Vida Fodona #534: Agosto em perspectiva

vf534

Tudo pode mudar.

Durutti Column – “Sketch for Dawn – I”
Warpaint – “New Song”
Tincoãs – “Deixa a Gira Girar”
Anelis Assumpção – “Song to Rosa”
Curtis Mayfield – “Move on Up”
Gil Scott-Heron – “Lady Day & John Coltrane”
Jorge Ben – “Brother”
Mundo Livre S/A – “O Mistério do Samba”
Curumin – “Samba Japa”
BNegão & Os Seletores de Frequência – “V.V.”
Instituto + Sabotage – “Dama Tereza”
Nightmares on Wax – “Les Nuits”
Massive Attack – “Inertia Creeps”
Elza Soares + Celso Sim – “Benedita”
David Bowie – “It’s Gonna Be Me (With Strings)”
Todd Terje + Bryan Ferry – “Johnny and Mary”
Spice Girls – “Too Much”
Eric Carmen – “All By Myself”
Johnny Thunders – “You Can’t Put Your Arms Round a Memory”
Can – “Vitamin C”
Broken Social Scene – “Cause = Time”
New Order – “Thieves Like Us”
Novos Baianos – “Mistério do Planeta”

Vida Fodona #513: Quebrando a maldição

vf513

E começo a anunciar as novidades dos 20 anos do Trabalho Sujo…

Iron Maiden – “Cross-Eyed Mary”
Jean-Luc Ponty – “Computer Incantations for World Peace”
Marina Lima – “Corações a Mil”
Meghan Trainor – “All About That Bass”
Todd Terje – “Preben Goes To Acapulco (Prins Thomas Remix)”
Bryan Ferry – “Don’t Stop The Dance (Idjut Boys Dub)”
Baiana System – “Playsom”
Groove Armada – “Superstylin'”
João Brasil – “Cheia de Dar”
Human League – “Don’t You Want Me”
Diogo Strausz + Ledjane Motta + Maria Pia – ‘Não Deixe De Alimentar”
Taylor Swift – “Style”
Tame Impala – “‘Cause I’m a Man”

Bora lá.

Como foi o Popload Festival 2015

belle-iggypop-audio

Fui aos dois dias do Popload Festival, o festival do Lucio que aos poucos se estabelece no calendário brasileiro como um dos principais eventos de música em São Paulo, e a melhor constatação foi ver, na prática, que “festival de música” não é sinônimo para perrengue, pé na lama, chuva, som ruim, shows à luz do dia, dezenas de milhares de pessoas, quinze mil bandas e a grande maioria delas ruim, comida tosca, banheiros imundos, gente passando mal. Tudo funcionava – e isso é ponto não só para a organização como também para o Audio Club.

Cheguei no primeiro dia no meio do ótimo show do Sondre Lerche e não dá pra entender porque o francês não estava abrindo para o Belle & Sebastian, que tocaria no dia seguinte – era uma situação que todos iriam ganhar, inclusive o festival. Depois foi a vez do Emicida, que optou por fazer um show mais pesado e dando uma geral em toda sua carreira, em vez de tocar apenas o show do disco novo – embora o melhor momento tenha sido “Madume”, em que ele chamou os rappers Drika Barbosa, Raphael Alafin, Muzzique e Coruja para quase nove minutos de dedo na cara. A única concessão ao peso da noite foi a radiofônica “Passarinhos”, deixando claro que o artista sabia que a grande maioria do público nunca tinha visto um de seus shows.

E, como alguns, tive que fazer a escolha salomônica entre ver uma lenda viva do rock (ainda) em ação e um ás da atualidade em seu atual auge. Como aquela não era minha primeira vez com o velho Iggy e sabia que o show começava como uma memorável sequência “No Fun”, “I Wanna Be Your Dog”, “The Passenger” e “Lust for Life”, escolhi assistir ao início do show de roque para depois cair na pista do mago norueguês da disco music, Todd Terje, mas não sem antes assistir ao mosh que o quase centenário roqueiro deu sobre o público que nasceu depois que ele gravou “Candy”, nos anos 80. No clube do Audio, longe das guitarras, Terje determinava um transe rítmico em que timbres retrô pareciam ter nascido no século 20 – e até um velho hit da Whitney Houston não soava como mera citação, combinando perfeitamente com o repertório da noite, repleto de faixas de seu excelente It’s Album Time, do ano passado. O astral da apresentação do escandinavo estava tão bom que, mesmo com ele acabando antes do show do Iggy Pop terminar, bandeei pra casa.

No dia seguinte, consegui ver mais uma vez o Cidadão Instigado tocando seu tenso Fortaleza ao vivo e a banda de Fernando Catatau está imersa na alma pesada do disco – mesmo os momentos mais leves (como “Land of Light” ou “La La La La La La La”) soam bem mais intensos e elétricos do que gravados, mesmo sem sair de suas levadas originais. O Spoon fez um show quase às escuras e o intimismo dark da banda norte-americana não encontrou liga com o público do Belle & Sebastian. Foi um show preciso e empolgante, mas a grande parte do público apenas esperava a banda que encerraria o palco, como também aconteceu no show do Cidadão. Mas não era desânimo – o público estava atento e apreciou os dois shows, mas era uma abordagem muito cética perto do excesso de fofura do show Belle & Sebastian.

Não desgosto do Belle & Sebastian, mas estou longe de ser um fã. Contudo, é uma banda que pertence à minha geração e aquele era o quarto show do grupo escocês que assistia. O lado fofinho, sorridente e Hello Kitty da banda quase chega a me irritar – gosto deles quando esquecem o Nick Drake para revisitar o soul dos anos 80 via Inglaterra. O mais curioso, no entanto, foi a onda jovem que parece ter descoberto o grupo nos últimos anos. Quando assisti ao show que o grupo fez na saudosa Via Funchal há cinco anos, tive a clara sensação de que todos os presentes ali haviam assistido (ou queriam ter visto) o grupo em sua primeira passagem no Brasil, quando tocaram no também saudoso festival Free Jazz (o avô do igualmente saudoso Tim Festival). Eram os indies velhos (como eu), que voltavam para ver uma banda que foi importante para eles em suas juventudes. Mas no encerramento do festival do Lúcio havia muito gente no início dos 20 anos que com certeza não estava naquele show de 2010. A grande interrogação ficou pela forma como esse público descobriu a banda: foi trilha sonora de filme? Tocou na novela? Entrou em videogame? Descoberta semanal do Spotify?

O fato é que essa nova geração de fãs se entregou à fofura do Belle & Sebastian e o show foi muito mais passional que o de Iggy Pop, por incrível que pareça. A felicidade no ar era parecida com a do show que a banda fez em São Paulo no início do século, quase sem acreditar que não apenas tinham fãs no Brasil como eles sabiam cantar todas as músicas. Essa constatação guiou a apresentação da banda, que foi pouco a pouco hipnotizando o público em sua bolha de otimismo, o que também cativou os mais velhos presentes – tocaram até “Legal Man”, que é minha música favorita deles. Foi um show tão divertido quanto cativante e, ao contrário do Iggy Pop, não habita apenas o palco, como um deus do rock. O momento já clássico dos shows da banda é justamente quando trazem os fãs para o palco. Querem dizer que são pessoas como eles. Enquanto o mosh de Iggy Pop na galera é um elogio à saúde atual do roqueiro e uma honra para os pobres mortais que o seguraram antes que ele caísse no show, a subida ao palco do Belle & Sebastian é um abraço coletivo, um carinho de cena que funciona como um colo para pessoas que reconhecem mais as canções que os integrantes da banda.

E é essa dicotomia – entre o antigo rock clássico e o clássico indie rock – que precisa ser resolvida pelo Popload. Ao trazer Iggy Pop como uma das atrações em um festival essencialmente indie, ele abre a possibilidade de realizar shows de veteranos para poucos milhares de pessoas. Mesmo para uma banda como o Belle & Sebastian, o palco do Audio foi bem mais acolhedor e, na medida do possível, intimista do que os outros dois quando eles passaram por São Paulo (o clube da Água Branca deve ter menos que a metade do tamanho da Via Funchal). A escolha de Iggy Pop pode criar uma expectativa errada para o festival (o público da Kiss FM e do Café Piu Piu certamente iria em peso caso o show tivesse uma divulgação específica para canais não-indies, o que não aconteceu) ao mesmo tempo em que ele pode fugir da fórmula “o hype da vez” trazendo velhos de guerra e indies grandes para tocar num palco que os deixa quase em cima do público.

Abaixo, alguns vídeos que fiz no festival.

Vida Fodona #504: Espiral de trabalho

vf504

Tarda mas não falha.

Neil Young + Promise of the Real – “If I Don’t Know”
Tame Impala – “The Less I Know”
Letuce – “Lugar para Dois”
Silva + Lulu Santos + Don L – “Noite”
Unknown Mortal Orchestra – “Ur Life One Night”
Jamie Xx + Romy Madley-Croft – “Loud Places”
Mark Ronson – “I Can’t Lose (Lindstrøm Remix)”
Jungle – “Julia (Soulwax Remix)”
Todd Terje – “Inspector Norse (Pepe Bradock Remix)”
Cidadão Instigado – “Escolher Pra Quê?”
Emicida – “Boa Esperança”
Toro y Moi – “Lilly”
O Terno + Boogarins – “Saídas e Bandeiras No. 2”

Vem aqui.

Vida Fodona #503: Cheio de música nova

vf503

Tem pra todo mundo.

Chet Faker – “Bent”
Gui Amabis – “Graxa e Sal”
Selvagens à Procura de Lei – “Nuvem Cigana”
Beck – “Dreams”
Duran Duran + Janelle Monáe + Nile Rodgers- “Pressure Off”
Giorgio Moroder + Kylie Minogue – “Right Here Right Now”
Skylar Spence – “Can’t You See”
Banks – “Beggin For Thread (Aeroplane Remix)”
Todd Terje – “Strandbar (Joakim remix)”
Sebastien Tellier – “Comment Revoir Oursinet”
Lauryn Hill – “Feeling Good”
Quarto Negro – “Orlando”
Radio Dept. – “Occupied”

Vem aqui.

Uns tratos em Todd Terje

timetime

O mago sueco da disco music convocou três compadres – Pépé Bradock, Joakim e Eric Duncan, o Dr. Dunks – pra remixar faixas de seu excelente It’s Album Time no EP It’s Remix Time Time, lançado esta semana. E como o patamar estabelecido pelo Terjão é sempre alto, o conjunto de remixes não podia ser diferente…

Todd Terje + Bryan Ferry

terje-ferry

Desde antes de ela se materializar, sabíamos que a parceria entre Bryan Ferry e Todd Terje seria épica. E ninguém precisou estranhar a escolha de um cover – e justo qual – para formalizar esse encontro – “Johnny & Mary” de Robert Palmer nunca mais seria a mesma depois de passar pelos dois. O resultado foi tão forte que os dois expuseram a parceria em seus respectivos discos, uma saudação de respeito mútuo. Agora a versão sobe mais um degrau quando ela se transforma em vídeo, levando o velho crooner inglês para o Chateau Marmont e o Wolf’s Lair em Los Angeles, enquanto a modelo inglesa Eliza Cummings desliza em preto e branco pelo groove.

E não custa lembrar que Terje é uma das primeiras atrações anunciadas do festival do Lucio, que ainda trará o Belle & Sebastian para o Brasil no segundo semestre.

Vida Fodona #499: Às vésperas de virar o disco

vf499

Grandes mudanças estão vindo aí…

Daisy Chainsaw – “Love Your Money”
Courtney Barnett – “Close Watch”
Secos & Molhados – “Fala”
Cidadão Instigado – “Dudu Vivi Dada”
Unknown Mortal Orchestra – “Ur Life One Night”
Kendrick Lamar – “King Kunta”
Giorgio Moroder + Britney Spears – “Tom’s Diner”
Jaga Jazzist – “Oba (Todd Terje Remix)”
Hot Chip – “Love is the Future”
Bixiga 70 – “Martelo”
Tulipa Ruiz + Felipe Cordeiro – “Virou”
Spoon – “Inside Out (Fabrizio Moretti Remix)”
Sinkane – “Young Trouble”

Vem aqui.

Todd Terje x Jaga Jazzist

jaga-jazzist

O trato que o mago norueguês Todd Terje dá em cima dessa “Oban”, dos também noruegueses Jaga Jazzist, é uma viagem daquelas que a gente sonha que nunca termina. São quase dez minutos de jazz entortado via disco music especial que parecem uma interminável – no bom sentido – trip intergalática.

Todd Terje e a psicodelia de desenho animado

todd-terje-alfonso-muskendunder

O mago norueguês da discoteca Todd Terje continua colhendo frutos de seu sensacional It’s Album Time, um dos grandes discos do ano passado. Agora é a vez da faixa “Alfonso Muskedunder” ganhar os holofotes, com direito a um clipe de psicodelia de desenho animado de terror (só vendo) e um EP com remixes feitos por Deetron, Bullion e Mungolian Jetset, which pra mesma música. Sente o drama: