Tudo Turbo Trio

, por Alexandre Matias

Outro frilinha pra RS, o último que eu posto hoje.

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Trio Eletro

Do Miami Bass ao funk carioca com conexões na Jamaica e nos beats europeus, o Turbo Trio finalmente se levanta

Você pode não ter ouvido o Turbo Trio ainda, mas já deve ter ouvido falar dele. Afinal o primeiro disco do projeto de música eletrônica formado pelo rapper BNegão e pelos produtores Tejo Damasceno (do Instituto) e Alexandre Basa (que produziu a estréia de Black Alien) só sai agora neste mês de agosto de 2007, mas desde o final de 2005 a banda já tinha MP3s para baixar em seu MySpace e shows feitos na Europa.

“Pra mim, o Turbo Trio começou de uma conversa que tive com o Tejo, dez minutos depois de nos conhecermos, por volta de 1998, quando ele, egresso da turma do Sul – de bandas como Ultramen, Comunidade Ninjitsu – chegou em São Paulo pra trabalhar de técnico de estúdio, com o Zé Gonzales e o Apollo 9”, lembra Bernardo, que então era vocalista do Planet Hemp. “Ficamos falando de som e chegamos no assunto Miami Bass. Vimos que éramos ambos fãs do estilo e ficamos de fazer um projeto juntos. Nunca deixamos de falar sobre isso. Até que chegou o momento”.

Tejo continua: “Começamos mesmo em 2005. Eu e o BNegão sempre falávamos de fazer um projeto misturando Miami Bass com ragga, aí apareceu um convite pra gente tocar juntos no festival Eurockeenes na França o que fez com que, finalmente, a gente trabalhasse de fato nesse projeto. Logo depois da notícia do Eurockeenes convidamos o Alexandre Basa , que além dele ser multiinstrumentista , tinha experiência em apresentações com máquinas ao vivo. Com as músicas pro show praticamente prontas, a gente definiu o nome do grupo”.

Basa, que comandava os toca-discos no Mamelo Soundsystem e toca flauta nos shows do Instituto, emenda: “A gente tinha três meses pra fazer tudo, um show praticamente de uma hora. Eu logo tinha adquirido um keyboard nordlead, muito usado por produtores de musica eletrônica. De certa forma eu sabia que tinha que ser introduzido no projeto deles um tanto de musica eletrônica. Pensava em atingir uma massa maior de gente, fazer mais barulho. Além de tudo sempre fui consciente do efeito que a musica eletrônica faz nas pessoas”.

Os três já se conheciam de parcerias diferentes, mas a única colaboração como trio foi na faixa “Dorobô”, no primeiro disco de BNegão, não por acaso incluída como bônus track no primeiro disco do Trio, Baile Bass (YB), que também será lançado no Japão, numa versão cuja base original é trocada pela de “Big in Japan”, do grupo Alphaville – quase um mashup. O disco foi gravado em três meses, depois de muitas músicas serem testadas ao vivo em diferentes lugares – de casas noturnas paulistanas a festivais como Skol Beats e o pernambucano Rec Beat no ano passado, quando a polícia montada foi chamada para acalmar a multidão enlouquecida pelos baixos e beats.

Do Miami Bass à música eletrônica, o trio passeou por outras vertentes da música para dançar. “O projeto na verdade começou Miami Bass com influencias de funk carioca e música jamaicana em geral”, explica Tejo. “Mas com tempo, principalmente com a entrada do Basa, a coisa foi ficando mais eletrônica, com elementos de electro , breakbeate e até house. Hoje na verdade nem sei o que é exatamente o som do Turbo, a única coisa que une a parada toda é o nosso amor pelo grave e pelos BPMs acelerados”

“O negócio era ter batidas rápidas, com BPM acelerado”, continua BNegão. “Essa é a nossa idéia pro Turbo. Deixamos as músicas livres e elas foram ganhando esse acento electro, que nós gostamos, muito graças ao Basa, que foi o responsável pela parte melódica do disco – o baixo sintetizado, teclados,etc. Mas as influencias de ragga ,hip hop e eletrofunk tão ali também, com o mesmo peso”.