“MU.ITA TAKES OVER NYC!” – assim o Museu Itamar Assumpção anunciou sua participação no festival Summer for the City, organizado pelo Lincoln Center em Nova York, que começa no mês de junho e terá uma semana em julho dedicada ao Brasil. E mesmo com shows de Lenine, Liniker, Tulipa Ruiz, Rashid, Melly, Mutantes e do DJ Daniel Costta, o centro cultural nova-iorquino anunciou a presença itinerante dedicada ao mestre da vanguarda paulistana como principal atração da semana, com uma exposição gratuita na Library for the Performing Arts entre os dias 16 e 30 de julho e uma videoinstalação no átrio David Rubenstein entre os dias 16 e 20 do mesmo mês. Quem sabe assim os gringos podem começar a descobrir uma outra música popular brasileira…
Olha 2025 já chegando: a peça Avenida Paulista, idealizada, escrita e dirigida pelo dramaturgo Felipe Hirsch vai estrear em fevereiro no teatro do Sesi (onde ele mesmo montou Avenida Dropsie, do Will Eisner, há vinte anos) com a nata da atual música da cidade (Fabio Sá, Lello Bezerra, Negro Leo, Roberta Estrela D’Alva, Thalin, Maria Beraldo, Arnaldo Antunes, Romulo Fróes, Tulipa Ruiz, Alzira E, DJ K, Jéssica Caitano, Juçara Marçal, Kiko Dinucci, Maurício Pereira, Nuno Ramos, Rodrigo Campos e Rodrigo Ogi) é só um gostinho do ano que vem. Olha isso:
Nós vamos invadir sua praia! O Picles acaba de anunciar sua primeira incursão para fora de São Paulo e o foco inicial é o Rio de Janeiro, quando promovem, entre os dias 5 e 9 de dezembro um festival itinerante passando pro quatro diferentes casas de show do balneário fluminense. Dia 5 eles levam O Grilo e Chorões da Pisadinha para o Agyto, no dia seguinte Anelis Assumpção, BNegão e Tulipa Ruiz tocam no Sacadura 154, no sábado tem Esteban Tavares, Jonas Sá e Julia Mestre no Galpão Ladeira das Artes e encerram a invasão dia 8 com shows de Rafael Castro e Silvia Machete, além de DJ set de Alice Caymmi no MotoCerva. Os ingressos já estão à venda e tem mais informações no Instagram que eles criaram pra divulgar a nova fase. Mas será que eles teriam coragem de abrir um Picles no Rio?
E entre rever parentes e compadres e ter alguns dias de descanso em Brasília, ainda calhou de estar na minha cidade ao mesmo tempo em que a querida Tulipa Ruiz – quando finalmente pude assistir a um show de seu Habilidades Extraordinárias, menos de um mês após a passagem do mestre Luiz Chagas, pai dela e de seu guitarrista quase univitelino Gustavo Ruiz. Pudemos conversar bastante sobre a ida do mestre, mentor, jornalista e guitarrista num papo em que ela comentou sobre as cartas do velho Chagas que revisitou nestes últimos dias e a lembrança sobre sua importância também como tradutor – algo que nunca pude conversar com o velho guru: são deles as traduções clássicas para Misto Quente do Bukowski, Lady Sings the Blues (a biografia de Billie Holiday), 13 de Pete Townsend e da primeira edição de Flashbacks, do Timothy Leary, só pra ficar nos livros lançados pela Brasiliense. O show em Brasília, que fez parte do encerramento do primeiro dia do Festival Coma, que ainda atravessa o próximo fim de semana, foi o segundo que os dois fizeram depois da ida do pai e ambos me falaram como o show anterior, em São Luís no Maranhão, os reenergizou positivamente, algo que Tulipa deixou claro ao revisitar o número mais clássico de seu pai, a gigantesca “Às Vezes”. Salve, meu!
Procurei mas não achei foto minha com o João Donato – puxei pela memória e realmente não lembrei de nenhuma vez das poucas que nos encontramos de termos tirado o clássico selfie que sempre tiro com ídolos e chapas (talvez estivéssemos entretidos com algo no papo, se é que você me entende). Mas cansei de filmá-lo em tudo quanto é lugar: só esse ano pude registrá-lo duas vezes, uma lançando tocando seu último disco Serotonina e outra tocando seu Síntese do Lance com o compadre Jards na Casa Natura, última vez que o vi. O filmei em várias unidades do Sesc, em festivais pelo Brasil, dividindo o palco com vários bambas (Bixiga 70, Tulipa, Marcos Valle, Mariana Aydar) e até no Rock in Rio, mas um show que guardo no coração é uma apresentação que vi dele no mitológico Beco das Garrafas, em Copacabana, tocando seus clássicos ao lado de dois outros monstros, o contrabaixista cearense Jorge Helder e o baterista carioca Robertinho da Silva (que dividiram o palco com os sopros de Roberto Pontes e Jessé Sadoc e vocais de Emanuelle Araújo). Uma noite especial.