Imagine a volta do Sonic Youth…

Imagine, só imagine, que alguém liga pro nosso compadre Lirra e pergunta se ele não quer vir pro Brasil no ano que vem – trazendo outro velho conhecido, o mano Shelley, pra tocar junto. E já que estamos aqui, dá um alô em outro chapa, o galalau Thurston, pra repetir o improv que fizeram sexta passada em Nova York numa escala um pouco maior em São Paulo (e já sopra pro agente dele e pra alguém que tenha editora por aqui pra armar o lançamento suas lembranças de 2023, Sonic Life: A Memoir, no Brasil). Quando? Em maio do ano que vem, quando a irmã Kim estará por aqui. O último show do Sonic Youth foi no Brasil, em 2013. Por que o reencontro dos quatro – nem precisa ser show, só a reconexão – não pode acontecer aqui? Questões pessoais são superáveis, Kim e Thurston não são Waters e Gilmour e ainda compartilham os mesmos valores e visões, algo que não só está em falta hoje em dia como está em xeque… Só imagine… Muitos acham impossível, mas para o impossível acontecer primeiro precisamos imaginá-lo…

Assista a trechos do último show do Sonic Youth abaixo:  

Lá vem o Thurston Moore…

O sumo-sacerdote do noise Thurston Moore veio lançando singles desde o início do ano e agora acaba de formalizá-los no lançamento de mais um álbum, o nono lançado com seu nome e sexto desde o fim de sua banda, o fundamental Sonic Youth. Flow Critical Lucidity reúne as três músicas que lançou desde o ano passado — “Isadora” (cujo clipe foi dirigido pela Sky Ferreira) “Hypnogram” e “Rewilding” – a outras cinco faixas, uma delas lançada nesta quinta-feira. Enquanto as três primeiras carregam sua assinatura musical clássica, misturando o vocal quase falado a melodias dissonantes sobre ritmos marcados, a nova, composta em parceria com Lætitia Sadier, do Sterolab, conduz a musicalidade para outro hemisfério: hipnótico, repetitivo e delicado, com os vocais de Thurston superpondo aos de Laetitia – e dando ao disco, que já está em pré-venda e será lançado no dia 20 de setembro, uma nova coloração. Veja a capa, o nome das músicas e ouça a faixa na íntegra abaixo:  

Snail Mail e Thurston Moore reverenciam Lou Reed

O papa do underground nova-iorquino Lou Reed uniu dois discípulos de diferentes gerações em uma de suas canções mais emblemáticas de sua carreira solo. A jovem Lindsey Jordan (que também atende como o grupo de uma mulher só Snail Mail) e o velho Thurston Moore (um dos pilares do Sonic Youth) se uniram para celebrar o fundador do Velvet Underground numa versão correta e bonita para o clássico “Satellite of Love”, que Reed gravou em seu disco mais memorável, Transformer, de 1972.

Assista abaixo:  

Vida Fodona #757: Frio nada a ver

Mas eu dou um jeito, cê sabe…

Ouça abaixo.  

Vida Fodona #745: Semana puxada adiante

Vai ser bom demais.

Ouça aqui.  

As 75 melhores músicas de 2020: 29) Thurston Moore – “Hashish”

“She’s my only friend, my soul, my hope”

Os 75 melhores discos de 2020: 53) Thurston Moore – By the Fire

“Feel the full effect of this dose”

Chega mais, Thurston Moore

thurston-moore--2020

O mestre Thurston Moore lança mais uma música de seu próximo disco By the Fire e “Siren”, com 12 minutos, é tudo que os fãs esperam dele: melodia, notas dissonantes, microfonia, barulho, groove macio, vocais sussurrados e texturas elétricas. Abaixo dá pra ver um trecho do clipe da música, que só pode ser visto na íntegra na página do guitarrista no Bandcamp.

By thg Fire sai em novembro e já está em pré-venda. Além de “Siren” ele já mostrou “Hashish” e “Cantaloupe” e a ordem das faixas é essa:

“Hashish”
“Cantaloupe”
“Breath”
“Siren”
“Calligraphy”
“Locomotives”
“Dreamers Work”
“They Believe In Love [When They Look At You]”
“Venus (instrumental)”

Ave Galaxie 500

galaxie-500

No início do ano, para aproveitar o lançamento da versão em vinil do disco ao vivo Copenhagen do Galaxie 500, a gravadora norte-americana Persona Non Grata estava organizando uma apresentação no Record Store Day para trazer bandas para a loja nova-iorquina da Rough Trade e fazer um show com bandas tocando músicas do saudoso grupo indie. Mas com a pandemia e a quarentena, o projeto teve de ser reestruturado e tornou-se uma série de apresentações ao vivo gravadas remotamente incluindo nomes contemporâneos e influenciados pela clássica banda. Separei aqui as versões que o Mercury Rev, Thurston Moore, Glenn Mercer (dos Feelies), Surfer Blood, Barbara Manning, Hamilton (do grupo inglês British Sea Power), Mark Lanegan, Stephin Merritt, Calvin Johnson, Real Estate, Versus, Winter, entre outros, tocando canções imortais do grupo ou variações de versões clássicas feitas pelo grupo para músicas do Velvet Underground, do New Order e dos Rutles.

Você confere todas as versões lá no site oficial do projeto. Que banda!

Na “Fun House” dos anos 90

Wylde-Ratttz

Quando quis recriar a cena glam rock norte-americana do começo dos anos 70 em seu controverso filme Velvet Goldmine, de 1997, o diretor Todd Haynes convidou o guitarrista Don Fleming, da banda Gumball, para criar uma versão fictícia dos Stooges para o filme. Fleming arregimentou um time que, além dele mesmo, ainda incluía dois integrantes do Sonic Youth (Thurston Moore e Steve Shelley), o vocalista do Mudhoney Mark Arm, o baixista do Minutemen Mike Watt, Sean Lennon (pois é!) e um stooge original (o guitarrista Ron Asheton). Batizados de Wylde Rattz, este supergrupo gravou um disco inteiro na época, além de uma versão insana para “Fun House” dos Stooges – que só vieram à tona nesta quarentena. Sente só essa versão do clássico dos Stooges, que conta apenas com Thurston Moore, Steve Shelley, Mark Arm, Mike Watt e Ron Asheton:

E esse disco inteirinho então? Olha só que pesado!

Rapaz…