Céu e Vanessa da Mata abriram a quarta temporada dos Encontros Históricos realizados na Sala São Paulo, acompanhadas da orquestra Brasil Jazz Sinfônica, regida pelo maestro João Maurício Galindo. Além do prazer de ter suas próprias composições arranjadas para uma orquestra e interpretadas neste espaço maravilhoso que é a Sala São Paulo, as duas tiveram o privilégio de abrir a edição 2023 de um projeto que visa tornar o local e o formato mais aberto ao público, trazendo uma nova audiência e popularizando um espaço que é visto como elitizado pela programação constante de música erudita. As duas tocaram acompanhadas pela orquestra primeiro sozinhas, quando desfilaram parte de seu repertório solo, e cantaram juntas dois clássicos da música brasileira (“Carinhoso” de Pixinguinha e “Dindi” de Tom Jobim), além de dividir vocal em duas faixas próprias: “Malemolência”, de Céu, e “Ai, Ai, Ai”, de Vanessa, que encerrou a noite. O Encontros Históricos promete outros grandes momentos no decorrer do ano reunindo Tom Zé e Lívia Nestrovski, Alaíde Costa e Fernanda Takai, Chico César & Mariana Aydar, Gaby Amarantos & Xênia França, Tulipa Ruiz & Liniker, entre outros.
O Julio antecipou no Estadão: o Natura Musical, braço da empresa de cosméticos que fomenta a produção musical brasileira há mais de uma década, vai abrir uma casa de shows de médio porte em São Paulo. A Casa Natura Musical é uma parceria do projeto com os empresários Paulinho Rosa (do Canto da Ema) e Edgard Radesca (do Bourbon) e a cantora Vanessa da Mata. A nova casa fica na Rua Artur de Azevedo, 2134, em Pinheiros (quase com a Faria Lima, pertinho do Z Carniceria, do Largo da Batata e do metrô Faria Lima) e deve ser inaugurada no início do ano que vem. Estas imagens, cedidas pela Natura, são apenas ilustrativas, mas dá pra ter uma ideia da abordagem da casa, que pode receber entre 500 pessoas sentadas e 1000 de pé.
E se você achava que essa região de Pinheiros tava hypada… Espera agora.
Eis o segundo clipe do disco novo de Emicida, que faz as vezes de livreiro ao lado de Vanessa da Mata na bucólica e pensativa “Passarinhos”.
Depois de duas pedradas – uma dedo na cara, outra mais branda -, Emicida revela um lado mais leve de seu terceiro disco, batizado com o extenso título Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa. A faixa “Passarinhos”, dueto com Vanessa da Mata, é daquelas que vão se esgueirar no inconsciente brasileiro de até de quem não gosta de rap.
A cantora Luiza Caspary fez uma versão brasileira praquela brincadeira que a norte-americana Christina Bianco fez com “Total Eclipse of the Heart” e botou dez cantoras brasileiras (nove, pois tem a Shakira) para cantar um dos hits de 2013, veja abaixo:
O primeiro do ano!
Of Montreal – “Dour Percentage”
Smith Western – “Weekend”
Doctors MC’s – “UBC”
Lana Del Rey – “National Anthem”
Alexandre Basa + Lurdez da Luz – “Liri Sista”
Juliana R. – “Dry These Tears”
Martha & the Vandellas – “Heatwave (EMNYD Remix)”
Ace of Base – “All That She Wants”
Destroyer – “Leave Me Alone”
Vanessa da Mata + Seu Jorge – “Boa Reza”
Xx – “Open Eyes”
Tony Allen + Damon Albarn – “Every Season”
Friends – “Friend Crush”
Shawn Lee & AM – “Somebody Like You”
Little Dragon – “Little Man”
Modeselektor + Thom Yorke – “Shipwreck”
Sesc Pompéia @ São Paulo
28 de abril de 2011
Marcelo Camelo – “Tudo Passa”
Depois do debate de ontem (que foi bem legal, depois comento aqui), corri para o Sesc Pompéia pegar o primeiro show de Marcelo Camelo desde… (ele mesmo demorou pra lembrar antes de falar “setembro de”) 2009.
Marcelo Camelo – “Vermelho”
Foi um bom show, com Marcelo bem à vontade para, inclusive, cantar suas músicas dos Los Hermanos com tanta naturalidade e tranquilidade quanto as do disco novo. Não é propriamente um show envolvente – há uma distância de olhar na preguiça de sua performance que sorri para o público em vez de se jogar na emoção, nada que comprometa a apresentação, no entanto. Essa separação entre o artista e seu público diminui claramente nos momentos em que Marcelo surge sozinho no palco, sem o Hurtmold, e pede para o público cantar sozinho enquanto ele apenas toca.
Marcelo Camelo – “A Outra”
Nada relacionado ao Hurtmold, que deixa seu transe jazzístico em segundo plano para se portar perfeitamente como banda de apoio, funcionando como se pudessem traduzir Jack Johnson para o paulistanês ou como se o instrumental de Lulu Santos fosse orgânico como os Novos Baianos. Em momento algum nenhum músico se destaca, todos trabalhando para deixar Camelo bem à vontade – tanto musicalmente quanto no holofote.
Marcelo Camelo – “Vida Doce”
Do meu lado, enquanto filmava, Mallu assistia ao show no canto do palco. Mas seu olhar não era de idolatria, mas de orgulho. Estou esperando tanto esse terceiro disco dela…
Marcelo Camelo e Vanessa da Mata – “Samba a Dois”
O grande momento do show veio ao final, quando Camelo intimou Vanessa da Mata para o palco, quando os dois cantaram a música que abre o Bloco do Eu Sozinho Ventura. Foi um dueto informal, íntimo e familiar, mas me bateu uma estranha sensação de que talvez possamos rever essa cena (com essa mesma música, talvez) nos próximos 10, 20 anos…
Marcelo Camelo – “Acostumar”
E adorei o comportamento do público. Pensei que iria assistir à mais um espetáculo de idolatria típico dos shows dos Hermanos, mas, bem próximo do ídolo (regalias do palco da choperia do Sesc), os fãs de Camelo não se exaltavam… demais. Claro que todo mundo cantou todas as músicas juntos, que o silêncio reinava quando Camelo tocava pianinho e as palmas e os gritos explodiam quando ele as autorizava, mas nada de meninas chorando, um ou outro grito de “lindo!” soltado mais com ironia do que por fanatismo, mas havia uma sensação de familiaridade e reencontro que desce alguns degraus da esfera mega que os Hermanos habitava – um nível de intimidade que Amarante conseguiu logo que começou os ensaios do Little Joy e que, só agora, Marcelo consegue habitar. Talvez também seja culpa da maturidade dos fas que, dez anos depois de “Anna Júlia”, já estão mais comedidos e menos adolescentes…