Um novo patamar
Em seu oitavo disco, Pick Me Up Off The Floor, a cantora, compositora e pianista norte-americana Norah Jones encontra timbres e ambiências que ajudam a lapidar de forma mais precisa seu pop perfeito, abandonando de vez as afetações plásticas do jazz pop que a revelou e afinando suas canções com os experimentos a que se propôs nos últimos anos. Na última década ela tirou onda com sua versatilidade musical na coletânea Featuring… (mostrando músicas ao lado de nomes como Foo Fighters, Herbie Hancock, Willie Nelson, Outkast, Q-Tip, Talib Kweli, Belle and Sebastian, Ray Charles, Ryan Adams, Dolly Parton e outros) e gravou duas vezes com o produtor Danger Mouse, primeiro no projeto Rome, que ainda contava com o italiano Daniele Luppi e Jack White, depois no ótimo álbum, Little Broken Hearts, de 2012. Ela retomou o piano no belo Day Breaks, de 2016, e agora amarra tudo num disco que, apesar da sonoridade moderna (mesmo querendo soar retrô), poderia ser gravado nos anos 60 ou 70. É seu melhor disco – e se ela seguir esse padrão daqui pra frente, não tem com o que se preocupar…
Isso sem contar a ambiguidade que letras como “This Life”, “Hurts To Be Alone”, “To Live” e “Were You Watching”, todas maravilhosas, ganharam ante a quarentena…
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