Um festival de música que não conta quem vai tocar

, por Alexandre Matias

Vocês viram que semana que vem tem mais um festival em São Paulo – e dessa vez ninguém sabe quem vai tocar. O No Line-Up Festival é um evento assinado pela cerveja Heineken, que trará 15 atrações em doze horas de shows, no próximo dia 25, na Fábrica de Impressões, na Barra Funda, em São Paulo. A ideia de fazer um evento sem contar quem serão as atrações parece apenas uma daquelas sacadas de publicitário pra tentar colocar a experiência à frente das atrações, mas com a curadoria assinada pelo jornalista Lúcio Ribeiro (que faz o Popload Festival) e pelo dramaturgo Felipe Hirsch (que também é curador do C6 Fest) há um mínimo de segurança de atrações convincentes e contemporâneas, puxando mais prum lado indie e dance, do que pra outros gêneros musicais, embora possa ter um pouquinho de música queer e um tanto de rap também. Outra vantagem é que o festival é gratuito e é preciso se inscrever no aplicativo do evento para garantir os ingressos. Tem uma graça nesse formato que é a possibilidade de assistir a shows de artistas virtualmente desconhecidos, sem precisar que a popularidade ou o hype balizem o evento. Nesse sentido, ele pode se tornar o extremo oposto de um publifestival, quando o público será apresentado aos nomes na hora em que os artistas subirem no palco. É uma confiança quase cega na curadoria – que se acertar pode fidelizar o público de um jeito bem interessante – e que exige que o público entre de coração aberto para a novidade. Mas ao mesmo tempo é uma faca de dois gumes, pois qualquer deslize pode botar tudo a perder. A ver.

Tags: , ,