Vem aí o terceiro Tron! E desta vez o digital invade o mundo de carne e osso. Tron: Ares traz Jared Leto como o programa de computador que batiza o filme, que tá com um visual lindão e pode ter uma boa história pra ser contada, além de ter o grande lebowski Jeff Bridges do primeiro filme mais uma vez no elenco, embora apenas sua voz seja ouvida no trailer. Fora que a trilha sonora original é composta pelo Nine Inch Nails, o que também abre outra bela camada de novidade para o novo filme, que já tem data de estreia anunciada, para o dia 10 de outubro.
Sério, vocês não têm idéia do que eram os anos 80.
Flashback do Camilo.
Filmes de um universo paralelo
Matrix dirigido por John Boorman (com Bruce Lee como Neo), Tron feito por Cronenberg, Inception de Samuel Fuller (com trilha de Sun Ra!), Tobe Hopper e John Carpenter juntos, 2011 de Kurosawa, Guerra nas Estrelas de Jodorowski, 1984 de Paul Verhoeven e Kill Bill com Marilyn Monroe e Russ Meyer. Esses são só algumas das pérolas (há dúzias) de filmes imaginários criados pelo site Hartter. Lá tem mais.
E na coluna do 2 do domingo passado, eu contei a história do Daft Punk para falar da importância deles pra trilha do Tron.
A volta dos robôs
Daft Punk e a trilha de Tron
Um dos filmes mais esperados do ano vem sendo aguardado também por sua trilha sonora. Tron: O Legado é a continuação do filme que, em 1982, apresentou o universo digital para toda uma geração que se encantava, pela primeira vez na história, com computadores pessoais e videogames, itens que não existiam até então. Tron não apenas cativou esta primeira geração digital como facilitou a vida de quem não conseguia entender como uma rede de computadores interligados entre si funcionava e para que ela servia.
Mas, por mais que o novo filme esteja sendo aguardado, um dos grandes nomes da produção nem sequer aparece no filme. A dupla francesa Daft Punk é um dos principais nomes da música do século 21 e seu visual robótico e retrô se encaixava perfeitamente no imaginário de Tron. Tanto que o anúncio de que os dois seriam os responsáveis pela trilha de O Legado, feito em março do ano passado, foi recebido com festa até por quem não estava esperando nada do novo filme.
A trilha de Tron tem tudo a ver com a trajetória do Daft Punk. A dupla surgiu no fim dos anos 90 junto de uma nova onda de artistas franceses, mas logo ganhou notoriedade graças ao fato de ir além da música. Primeiro com clipes e depois com filmes inteiros – seu segundo disco, Discovery, foi feito para funcionar como trilha sonora de um anime japonês feito especialmente para a dupla (e por um mestre desta arte, Leiji Matsumoto). Depois, eles mesmos se dispuseram a dirigir um filme: Eletroma, um road movie etéreo sobre uma cidade de robôs.
Com a trilha de Tron eles voltam ao cinema – e a pressa por novidades, típica da internet, fez que algumas versões da trilha vazassem antes de seu lançamento. Todas, sem exceção, falsas e desmentidas pela própria dupla, que, apesar de prezar pelo anonimato (seus rostos estão sempre ocultos por máscaras de robô), é bem enfática em relação ao que lançam. Contudo, as faixas falsas continuam saindo – e encontraram até fãs. Mas os dois garantem que a trilha sonora só será ouvida quando o filme for lançado, no fim do ano. Difícil é saber como eles vão conter o vazamento destas, tão típico desta era digital.
Do pop ao prog
Sigur Rós e Justin Bieber: tem a ver?
O DJ norte-americano Nick Pittsinger, que assina como Shamantis, fez uma experiência com a música U Smile do ídolo teen Justin Bieber e a deixou oito vezes mais lenta. Qual foi a sua surpresa ao descobrir que agora, com 35 minutos de duração, a faixa ficou parecida com as músicas intermináveis do grupo prog indie islandês Sigur Rós. Até os fãs desta banda concordam. Para ouvir, visite o site soundcloud.com/shamantis.
E enquanto a trilha de Tron – O Legado não sai de verdade (as faixas que vazaram outro dia também eram fake), o Eclectic Method, um dos bastiões audiovisual da cena global que é o mashup, colide clássicos da dupla francesa com cenas dos filmes de 82 e do que estréia no fim do ano.
O meu convidado da edição do Link desta semana foi o Forlani, do Omelete, que esteve na Comic Con deste ano e deu uma geral no retorno de uma das marcas que melhor estabeleceram o conceito de digital no inconsciente do planeta, nos anos 80. Vale ler.