Sobre música, ditaduras e América Latina

A Nathália Pandeló e o Rafael Teixeira, que apresentam o podcast do site Tenho Mais Discos Que Amigos, me chamaram para participar da edição mais recente do programa, em que puxaram uma conversa sobre música de protesto, ditaduras militares e América Latina, numa edição que ainda contou com as presenças dos grandes Mateo Piracés-Ugarte, da banda Francisco, el Hombre, e Gabriel Aragão, do grupo Selvagens à Procura de Lei, que acabaram de gravar um dueto cantando “Caminando, Caminando“, do chileno Victor Jara e cujas carreiras também abordam estas questões.

Assista ao programa abaixo:  

Bruce Springsteen celebra Victor Jara no Chile

bruce-santiago

Em seu primeiro show na atual turnê pela América Latina nesta quinta-feira, Bruce Springsteen homenageou um dos maiores nomes da música chilena ao cantar seu “Manifesto”, em espanhol.

Jara foi o equivalente chileno a personalidades brasileiras como Geraldo Vandré ou Chico Buarque, que usavam a música para contestar a ditadura de seu país – mas ao contrário de nossos conterrâneos, ele não foi poupado pelo regime de Pinochet – foi um dos milhares de presos levados ao Estádio Chile no dia seguinte ao golpe militar do dia 11 de setembro de 2013. Lá, há quarenta anos, foi torturado, teve suas mãos quebradas e seus torturados lhe deram um violão para que cantasse – Jara desafiou seus carrascos cantando “Venceremos“, pouco antes de ser assassinado. Trinta anos depois de sua morte, o estádio passou a chamar-se Estádio Victor Jara. Springsteen, como bom working class hero, não poderia passar essa oportunidade e fez bonito. Resta saber quem ele homenageará em sua passagem pela Argentina (no fim de semana) e pelo Brasil (o show em São Paulo é quarta e o no Rio, durante o Rock in Rio, é no sábado que vem).

Abaixo, a letra de “Manifesto”: