Um filme de ação perfeito

, por Alexandre Matias

O quarto capítulo da saga John Wick, estrelada por Keanu Reeves, que estreou neste fim de semana, leva os filmes de ação para outro patamar. Além de desafiar conceitualmente a ideia de uma franquia cinematográfica interminável a partir de um final aparentemente definitivo, mas ambíguo (fique até o fim dos créditos que tem cena escondida), o novo filme do ex-dublê Chad Stahelski nos envolve num crescendo de cenas de luta de tirar o fôlego, que além de abrir o leque para armas para além das pistolas, rifles, fuzis e metralhadoras que atravessavam os três filmes anteriores, ainda tem sua natureza internacional reforçada em cenas que vão do deserto árabe ao Japão, passando por Nova York e conhecidas paisagens europeias. As quase três horas de John Wick 4 passam com a mesma velocidade de suas cenas de ação, mas quando seus personagens chegam a Paris, a gente não quer que o filme acabe nunca mais. Cenas hiperbólicas em cartões postais parisienses alternam uma luta no trânsito de deixar qualquer um tonto, uma fuga filmada de cima (em que o protagonista dispara uma arma inacreditável), uma escadaria interminável e um duelo tão dramático quanto inteligente. O filme ainda conta com um elenco impressionante, que além de Reeves ainda traz atores conhecidos do grande público como Bill Skarsgård, Hiroyuki Sanada, Ian McShane, Laurence Fishburne e o último papel de Lance Reddick e queridinhos do cinema de ação, como Donnie Yen, Scott Adkins e Marko Zaror, além da cantora Rina Sawayama, que sai-se ótima como atriz de ação. Algumas coisas são meio forçadas (como a cena da festa, os ternos à prova de balas e a onipotência da sociedade secreta que controla o crime organizado mundial), mas não são suficientes tiram o brilho deste que é um dos melhores filmes de ação já feitos que resume a franquia numa frase lapidar: “A forma como você faz qualquer coisa é a mesma forma como você faz tudo.” Pra assistir no cinema.

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