Impressão digital #0015: #CalaBocaGalvão

Cala Boca Galvão
E se a campanha o calasse?

“Eu com certeza estou nessa campanha”, riu amarelo Galvão Bueno, ao ser entrevistado na Globo, semana passada, para comentar a maior piada interna da história do Brasil. A já clássica frase “Cala Boca Galvão” começou a ser twittada por brasileiros logo que as transmissões dos jogos da Copa do Mundo tiveram início e, como acontece no Twitter, quando um termo é muito repetido por vários usuários da rede, ele foi parar na lista dos “trending topics” – os assuntos mais quentes da hora.

Só que não foi só por uma hora. Nem por um dia. Nem só nos “trending topics” de assuntos brasileiros. Por vários dias consecutivos, a frase – em letras maiúsculas e sem acento – ficou em destaque na lista dos assuntos mais importantes da rede social. Tudo por causa de uma piada, que o jornal The New York Times chamou de “uma das pegadinhas mais bem-sucedidas da história da internet”.

Pois logo que o termo apareceu na rede, quem não sabia português ficou perdido querendo saber que novidade era aquela. Foi quando o humor dos brasileiros se mostrou sagaz e infame, como de praxe. Começaram a explicar que “Galvão” era um pássaro em extinção (pois tradutores online transformavam “Galvão” em “gavião”), que poderia ser salvo via Twitter. Cada vez que a frase era escrita, teoricamente 10 centavos de dólar eram depositados na conta de um certo Instituto Galvão. A campanha, de mentira, logo ganhou cartaz e comercial – tudo em inglês para enganar não brasileiros.

A brincadeira cresceu tanto que logo povoou a mídia – e jornais como o Times americano e o espanhol El País explicaram a piada para seus leitores. E uma faixa com a frase foi estendida na torcida do primeiro jogo do Brasil na Copa.

Até que não deu para Galvão fingir que não era com ele – e deu uma entrevista para a Globo, na terça passada, rindo sem graça da campanha de mentira. Disse que apoiava a brincadeira e começou a falar que era conhecido como “papagaio” no círculo da Fórmula 1, falou de Ayrton Senna e enrolou mais um tanto. Mas não calou a boca.

Muitos brasileiros comemoraram a piada como se fosse um grande trunfo nacional. Claro que não é – toda a campanha para salvar os pobres “galvões” é só uma das inúmeras brincadeiras que começaram na web brasileira e atingiram a mídia tradicional e, finalmente, a rua.

Não dá para comemorar só isso. Como brincadeira, “Cala Boca Galvão” é genialmente cara de pau. Como campanha, é só um trote. Só seria bem-sucedida se realmente calasse Galvão. Sigo na torcida.

Mashup de mídias
Como será a TV do Google

Anunciada no meio deste semestre, a Google TV promete finalmente unir televisão e internet numa mesma interface. Nesta semana, o site divulgou um vídeo que mostra como será o funcionamento do sistema (assista em www.youtube.com/user/Google). A principal novidade é a integração da grade de programação a um sistema de busca. Será que o teclado vai substituir o controle remoto?

Impressão digital #0014: João Gilberto no Facebook

Minha coluna no 2 de domingo

Fake no facebook
João Gilberto social?

“mentirosa. anti-ética. jamais. dei entrevista. à revista.não have.rá nenhum dvd japão.adoro caetano.não pedi comida.japonesa.reportagem …para boi.dormir.farsa!merece o lixo”

Assim, só com minúsculas e pontos entre as palavras, um certo “João Gilberto Prado Pereira” respondeu, via Facebook, a uma entrevista publicada na semana passada com o cantor João Gilberto. Na entrevista, o verdadeiro João dizia nunca ter usado o Facebook, além de não ter computador em casa.

Não precisa ser nenhum especialista em joãogilbertices ou em Facebook para descobrir que o perfil, criado em abril e com mais de cinco mil “amigos”, é falso. Afinal, o “João Gilberto” do Facebook é fã de Marcelo Bonfá, Ray Charles e Pat Metheny, xinga o papa de pedófilo, se refere a Tom Jobim como “mestre” (como assim?) e posta vídeos e mais vídeos de “si mesmo” no Facebook.

Não que João não pudesse ter um computador, estar no Facebook ou ficar passeando no YouTube assistindo a vídeos antigos – atividades que têm a ver com a contemplação e tranquilidade de um músico que, segundo a biografia de Ruy Castro sobre a bossa nova, Chega de Saudade, era conhecido nos anos 50, como “Zé Maconha”.

João Gilberto, perfeccionista e cheio de manias, até perderia seu tempo assistindo aos próprios vídeos no YouTube, mas não os espalharia por aí. Vale até a dica para o João Gilberto fake – o verdadeiro João provavelmente se encantaria ao descobrir que, no YouTube, pode ouvir músicas que ouvia nos tempos em que ainda morava em sua cidade natal, Juazeiro, no interior da Bahia.

Em tempos digitais, sempre é bom desconfiar de personalidades online. Como links recebidos por e-mail, às vezes elas podem não ser quem aparentam.

“Last decade”
A volta-relâmpago dos Strokes

Começou com um tweet: “Bom dia, Londres”, disseram os Strokes no início da semana passada pelo Twitter, antecipando um show surpresa que fariam na casa noturna Dingwalls, para apenas 500 pessoas. Era o primeiro show da banda desde 2006, antes de seus integrantes lançarem trabalhos-solo. Mais tarde twittariam o logotipo da banda com o nome alterado para “Venison”. O show aconteceu quarta passada e, apesar de matar a saudade dos fãs, não trouxe nenhuma novidade. No estúdio desde janeiro, esperava-se que eles tocassem músicas novas ou até que anunciassem novo disco. Em vez disso, voltou aos hits. Será que uma das bandas-símbolo dos anos 00 esgotou-se? Só o tempo dirá, mas ao que parece, a banda virou cover de si mesma.

Link – 14 de junho de 2010

Se não for a eles, eles virão a vocêPara espalhar, é preciso apenas ser bomYouTube a lápis10 mitos sobre conteúdo onlineQuando um meme vira filmeAnálise: Quando as conexões entre pessoas na web ficam horizontaisPersonal Nerd: O trajeto da informaçãoReforma revê direitos autoraisGosta de mp3? Você é um pirata“A nossa lei não merece ser substituída. É boa”“Com mudanças, Brasil vai liderar a discussão”A construção de um mitoE3, falha no iPad e publicidade no TwitterVida Digital: Fernanda Viegas

Os motivos de cada um

Uma dica das Savage Chickens:

Eu, por exemplo, dei um tempo no Twitter. Faz bem.

Porra, Luciana Gimenez!

Inclusão digital nela.

Via Te Dou um Dado.

Link – 19 de abril de 2010

Feio, sujo e surreal‘Criei o 4chan aos 15 anos’Zoológico bizarroOnde nascem e vivem os memes brasileirosA história contada por meio de tweetsA biblioteca na era digitalQual será a próxima música?Google na América LatinaPersonal Nerd: Turbine seu GmailObservatório da Web monitora candidatos em sites e redes sociaisVida digital: Jamie KingComo funciona o Vodo.net

Link – 5 de abril de 2010

E agora, lan house?Deputados discutem regulamentaçãoInclusão social e digital na práticaAprendendo com os piratasChatroulette nos lembra da natureza aleatória da internetO iPad de duas carasUma orquestra de laptops no ABCYouTube e Twitter de cara novaPeças em streaming. Dá certo?Nuvem sujaApp Store no FacebookMapa do 3GVida Digital: Charles Martinet

Link – 25 de fevereiro de 2010

O antiAndroidComo é o Windows PhoneO que Bill Gates diria aos funcionários se ainda estivesse no comando: uma ficçãoTodos contra a ApplePor que você envia um texto para alguém?Flerte pelo Twitter? Conheça o Flitters‘Operadoras vão tornar os celulares gratuitos’Nada de marchinhas: tocou, tem que pagarChatroulette extermina o tédioServidor: Net 3D, File Prix Lux, Facebook + PayPal e MySpace no GoogleKevin Smith não coube no voo e resolveu reclamarShuffle: Mass Effect 2, Guitar Hero online e scanner que digitaliza livros em MP3Novela Google Books se aproxima do fimVida Digital: Mães blogueiras

Carlton Cuse avisa

Bom saber.

Dupla personalidade

e/ou

É oficial: a partir desta quarta-feira meu Twitter se desdobra em dois – quem quiser saber novidades sobre cultura digital, acompanhe o @link_matias. Quem quiser saber das novas daqui do Trabalho Sujo, siga no @trabalhosujo. No fim, dá no mesmo.