TV Serge Gainsbourg – Parte 7

, por Alexandre Matias


Serge Gainsbourg & Jane Birkin – “Elisa”

A inglesa Jane Birkin já era escolada no jet set quando conheceu Serge Gainsbourg. Foi o primeiro nu frontal da história do cinema (e onde melhor do que em Blow Up, de Antonioni, isso poderia acontecer…) e freqüentava a Swinging London dos Beatles (ex de John Barry, o autor do tema de James Bond, ela atuou em Wonderwall, filme cuja trilha era assinada por George Harrison – e que serviria de referência para uma certa canção dos anos 90), mas chegou crua e morrendo de medo na França, quando foi trabalhar ao lado de Serge.


Jane Birkin – “Jane B.”

(Aqui vale um parêntese para lamentar a ausência de filmes estrelados por Gainsbourg no YouTube – ele que, além de seus próprios projetos pessoais, era sempre chamado para fazer o papel de vilão – e quase sempre se afundava na poltrona quando o público comemorava as cenas em que seus personagens encontravam seu fim inevitável)


Serge Gainsbourg – “Manon”

A princípio, os dois não se bicaram, mas logo a cortesia de Gainsbourg cativou a pequena inglesa, quase vinte anos mais nova que ele e uma das model/atrizes mais bem pagas do final dos anos 60 e os dois eram vistos badalando por Paris. O caso ficou sério e Jane tornou-se a principal musa da vida de Gainsbourg, num casamento que atravessou inabalado os anos 70, além de dar a luz à Charlotte Gainsbourg.


Serge Gainsbourg – “Sous le Soleil Exactement”

Mas o principal feito do casal – e o maior da carreira de Serge – foi o single “Je T’Aime… Moi Non Plus”, que Serge havia gravado com Bardot e engavetado em seguida devido à repercussão interna causada pelo single. Vivendo com Jane, ele assumiu sua obra máxima – “a canção definitiva de amor”, ele dizia – e a pôs na rua, causando o maior furor que uma única canção pode provocar em todo o planeta – um feito que nenhum artista pop, inglês ou americano, conseguiu causar.


Jane Birkin & Serge Gainsbourg – “Je T’Aime Moi Non Plus”

Composta sobre uma base melosa e derretida, “Je T’Aime…” pode soar até ingênua em tempos pós-Madonna, mas foi ela quem abriu caminho para que o sexo pudesse ser usado como elemento pop. O que era implícito no rebolado de Elvis e nos cabelos dos Beatles era escancarado na troca de gemidos entre Serge e Jane, simulando um orgasmo ao mesmo tempo em que exaltavam o sexo casual. “Te amo…”, dizia o título, “eu também não”. A gemedeira extrapolou barreiras lingüísticas e a canção tornava-se um sucesso e um problema onde quer que era ouvida. Garantiu a excomunhão do diretor da gravadora que a lançou, foi banida pelo próprio Vaticano, além de censurada em diversos países, inclusive na Inglaterra e no Brasil.


Serge Gainsbourg & Jane Birkin – “69 Annee Erotique”

Mas o casamento de Serge e Jane não culminaria na polêmica de um single. Os dois estenderiam seu relacionamento em um disco que, sem dúvida, é a obra mais importante de Serge Gainsbourg em relação à sua personalidade pública, o disco que o consagrou como um autor sério e distinto, um dos principais nomes de sua época: Histoire de Melody Nelson. Falo dele já, já.


Serge Gainsbourg & Jane Birkin – “Slogan”

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