Vou avisando à medida em que as novidades vierem, por enquanto siga-me por aqui.
E é claro que eu não podia deixar de agradecer ao Rafa, que seguiu dando espaço para o VF no Fubap por todos esses anos, e, também, inevitável, ao querido Fred, onde quer que ele esteja, saudosa inspiração.
Tou devendo a retrospectiva – ainda amanhã trago novas (podia até falar do próprio [REC], hmmm…), mesmo porque tenho que encher a carteira pra outro Vida Fodona Melhores de 2008 Parte 3.