E por falar em Velvet Underground…

E essa caixinha com os compactos em vinil que foram lançados pela banda na época que a Sundazed botou pra vender? OK, é uma reedição, mas é muito fino. Dica do Danilo.

The Velvet Underground & Beck

Não acredito que os álbuns irão morrer como a ditadura do single da era MP3 parece antever. Óbvio que não sobreviverão como um pedaço de plástico que toca música envelopado numa cartolina ou numa caixa de plástico ilustrado com uma capa legal. Nos tempos digitais que tornaram obsoletos tudo aquilo que só faz uma coisa que vivemos, é natural que o próprio formato álbum seja cobrado de algo entre a imersão e a interatividade. Algo que antes nos satisfazia – tirar uma tarde para ouvir um disco, ver a capa e folhear o encarte – agora parece muito trivial e limitado para os parâmetros atuais. Hoje o site de um artista faz muito mais as vezes de uma capa de disco, embora o próprio conceito de site torne-se obsoleto em breve. O fato é que a música vai encontrar uma forma de se apresentar envelopada em um conceito – seja visual, temático ou momentâneo.

Beck já vem há algum tempo tentando entender como a música será experimentada no futuro, dando um MP3 aqui, fazendo show com o Flaming Lips como banda de apoio ali, deixando o fã escolher a disposição das imagens na capa do disco (no disco The Information, que repetia a brincadeira da capa recorta-e-cola da Arca de Noé, de Toquinho e Vinícius) mais adiante. Mas com seu Record Club, Beck dá alguns passos para frente.

A brincadeira é simples: ele se tranca no estúdio com uns amigos para recriar, em um dia, um disco clássico escolhido aleatoriamente para ir soltando aos poucos as versões online. É um dia de trabalho que rende semanas e semanas de visitação e linkagem sobre o projeto que, à medida que vai tomando forma, funciona também como uma celebração do formato ameaçado pelo mundo digital. “Record Club” é um trocadilho entre o Clube do Registro – sobre o encontro de um dia de Beck com seus camaradas – com Clube do Disco. E, mais do que uma estratégia online, ele pode crescer e virar um disco de fato, um show, uma turnê. Na pior das hipóteses é uma respeitosa e ousada discografia paralela lançada oficialmente – mais ou menos como os trocentos CDs ao vivo que o Pearl Jam lançou no início da década.

Pra começar, ele preferiu chamar o time de casa. Juntou sua banda de apoio (Joey Waronker, Brian Lebarton, Bram Inscore, Chris Holmes) ao produtor Nigel Godrich (o de OK Computer, você sabe), o ator Giovanni Ribisi e a cantora islandesa Thorunn Magnusdottir para recriar o primeiro disco do Velvet Underground, o clássico banana. O disco finalmente foi consolidado e, como se esperar de uma gravação feita em apenas um dia, tem seus altos e baixos. Magnusdottir até funciona como uma Nico decente, dando a austeridade necessária à “Femme Fatale” e “All Tomorrow’s Parties” e a banda improvisada se comporta bem em versões bucólicas para “Sunday Morning” e “Run Run”. Mas quando tentam soar noise, são terríveis: “Waiting for the Man” e “There She Goes Again” têm guitarras retorcidas por pura idiossincrasia e as jam sessions de “Heroin” e “Venus in Furs” só funcionam como curiosidade mórbida. Os melhores momentos do disco, no entanto, acontecem quando Beck ressalta sua veia country, transformando “Black Angel’s Death Song” numa levada folk interminável, “I’ll Be Your Mirror” e “Europpean Son” em duetos de casal. Vale como experiência, não como produto – e é aí que Beck acerta com seu Record Club. É só uma brincadeira, uma tarde livre, mas ao mesmo tempo é um formato novo, um registro

E ele já está no segundo volume do projeto. Juntou-se ao MGMT, ao Devendra Banhart e à Binki do Little Joy para recriar o primeiro disco de Leonard Cohen (não duvide se o Amarante der as caras por lá). Outro projeto, já gravado, homenageia o único disco (o clássico Oar) de Alexander “Skip” Spence, ex-integrante do Jefferson Airplane e do Moby Grape, gravado ao lado de ninguém menos que o Wilco. E entre os discos já citados como próximos projetos estão um do Ace of Base (?!) e outro do Digital Underground.


Beck – “Black Angel’s Death Song

Vida Fodona #177: Tirar a poeira de umas músicas fodonas

Fui atrás de discos velhos pro programa de hoje – com uma pitadinha, de nada, de 2009.

Neu! – “Neuschnee”
Jackie Mittoo – “Reggae Rock”
Erasmo Carlos – “Mané João”
Yo La Tengo – “When Doves Cry”
Maximo Park – “Postcard of a Painting”
Klaxons – “Magick”
Washed Out – “Hold Out”
Memory Cassette – “Listen to the Vacuum”
Nancy – “Cinema Nacional”
Superbug – “Ice Cream Headache”
Of Montreal – “The Past is a Grotesque Animal”
Steely Dan – “Rikki Don’t Lose That Number”
Midnight Juggernauts – “Aurora”
Devo – “Girl U Want”
Javiera Mena – “Como Siempre Soñé”
A Tribe Called Quest – “Show Business”
Beck – “Heroin”
Pastels & Tenniscoats – “Modesty Piece”
The Pains of Being Pure at Heart – “Higher than the Stars”

Por aqui.

Cinco vídeos para o meio da semana – 96


Júpiter Maçã – “Modern Kid”


The Xx – “Crystalized”


Miike Snow – “Animal”


Beck – “Venus in Furs”


Franz Ferdinand – “No You Girls”

Todas as festas de amanhã

E o Beck segue com sua cruzada pessoal, dissecando desta vez “All Tomorrow’s Parties”.

Vida Fodona #170: Por aqui, sempre

Venha comigo pra mais uma hora e pouco de remixes recém-saídos do forno, músicas que você nunca ouviu na vida, vozes conhecidas e hits do futuro. Deixe o ritmo tomar conta e siga o que o seu quadril indicar…

Brendan Benson – “Feel Like Taking You Home”
Soko & Marina Vello – “Mum”
Sneaky Sound System – “16 (Flight Facilities Remix)”
Bag Raiders – “Turbo Love (Light Year Remix)”
Yeah Yeah Yeahs – “Heads Will Roll (Digiraatii Dance Til You’re Dead Remix)”
Kid Sister – “Right Hand Hi”
Miami Horror – “Make You Mine (Fred Falke Remix)”
Chromeo – “Call Me Up (Bag Raiders Remix)”
Empire Of The Sun – “Walking On A Dream (ODahl Remix)”
Moby – “Mistake (Lifelike Remix)”
Simian Mobile Disco – “Bad Blood (feat. Alexis Taylor)”
Miss Kittin & The Hacker – “Party in My Head (Thieves Like Us Remix)”
Kesha – “(Fuck Him) He’s a DJ”
Ebony Bones – “The Muzik (Yuksek & Brodinski Remix)”
Presets – “Kicking and Screaming (Pance Party’s Never Grow Up RMX)”
Beck – “Run Run Run”

Vem cá.

Mais Velvet x Beck

Vamos de “Venus in Furs”.

Meio Jerrssons.

Beck – “Femme Fatale”

Beck continua sua saga…

“Waiting for the Man”

É a segunda faixa do Velvet Underground & Nico do Beck.

Beck x Velvet Underground

Beck está rearrumando seu site e aproveitou para antecipar uma das novidades: o projeto Record Club, em que se reunirá com amigos e músicos para gravar, sem ensaios, todas as músicas de um mesmo álbum em um dia só. Ele explica melhor:

We’ve been working on changes to the website for the last few months. We’ll be adding new sections as they’re ready. The first one to be added is called Record Club, an informal meeting of various people to record an album in a day. An album will be chosen to be reinterpreted and used as a framework. Nothing rehearsed or arranged ahead of time. A track will be uploaded once a week on beck.com as well as through the web sites of those involved with the project.

For this first edition, after lengthy deliberation and coming close to covering Digital Underground’s Sex Packets, all present voted in favor of the ‘other’ Underground’s The Velvet Underground & Nico. Participants included this time around are Nigel Godrich, Joey Waronker, Brian Lebarton, Bram Inscore, Yo, Giovanni Ribisi, Chris Holmes, and from Iceland, special guest Thorunn Magnusdottir, and myself. Thanks to everyone who helped put this together, and to all of you for indulging in this experiment. More soon.