Uma pausa para Anne Jezini

, por Alexandre Matias

AnneJezini-

Lucas Santtana que deu a dica de uma amazonense que descobriu e acabara de produzir seu segundo disco, Cinética. “Admiro demais o trabalho dele desde 2012 quando o conheci com o Sem Nostalgia”, me conta Anne Jezini. “Gosto muito como ele usa as camadas e texturas, a criatividade e, principalmente o desapego dele a um estilo só. Ele é bem ligado na música que está acontecendo no norte, e conheceu meu trabalho pela internet e foi uma surpresa muito feliz pra mim. Então a idéia de fazer o disco surgiu naturalmente, tinha uma sintonia do que eu estava querendo como sonoridade e as idéias dele. E todo o processo foi muito suave e relativamente rápido por causa disso. Começou em maio de 2015, trocamos referências e fomos formatando o conceito e em agosto eu viajei para o Rio de Janeiro para compormos as musicas e fechar o repertório, e já gravamos a faixa ‘Vale’ no estúdio do Marcelinho da Lua em parceria com ele. Todas as outras faixas foram gravadas em novembro no 12 Dólares do Fábio Pinczowski, que também tocou parte dos synths do disco. Foi relativamente rápido.”

Lucas conta como foi o contato com ela: “Conheci a Anne nas redes socias, ficamos amigos por lá e começamos a trocar figurinhas musicais. Saquei que ela curtia som, do tipo que faz um comentário como: ‘adoro o som desse sinth no refrão’. Daí rolou o convite para produzir o álbum novo dela e começamos a trocar referências no Spotify. Saquei que rolava muita afinidade sonora e me animei não só de produzir o disco como de compor todas as músicas, fazendo as músicas já em cima das batidas. Foi o primeiro disco que produzi que gravei 70% dos instrumentos. E o Fábio Pinc – que gravou o disco – os outros 30%. Foi bem divertido de fazer. Anne não tem frescura de cantora, botava a voz na hora que a gente propunha, como a gente botava os instrumentos. E como dá pra ouvir, ela canta muito.”

Cantora e compositora, Anne tem formação em biologia e economia, mas descobriu-se cantora depois de passar quase um ano na Inglaterra. Lançou o primeiro disco (Toda Queda Guarda um Susto) em 2015 mas viu que queria mais. Cinética, em sua maioria composto ao lado de Lucas a aproximou ainda mais da linguagem eletrônica. “Compomos eu e o Lucas partindo primeiro dos beats já imaginando o tipo de sonoridade que cada canção ia seguir e criando as melodias a partir disso. Ele já nasceu da idéia de privilegiar os beats e os sintetizadores.” Entre as influências do disco, ela lista funk, Michael Jackson antigo, Peaking Lights, Santigold e LCD Soundsystem. “Queria brincar e usar de formas diferentes ritmos como o dancehall, o funk carioca e a cumbia. Tem um pouco da referência do Bomba Stereo, das produções do Major Lazer”, explica.

O disco sai em junho primeiro digitalmente e em CD e o show tem direção musical do Lucas Santtana, além de contar com o próprio tocando baixo e synth, Caetano Malta na guitarra e MPC e Lenis Riso na MPC e no sampler. Ela antecipa o primeiro single, “Uma Pausa”, com exclusividade para o Trabalho Sujo.

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