Bob Dylan sem gelo

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Não bastasse ter feito seu melhor disco em décadas em 2020, o mestre Bob Dylan ressuscitou seu programa Theme Time Radio Hour nesta semana para falar de uísque – uma vez que ele mesmo está lançando sua própria marca da bebida, chamada de Heaven’s Door. “Eu não vou criar uma confusão sobre isso, porque se eu ficar falando em como ele é bom, é como se eu tentasse fazer cócegas em mim mesmo, não funciona! Você tem que prová-lo e ele fala por si”, vende bem o apresentador. O programa tem a introdução feita por Diana Krall e pega um Dylan inspiradíssimo, super tranquilo e com uma voz macia, feliz por comentar as histórias de cada música – é tão bom que me faltam palavras. O programa foi transmitido pela rádio norte-americana SiriusXM na segunda passada e já caiu na internet (contando, inclusive, com seu texto inteiro transcrito em duas partes). Sem contar a sonzeira que Dylan coloca pra tocar… Willie Nelson, Tom Waits, Frank Sinatra, Van Morrison, Lotte Lenya, Rod Stewart, Louis Armstrong, Thin Lizzy, Stanley Brothers, Julie London, Alfred Brown, Laura Cantrell, Charlie Poole e a lista segue só com músicas sobre a melhor bebida alcóolica que existe.

E o programa ainda tem participações de John C. Reilly, Sarah Silverman, Liam Clancy, Allison Janney, Jenny Lewis e o Penn da dupla Penn & Teller. Podia ter um desses toda semana, né? Todo mês, vai!

4:20

billmurray

Como se pronuncia Laphroaig

…que, caso você não conheça, é o melhor uísque da área.

Dica da Helô, que voltou de férias 🙂

Uísque, por favor

Horta agilizou uma degustação da minha bebida favorita e alerta – tem Laphroaig no free shop!

Os single malts são o mais próximo do terroir que nossa língua pode perceber. É uma afirmação controversa, não tem raiz da videira nem clorofilia e madurez da uva no sol, mas se sente a turfa escocesa com intensidade ímpar. Laphroaig, da ilha de Islay, é quase uma hipérbole do solo engarrafado, de tão potente. Já o conhecia de fama, único uísque a trazer a chancela real do príncipe de Gales estampada no rótulo e famoso pelo “estilo gaita de fole”, que se ama ou detesta. Sem opções.

Comprei uma garrafa no Duty Free de Guarulhos e fui abri-la no hotel em Buenos Aires, numa viagem recente. Foi uma epifania aromática. Tirei a tampa e instintivamente olhei para o teto, com medo de disparar o alarme de incêndio. Não estou exagerando. O primeiro gole foi pavoroso, como me advertia o nariz: fumaça, iodo, algo de esparadrapo e medicinal, como lamber um cinzeiro ou beber um charuto guardado num armário de farmácia. É atraente essa descrição? Nem um pouco. Meia hora depois o gosto ainda estava na boca, só que ficara agradável, salino, marinho e defumado, pedindo mais goles.

Atesto e dou fé. Continua lendo lá.

4:20

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Keep walking

Mais um post kibado do Ellis – o novo comercial do Johnny Walker coloca o Robert Carlyle pra contar a história da marca. Sem efeitos especiais, sem estratégia de marketing transmídia, sem vídeo viral feito pelo público. É só o produto e a marca, as únicas coisas que realmente deveriam interessar neste ramo.