Agente e testemunha das transformações musicais que mexeram com a vida noturna de São Paulo entre os anos 80 e 90, Camilo Rocha fala de escrever um livro sobre este período desde que a gente se conheceu, no meio dos anos 90, quando ele, recém-chegado da Inglaterra, trouxe o conceito de raves para o Brasil e esteve envolvido na produção de algumas das primeiras festas desse tipo por aqui. Ele cobre música de pista desde essa época, quando enfrentava chiliques de leitores roqueiros raivosos da falecida Bizz que reclamavam que a revista dava espaço para esse tipo de música e foi um dos criadores do mitológico Rraul, site/fórum que deschavava a cena deste tipo de música em todo o Brasil. Depois de décadas de produção, ele finalmente lança Bate-Estaca – Como DJs, drag queens e clubbers salvaram a noite de São Paulo pela editora Veneta e o convidei para participar de mais uma edição da sessão Trabalho Sujo Apresenta, que tenho realizado no Cine Belas Artes, desta vez trazendo o autor para falar do livro antes de vê-lo discotecar no mezanino do cinema. A festa acontece no dia 12 de setembro e eu mesmo converso com Camilo a partir das 19h30 para, uma hora depois, entrarmos no modo discotecagem, quando teremos a DJ Linda Green como convidada da noite. Os ingressos já estão à venda neste link. O Belas Artes fica na rua da Consolação, 2423, do lado da Estação Paulista da Linha Amarela do metrô.
Outro dia o Sidão me tagueou num post sobre a entrevista que fez com o Rogério de Campos no podcast de seu Universo HQ, o Confins do Universo. Pude trabalhar com estes dois ícones do quadrinho nacional na virada do século, quando fui editor-executivo da Conrad, fundada por Rogério, e que tinha Sidney Gusman como um de seus editores de revistas em quadrinho. Na entrevista, com mais de duas horas de duração, Sidão disseca a carreira de Rogério, fundador das revistas Animal e General e atualmente liderando a Editora Veneta, ao lado de seus comparsas de podcast e pinça detalhes históricos – e embates editoriais – que só pode fazer porque ele mesmo é um dos grandes personagens desta história, deschavando parte da história das histórias em quadrinhos e do mercado editorial brasileiro, em que Rogério, tão implacável quanto cínico e tirador de onda, explica porque sempre esteve metido com grandes nomes, revelando outros tantos e movimentando tanto a cena cultural brasileira, na base da subversão. “A mão invisível do mercado, se deixar, morre todo mundo nessa pandemia”, conclui, sem brincar. Ouça toda a entrevista aqui.
Saiu mais uma tradução que fiz com a minha mulher Mariana, a HQ Ghetto Brother, que fala sobre a guerra de gangues em Nova York e como ela deu origem ao hip hop – falei dela lá no blog no UOL.