A eleição de Joe Biden ainda não estava definida quando eu e Dodô gravamos a edição desta semana do DM, em que falamos sobre como a derrota de Trump impacta culturalmente no planeta mais do que sua complexa derrota política – e isso diz respeito não apenas às próximas eleições no país (tanto a desse ano quanto a próxima, daqui a dois anos) como no futuro próximo que, de repente, parece mais promissor do que dez anos atrás.
Mank vem aí – o primeiro filme de David Fincher em seis anos, em que ele filma um roteiro escrito por seu pai sobre o roteirista que ajudou Orson Welles a revolucionar o cinema em Cidadão Kane. E o personagem-título do bon-vivant Herman J. Mankiewicz é vivido por ninguém menos que Gary Oldman. Uma confluência de talentos que inspirou a edição desta semana do Cine Ensaio, em que eu e André Graciotti conversamos sobre a importância do filme original, a grandeza de seus diretor e ator e a expectativa para este que pode ser um dos grandes filmes deste magro 2020 cinematográfico.
Mais que um mestre em seu instrumento e um dos principais nomes da música de sua geração, Edgard Scandurra sempre esteve inquieto em busca do novo. Mesmo quando a única coisa que fazia era o Ira! ele já experimentava fronteiras de sua expressão artística, questionando inclusive o rock que o trouxe para os holofotes da fama. Ele já passou por diferentes projetos e formações musicais, sempre se desafiando para além do que poderia lhe acomodar, sempre em busca de novos nomes com quem pudesse colaborar. No período mais longo de sua vida profissional longe dos palcos, ele consegue dar uma sobrevida à sua carreira ao vivo em lives esporádicas, mas também conseguiu tempo para inventar um programa de rádio e gravar um disco totalmente em casa, tocando mais violão e teclado que guitarra. Convidado desta semana do Bom Saber, ele passa por diferentes épocas de sua vida, sempre olhando para frente.
Em tempos enclausurados, a sensação de estar perdendo algo ganha contornos completamente novos, bem como aquela satisfação de não precisar não fazer nada. Mas será que se acomodar é típico da maturidade e meter as caras característico da juventude? O quanto sua personalidade é moldada a partir de seus arrependimentos e frustrações ou pelo fato de não sentir essas coisas justamente ter as confrontado? É por aí que eu e Pablo Miyazawa mais uma vez questionamos nossos sentidos nesse início de século 21.
Como não dá pra ir ao cinema (a não ser que você não tenha amor pela vida, claro), só nos restam os serviços de streaming como consolação. Mas qual é o melhor deles? O que todos eles têm em comum – e o que só alguns deles têm? Como eles mudaram nossa forma de assistir a filmes e séries? Quem tem o melhor preço e o melhor catálogo? Existe um jeito certo de ver filmes e séries neste formato sob demanda? São alguns pontos que eu e André Graciotti discutimos nesta edição do Cine Ensaio.
DM is back e mais uma vez desembestamos a falar sobre o que não tínhamos falado nas últimas semanas: Lovecraft Country, metrópoles tropicais, o terror do sotaque carioca, eleições no Brasil e nos EUA, o saber das crianças, o futuro das cidades, Mano Brown, a frustração de não ser mais capital do Brasil, Belém, a biblioteca do Veríssimo, um século de esquerda, a Lampion’s League, a maior cidade de interior do mundo e Pinblon.
Em mais um programa dedicado a contar o estado da imprensa que cobre música, converso desta vez com Guilherme Werneck, que depois de passar por algumas das principais redações do Brasil, tanto como repórter, editor e executivo, atravessou as transformações nas duas áreas nos últimos trinta anos e agora lidar a Bravo reinventando inclusive o conceito original da revista de cultura. Falamos sobre como o modelo atual de jornalismo acaba tornando a cultura coadjuvante, sobre a necessidade da crítica musical, a chegada da internet à profissão e uma uma barriga que derrubou meia direção do BNDES, entre outras lembranças e observações sobre uma mudança inevitável nesta área.
Helder Aragão saiu do interior do Sergipe rumo ao Recife e ajudou a moldar a cena que reinventou a música do norte do país a partir dos anos 90. Seguiu sua carreira adotando o pseudônimo DJ Dolores a partir de seu apreço pela linguagem eletrônica e trilhou caminhos que o levaram para o exterior e para o cinema, sempre cruzando fronteiras de linguagem e investigando possíveis novas conexões, como a que está começando a fazer com a África lusófona. Falamos sobre sua trajetória e também sobre a perspectiva de futuro para o país do ponto de vista da produção artística.
Achei que a Polly fosse versada em Beatles, mas ela disse que não. Estranhei. E ela mesma entendeu que era ao puxarmos, na edição da quinzena do Polimatias, esse tema, tão amplo e genérico, para falar sobre o impacto deste que é o maior movimento cultural da segunda metade do século 20 – e como ele segue influente tanto no nível pessoal quanto mundial. Uma viagem ao passado puxada por um espírito da época que persiste mais de cinquenta anos depois.
Letícia Novaes lançou seu ótimo Aos Prantos na mesma sexta-feira 13 em que foi decretada a quarentena no país, no dia seguinte à OMS declarar que o coronavírus era uma pandemia global. O disco, sem poder ser lançado ao vivo (e quem conhece seu grupo, o Letrux, sabe que mais da metade dele é o show), foi ressignificado a partir do momento bizarro que compartilhamos até hoje e o choro do título ganhou uma nova conotação. Para Letícia pessoalmente foi um baque pesado que a atingiu em pleno voo, cancelando shows e desdobramentos que estavam marcados até o fim deste ano. Recuperada do trauma, ela aos poucos reergue-se e anuncia novidades para o fim deste ano – um EP com os prantos revisitados – e um livro para o ano que vem. Mas as novidades são só um detalhe neste delicioso papo capri em que conversamos sobre redes sociais, solidão, choro, cancelamentos, criatividade, texto e shows.