Trabalho Sujo Apresenta: Bate-Estaca no Belas Artes

Agente e testemunha das transformações musicais que mexeram com a vida noturna de São Paulo entre os anos 80 e 90, Camilo Rocha fala de escrever um livro sobre este período desde que a gente se conheceu, no meio dos anos 90, quando ele, recém-chegado da Inglaterra, trouxe o conceito de raves para o Brasil e esteve envolvido na produção de algumas das primeiras festas desse tipo por aqui. Ele cobre música de pista desde essa época, quando enfrentava chiliques de leitores roqueiros raivosos da falecida Bizz que reclamavam que a revista dava espaço para esse tipo de música e foi um dos criadores do mitológico Rraul, site/fórum que deschavava a cena deste tipo de música em todo o Brasil. Depois de décadas de produção, ele finalmente lança Bate-Estaca – Como DJs, drag queens e clubbers salvaram a noite de São Paulo pela editora Veneta e o convidei para participar de mais uma edição da sessão Trabalho Sujo Apresenta, que tenho realizado no Cine Belas Artes, desta vez trazendo o autor para falar do livro antes de vê-lo discotecar no mezanino do cinema. A festa acontece no dia 12 de setembro e eu mesmo converso com Camilo a partir das 19h30 para, uma hora depois, entrarmos no modo discotecagem, quando teremos a DJ Linda Green como convidada da noite. Os ingressos já estão à venda neste link. O Belas Artes fica na rua da Consolação, 2423, do lado da Estação Paulista da Linha Amarela do metrô.

Luiza Villa: “You don’t know what you’ve got ‘til it’s gone”

Luiza Villa voltou ao palco do Blue Note nesta terça-feira para celebrar sua reverência a Joni Mitchell e algumas pequenas mudanças no show mudaram completamente a dinâmica da noite. O primeiro veio por um problema técnico, que impossibilitou que o jovem maestro Pedro Abujamra usasse seu teclado, deixando-o à vontade com o piano da casa, dando uma súbita elegância que os timbres elétricos do teclado ofuscam dos arranjos da compositora canadense. O outro detalhe foi caso pensado, quando Luiza passou a tocar menos guitarra ou violão – embora ainda siga tocando-os em momentos-chave da noite -, deixando-a mais solta para improvisar com sua voz e sua presença de palco. Os dois estavam o tempo todo próximos do resto da Orfeu Menino – a banda que os cinco têm juntos, completa pela guitarra de Tomé Antunes (que decidiu tocar de pé desta vez), o contrabaixo solista de João Pedro Ferrari e a bateria de Tommy Coelho, agora com congas -, deixando o show ainda mais elétrico e direto no ponto, na melhor apresentação que vi do grupo até agora.

Assista abaixo:  

Feitiço cinematográfico

Foi bonito demais ver Ava Rocha transformar uma sala de cinema em seu palco no espetáculo Femme Frame que ela fez dentro da sessão Trabalho Sujo Apresenta que fizemos nesta quinta-feira no Cine Belas Artes. Com seu cúmplice Chicão Montorfano no piano elétrico, ela conduziu o público que encheu uma das salas do tradicional cinema de rua paulistano por canções suas e de outros autores, regendo-o com seu corpo e voz ao mesmo tempo em que era ornada pelas luzes de Mau Schramm e pelos vídeos projetados por Carol Costa, que usou animações feitas pela própria Ava e imagens captadas por Jade Monteiro e Otávio de Roque, na tela do cinema, criando um clima única para a realização da show, que ainda celebrou o primeiro ano de seu disco mais recente, Néktar, que acaba de ganhar nova versão em vinil, e teve participações improvisadas da percussionista Victória dos Santos e do tecladista Vini Furquim, ambos parceiros de Ava, que subiram para cantar duetos no final da noite. Foi maravilhoso.

Assista abaixo:  

Trabalho Sujo Apresenta: Ava Rocha em Femme Frame no Belas Artes

Retomando a sessão Trabalho Sujo Apresenta no Belas Artes, desta vez tenho o enorme prazer de receber nossa musa Ava Rocha em mais uma apresentação de voz e piano ao lado do Chicão Montorfano. Femme Frame começou em 2022 como uma temporada no Centro da Terra em que a cantora carioca soltava seu lado intérprete ao lado de queridos como Tulipa Ruiz, Filipe Catto e Negro Leo, e ampliou-se em um show maravilhoso que passou pela Casa de Francisca e pelo Bona, entre outros lugares. Agora é a vez de trazer Femme Frame ao Belas Artes, quando ela apresenta-se no clássico cinema de rua paulistano mostrando algumas de suas pérolas e versões para clássicos da música brasileira. A apresentação acontece no dia 11 de julho e os ingressos já estão à venda neste link.

Mais Joni Mitchell?

A cantora e compositora paulistana Luiza Villa mais uma vez traz sua homenagem à grande mestra do folk Joni Mitchell para o palco do Blue Noite de São Paulo. Na nova apresentação do espetáculo Both Sides ela segue acompanhada dos mesmos músicos que a acompanham – Pedro Abujamra (piano e teclados), Tomé Antunes (guitarra), João Pedro Ferrari no baixo, e Tommy Coelho na bateria = e repassa clássicos do repertório da cantora canadense, como “Free Man in Paris”, “Little Green”, “Cactus Tree”, “Big Yellow Taxi”, “Hejira”,“Coyote”, “Help Me”, “In France They Kiss on Main St” e “The Hissing of Summer Lawns”, além de algumas surpresas. A apresentação é mais uma vez dirigida pelo jornalista e curador de música Alexandre Matias e acontece no dia 23 de julho, a partir das 22h30. O Blue Note fica na Av. Paulista, 2073 (entrada pelo Conjunto Nacional) e os ingressos já podem ser comprados neste link.

#trabalhosujoapresenta #luizavilla #jonimitchell #bothsidesnowjonimitchellporluizavilla

Orfeu Menino pega bem

Foi demais o primeiro show oficial da banda Orfeu Menino nesse ano dentro da sessão Trabalho Sujo Apresenta, que nesta quarta aconteceu no Redoma. A banda está afiadíssima e é impressionante o domínio que a vocalista Luiza Villa tem do palco, em sintonia finíssima com os outros quatro músicos da banda, o virtuosismo de Tommy Coelho na bateria, a guitarra discreta e precisa de Tomé Antunes, o teclado irrepreensível do maestro Pedro Abujamra e o baixo denso e suntuoso de João Chão. Parte do repertório ainda é composto por versões, o que já mostra a amplitude de alcance do quinteto, indo de “Nossa História de Amor” do Tim Maia a “Jorge Maravilha” do Chico Buarque, passando por “Dentro de Você” de Marcos Valle e Leon Ware, “Banho de Espuma” da Rita Lee, a versão de Annie Ross pro standard “Twisted”, “Cara Cara” e “Pessoa Nefasta” do Gilberto Gil, “Nua Ideia” de João Donato, além de uma versão de “Bala com Bala” do João Bosco que não tava no roteiro. Entre esses clássicos, eles ainda mostraram suas duas primeiras músicas, “Pega Mal” e “O Amor é Fogo”. Depois o DJ Benni seguiu a noite esmerilhando pérolas ousadas de diferentes frentes musicais. É, a brincadeira está só começando…

#trabalhosujoapresenta #orfeumenino #redomabixiga #trabalhosujo2024shows 36

Assista abaixo:  

Trabalho Sujo apresenta: Orfeu Menino

No ano passado, Luiza Villa, Pedro Abujamra, Tomé Antunes, João Chão e Tommy Coelho celebraram a obra de Joni Mitchell no espetáculo Both Sides Now, puxado pela vocalista que sugeriu a homenagem, e agora os cinco voltam a focar no trabalho de sua banda, Orfeu Menino, que mostra sua nova fase em mais uma sessão Trabalho Sujo Apresenta, idealizada pelo jornalista Alexandre Matias. Inspirados pela bossa nova e pelo jazz brasileiro dos anos 60 e 70, eles também têm influência de samba, MPB, jazz e folk norte-americano e começam a mostrar suas primeiras músicas autorais. O grupo faz dançar sem perder a complexidade do jazz e da música brasileira e depois de tocar em festas e pequenos clubes de São Paulo, começam esta nova fase reunindo suas próprias composições reunindo um repertório já estabelecido, que vai de Tom Jobim a Rita Lee, passando por João Bosco e George Benson. A apresentação acontece nesta quarta-feira, no Clube Redoma (Rua Treze de Maio, 825, Bixiga), a partir das 21h, e a noite terá discotecagem do DJ Benni. Os ingressos podem ser comprados neste link.

“No color, no contrast”

O segundo show de Luiza Villa celebrando os 80 anos de Joni Mitchell foi mais à vontade que a primeira apresentação e mesmo o peso de tocar no Blue Note não intimidou a cantora e seu grupo, todos mais livres e confortáveis após a inevitável tensão da primeira noite. Todos os músicos tiveram seus momentos de destaque, mas Luiza especificamente deixou o público à sua disposição, passando por cima de eventuais percalços com muita graça e desenvoltura, como quando não lembrou do início de “Hissing of Summer Lawns”, música em que não toca nem violão ou guitarra e deixa completamente solto seu principal instrumento: sua voz. Foi demais.

Assista aqui:  

Both Sides Now – Joni Mitchell por Luíza Villa @ Blue Note São Paulo neste domingo

E lá vamos nós para mais uma sessão de celebração da vida e obra de uma das maiores compositoras do século 20. Joni Mitchell completa 80 anos neste mês de novembro e Luiza Villa mais uma vez faz sua homenagem à mestra, acompanhada de sua fiel banda: Pedro Abujamra nas teclas, João Pedro Ferrari no baixo, Tomé Antunes na guitarra e violão e Tommy Coelho na bateria. O espetáculo Both Sides Now desta vez acontece no Blue Note São Paulo (Av. Paulista, 2073, com entrada pelo Conjunto Nacional) neste domingo, às 19h, e ainda há ingressos disponíveis.

Trabalho Sujo Apresenta Desertshore: Nico por Paula Rebellato e convidados

E com enorme satisfação vamos repetir a versão que Paula Rebellato e seus compadres fizeram para o fabuloso Desertshore, da Nico, em mais uma edição do Trabalho Sujo Apresenta no Cine Belas Artes. A vocalista, musicista e compositora Paula Rebellato homenageia a musa do Velvet Underground, a cantora alemã Nico. Depois de uma bem sucedida temporada no Centro da Terra, a vocalista, musicista e compositora Paula Rebellato propôs uma versão na íntegra para o clássico gótico que a cantora alemã Nico lançou no início de sua carreira solo, em 1970. Desertshore foi produzido pelo ex-companheiro de banda John Cale e por Joe Boyd, produtor dos principais nomes do folk inglês daquele período, e juntos os dois abriram caminho para Nico desbravar suas canções que ao mesmo tempo são gélidas e calorosas. Paula, que fez parte do seminal grupo Rakta, toca no grupo de krautrock Madrugada e é uma das proprietárias do Porta, uma das principais novas casa de show de São Paulo, convidou três músicos a ajudarem num mergulho ainda mais hipnótico e eletrônico. João Lucas Ribeiro (do grupo Muddy Brothers, na guitarra), Mari Crestani (integrante do grupo Bloody Mary Une Queer Band e da banda Herzegovina, no sax, guitarra e baixo) e Paulo Beto (líder do grupo Anvil FX, sintetizadores e sequenciadores), levando as canções do clássico disco, como “Janitor of Lunacy”, “The Falconer” e “Mütterlein” para o território da música ambient e industrial, expandindo a experiência sonora do disco a partir de seus próprios moldes e características individuais. A apresentação acontece no dia 28 de novembro a partir das 21h e os ingressos podem ser comprados neste link.