Ao receber o prêmio de Hitmaker do Ano pela revista norte-americana Variety neste sábado, a inglesa Charli XCX aproveitou para celebrar a importância do primeiro disco do Velvet Underground, que ela resumiu como sendo “a definição de um hit”, mesmo tendo vendido pouco em seu tempo e hoje figurar entre uma das maiores obras de arte do século passado. Postei o vídeo de seus agradecimentos do prêmio abaixo e a tradução do trecho em que ela celebra o disco da banana logo em seguida:
Paul Morrissey, que morreu vítima de pneumonia nesta segunda num hospital em Nova York, sempre será lembrado como o cineasta que deu dinâmica e movimento às experiências cinematográficas de Andy Warhol – que, por ser fotógrafo e artista plástico, trabalhava apenas com imagens estáticas. Ao lado de Warhol, dirigiu filmes de baixo orçamento sobre a vida marginal na maior cidade norte-americana, filmando histórias com hipsters, traficantes, travestis e viciados em drogas em filmes como Flesh (1968), Trash (1970), Heat (1972), Flesh for Frankenstein (1973) e Blood for Dracula (1974). Mas sua associação com Warhol também foi uma conexão com o Velvet Underground e além de ter dirigido com seu parceiro o único documentário sobre a banda quando ela ainda existia, The Velvet Underground and Nico: A Symphony of Sound (assista-o abaixo), lançado no ano anterior do lançamento do primeeiro disco da banda, que é de 1967, também foi empresário do grupo de Lou Reed e John Cale entre 1966 e 1967 e batizou o happening que colocou a clássica banda no mapa da intelligentsia nova-iorquina, chamado de Exploding Plastic Inevitable.
Assista a The Velvet Underground and Nico: A Symphony of Sound abaixo:
Eis mais uma faixa do disco-tributo que a gravadora Light in the Attic está fazendo em homenagem ao nosso herói Lou Reed. Depois de chocar a todos colocando ninguém menos que Keith Richards para regravar “I’m Waiting for the Man”, agora é a vez de Angel Olsen cair de boca em outro clássico do Velvet Underground. Ela gravou sua versão de “I Can’t Stand It” ao lado do compadre Maxim Ludwig, com quem dividiu uma turnê pelos EUA no ano passado. A música tornou-se pública no lançamento do primeiro e desconhecido disco solo de Lou Reed, lançado em 1972, mas já fazia parte do repertório do Velvet Underground desde 1968, embora só tenha sido lançada oficialmente pela banda na coletânea póstuma VU, de 1985. A versão é pesada e leva o rock do grupo para um lugar quase caricatural, flertando com o glam fantasmagórico do filme Rocky Horror Picture Show sem precisar cair na caricatura. Coisa fina.
Se estivesse vivo, Lou Reed, que perdemos há pouco mais de uma década, completaria 82 anos neste sábado e a gravadora norte-americana Light in the Attic (uma das melhores do ramo, atualmente) acaba de anunciar um tributo ao bardo de Nova York. The Power of the Heart: A Tribute to Lou Reed, que será lançado dia 19 de abril, reúne fãs de todas as idades do fundador do Velvet Underground, gente como Joan Jett, Rufus Wainwright, Lucinda Williams, Angel Olsen, Rickie Lee Jones, Afghan Whigs, Rosanne Cash, entre outros. E a faixa escolhida para começar este tributo foi um dos pilares de sua discografia, “I’m Waiting for the Man”, do primeiro disco do Velvet, cantada por ninguém menos que Keith Richards, numa versão fulminante para o clássico sobre comprar drogas, veja abaixo, junto com a capa do disco e a ordem das músicas.
Eu gosto quando a lógica da inteligência artificial segue um padrão mais naturalista, sem partir pro surrealismo, tentando manter a essência da capa do disco no contexto falso que ela mesma cria para esses ícones.