O evento Together for Palestine, que aconteceu na quarta passada no estádio de Wembley, na capital inglesa, e foi idealizado por Brian Eno, é mais um passo importante em relação à popularização a uma das pautas mais importantes do mundo hoje: o genocídio palestino promovido pelo governo de Israel. Ciente de seu papel como agitador cultural, Eno reuniu artistas que não tiveram pudor em colocar seu nome para apoiar a causa palestina, reunindo-os com outros tantos ativistas em um evento que durou quatro horas e arrecadou dois milhões de libras inglesas (quase 15 milhões de reais) para o povo que sofre diariamente com os ataques do governo de Israel. O evento reuniu atrações musicais e discursos de atores, ativistas, poetas, escritores e pesquisadores de diferentes lugares do mundo para protestar juntos contra a tragédia que está destruindo todo um povo. Desde os Gorillaz de Damon Albarn, que trouxe Yasiin Bey (o Mos Def) e o sírio Omar Souleyman ao vídeo enviado pelo Portishead, nomes como Pink Pantheress, King Krule, Paul Weller, Hot Chip, Jamie Xx, Celeste e Neneh Cherry, que cantou com Greentea Peng, além dos atores Benedict Cumberbatch, Florence Pugh, Guy Pearce, Riz Ahmed, Ramy Youssef e nomes conhecidos por seus posicionamentos políticos como o jogador de futebol Eric Cantona e os ativistas Francesca Albanese e Ben Jamal, além do próprio Eno e vários outros, ajudaram a ampliar uma discussão, que ainda este ano, era considerada tabu e fez artistas inclusive serem expulsos ou terem apresentações canceladas por assumirem essa postura – o trio irlandês Kneecap é o caso mais emblemático, mas há vários outros. Aos poucos a arte muda a paisagem política do mundo, mas é preciso que alguém comece…
O concerto pró-Palestina que Brian Eno realizou nesta quarta-feira em Londres não teve a cobertura que um evento dessa magnitude deveria ter justamente por abordar o genocídio palestino como tal, não apenas como um conflito no Oriente Médio, como prefere a imensa maioria da mídia convencional. E entre as mais de uma centena de atrações de diversas áreas que estiveram no palco do estádio de Wembley (nomes tão diversos quanto Damon Albarn, Paul Weller, Hot Chip, Rina Sawayama, Neneh Cherry, PinkPantheress e os atores Richard Gere, Benedict Cumberbatch e Florence Pugh, entre outros), uma delas não pode estar presente e mandou sua colaboração à distância – e pela primeira vez em mais de dez anos (fora uma apresentação em 2022 num pequeno show em benefício das vítimas da guerra da Ucrânia) o Portishead voltou a se reunir para revisitar um de seus clássicos do primeiro álbum Dummy, a tensa “Roads”, gravada com um quarteto de cordas. Tomaara que funcione como uma deixa pra fazer mais shows. E ainda vou falar mais sobre este Together For Palestine.