O cantor e compositor paulistano Thiago Pethit lança o single “Noite Vazia” para anunciar o lançamento do novo disco, Mal dos Trópicos, produzido por Diogo Strausz. Bati um papo com ele sobre o que esperar do novo disco e ele, mesmo escondendo o jogo, falou deste disco, que considera “um disco escuro”. Leia lá na minha coluna Tudo Tanto, no Reverb.
A programação do Centro do Rock segue hoje com um show gratuito em homenagem a um clássico: Horses, de Patti Smith, é recriado ao lado de uma banda composta apenas por mulheres num show emocionante, que começa pontualmente às 21h (mais informações aqui). Antes disso, às 19h, faço a mediação do debate, também gratuito, sobre rock e literatura, em que os escritores Fabrício Corsaletti, Daniel Benevides e Fernada D’umbra falam sobre a relação entre as duas vertentes artísticas e como elas se cruzam em autores como Bob Dylan, Leonard Cohen e a própria Patti Smith.
A partir do dia 11 de julho, o Centro Cultural São Paulo abre-se para o melhor do rock moderno brasileiro, reunindo nomes como Rakta, Garage Fuzz, Boogarins, Test Big Band, Meu Reino Não é Desse Mundo, Thiago Pethit, Luís E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante + Ventre, MQN, Maglore, Vermes do Limbo + Bernardo Pacheco, Thiago Nassif, Jonnata Doll e os Garotos Solventes, Labirinto e The Baggios, além de debates, filmes e uma edição do Concertos de Discos dedicada à história do rock brasileiro. Mais informações no site do CCSP.
Da ponte erguida em Rock’n’Roll Sugar Darling, seu álbum mais recente, de três anos atrás, Thiago Pethit desceu em Patti Smith. A conexão entre música, teatro e poesia que sempre esteve presente em sua obra aos poucos despe-se das guitarras para abraçar as palavras e ao imaginar um espetáculo sobre uma de suas principais musas, ele cercou-se de mulheres para seguir com a provocação sobre gênero. Assim, a banda é formada por ele, Larissa Conforto (do Ventre, na bateria), Stéphanie Fernandes (no baixo), Monica Agena (do Moxina, na guitarra) e Rita Oliva (a Papisa, no teclado), além da presença da atriz Leandra Leal, que o ajuda a declamar os textos de Patti, puxando uma vibe “sarau beatnik”, como ele mesmo define. O show acontece no Sesc Pinheiros a partir das 21h (mais informações aqui) e Thiago o vê como a semente de um projeto maior, orbitando ao redor do magnetismo da poeta punk. Conversei com ele sobre este novo show, sua influência, o processo de realização e uma possível continuidade.
Como foi a sua primeira vez com a Patti Smith?
Foi média. Acho que não nos conquistamos de cara. A segunda sim é que foi boa.
Eu escutei Patti quando era adolescente, mas não bateu. Acho que não entendi. Eu era adolescente, né? Em termos de rock, tava mais interessado em ver o Mick Jagger rebolando ou a Debbie Harry fazendo passinhos de dança e a Patti parecia estranha e profunda demais, então ela ficou no ali no canto.
Mas em 2010, nos reencontramos quando li Só Garotos. E aí sim um mar de ideias, sensibilidades, poesias, e identificações foram possíveis. Foi só então que eu voltei aos discos e saquei o que era aquilo.
E quem teve a idéia de fazer um show em homenagem a ela?
Meu namorado. Ele sabe o quanto eu sou apegado ao trabalho da Patti e o quanto ela vem influenciando meu trabalho, não diretamente musical, mas de forma conceitual. Um dia ele falou “quando é que você vai fazer um show sobre isso?” e me deu esse click: é agora!
Desde Estrela Decadente eu venho estudando ensaios e poemas e peças de teatro que ela escreveu e baseando alguns conceitos, ou personagens no meu trabalho. O próprio Joe Dallesandro, que aparece na introdução do meu disco RnR Sugar Darling, me foi ‘apresentado’ pelo Só garotos. Segundo o livro, ele era um “role model” para o Robert Mapplethorpe. De certa forma era tudo que ele queria ser e representar para entrar no mundo do Warhol, então ele seguia todos os passos do Joe. Frequentava os mesmos lugares, faziam michê juntos pelas ruas de NY… Os anjos sujos e com bocas de cowboy que o Joe cita na abertura do meu disco, são eles. E foram ideias que surgiram da peça Cowboy Mouth da Patti com o Sam Shepard.
Mas em termos musicais, eu talvez intuísse que ainda não estava pronto para acessar a Patti. Na verdade, eu ainda sinto que gostaria de fazer mais intervenções sobre o show, gostaria de estar ainda mais pronto como artista, mais completo, para realmente acessar algo que eu ambiciono sobre isso. Pelo menos agora, sinto que me aprofundei suficientemente para poder homenageá-la. Quem sabe mais pra frente eu não vá aos poucos desenvolvendo essas outras ideias.
Você viu ela ao vivo fazendo o Horses em 2015?
Infelizmente não. Mas eu vi um show pequeno, para umas 100 pessoas, em comemoração ao aniversário do Lenny Kaye – o eterno guitarrista de Patti – de 70 anos, um dia antes dela completar 70 também. E foi maravilhoso, ela fez uma participação cantando umas sete músicas com ele e banda. Contou histórias, recitou poesias, e nossa… que poder ela tem com as palavras. Saí do bar como se tivesse levado uma descarga elétrica. Enfiei os dedos na tomada.
É algo impressionante e que não se entende apenas escutando os discos. Por isso também senti a necessidade de ter uma atriz no show, que pudesse trazer essa compreensão da PALAVRA para o palco.
4) O show é só o Horses? Fala sobre o conceito do show.
Não é só Horses. Tem outras fases. O Horses é o meu preferido e é a maior parte do show, mas eu fui selecionando as músicas – e os trechos poético-literarios – por afeto mesmo. Perguntei para algumas amigas próximas, que também veneram a Patti como eu, pedi sugestões. Peguei tudo o que eu mais gosto de todos as fases, e apenas uma música que eu odeio. Sempre faço isso em shows de versões. Acho que o maior desafio para entender um artista é quando cê tem que se colocar fazendo aquela música que você não gosta mesmo. Então, essa também está e eu jamais direi qual é.
No princípio era só um show de música. Mas a imagem dela ao vivo, a impressão que tive sobre a força das palavras, aliado ao fato de que ela me conquistou pela literatura, acabaram abrindo esse desejo de trazer isso junto ao espetáculo. E esse foi um dos motivos pelos quais eu não quis fazer o Horses inteiro. Porque eu compreendi que existe uma força ali, que é da poesia. São as palavras e os sentidos, a poesia. O rock’n’roll é a arma de comunicação, mas são as palavras que importam. Quando você estuda os arranjos, isso fica nítido. Eles não existem, eles certamente foram gravados em forma de jam session onde a banda acompanhava o sentido das palavras e frases em músicas de três acordes. E para fazer isso, com a mesma ambição eu precisaria ‘versionar’ para o português grande parte das músicas-poesias. E é algo diferente das músicas de poetas compositores como Cohen, ou Chico Buarque. O Horses é um disco de poesia falada. Quase que acidentalmente musical.
Essa é a tal da ambição que falei antes. Virou um pequeno desejo pretensioso guardado aqui para o futuro: chamar pessoas que eu considero gênias das palavras, gente como o Zé Miguel Wisnik, que tem um poder de uso das palavras e seus sentidos, e/ou Helio Flanders, meu pequeno poeta parceiro da minha geração, sentarmos juntos e fazer esse projeto em português. Quem sabe.
Eu até arrisquei sozinho a tradução de alguns poemas que nunca tiveram publicação no Brasil. E alguns trechos estarão no show. Mas mais como forma de trazer ao público alguma dimensão dos significados. Não estou pronto para assumir isso como ‘nossa, fiz uma versão’.
Como a Leandra entrou nessa história?
Leandra, Leandra! Bom, no processo de ensaios eu entendi que alcançar o que eu queria era algo mais ambicioso do que eu havia planejado. As músicas em si já exigem bastante preparação, não em termos de canto e técnica, mas de compreensão. A mente da Patti é complexa e cheia de sobreposições de ideias. São alusões infinitas a Rimbaud e Verlaine e Jimi Hendrix, de Jean Genet aos faroestes americanos e a Bíblia. Impossível cantar essas músicas sem mergulhar o mínimo que seja nesses “autores”. Fazer isso e ainda achar um espaço adequado paras leituras, seria demais. Por isso senti a necessidade de uma atriz.
Mas isso também representava outra dificuldade. Porque eu não queria uma encenação, tipo, a atriz interpreta a Patti Smith. Não é isso que acontece. As leituras são muito mais no sentido de um sarau beatnik do que de uma encenação teatral. E para isso, eu precisaria de alguém que fosse razoavelmente conhecida do público e fosse também conhecida por ter um trabalho e uma persona pública tão legitima, fiel a certos valores artísticos e enfim…. Como eu disse esses dias, eu precisava de uma atriz que tivesse poesia em si, como a pensa e enxerga a Patti e como eu sempre vi a Leandra. É uma mega honra ter a participação dela. Até porque atrizes assim, jovens, conhecidas do público e cheias de poesia, parecem ser uma espécie raríssima hoje em dia.
O show vira uma turnê?
Adoraria que virasse uma turnê. Adoraria que virasse um grande projeto ambiciosamente artístico como o que descrevi. Quem sabe? São possibilidades. Estou crescendo aos poucos com isso, uma hora ficará maduro o suficiente. The infinte Land is surrounded by a sea of possibilities.
Conversei com Joana Mazzucchelli, Thiago Pethit, Filipe Cartaxo e Anna Turra sobre a importância do visual na música pop em mais uma edição do Spotify Talks, série de encontros que o Spotify me chamou para idealizar, curar e apresentar neste fim de 2016. Foi a primeira vez que o encontro foi transmitido ao vivo (você pode assistir à íntegra no final deste post) e mais uma vez teve cobertura do Update or Die, que entrevistou os convidados antes do debate sobre o tema em questão:
Joana Mazzucchelli
https://www.youtube.com/watch?v=3pCrAP1CoUg
Anna Turra
https://www.youtube.com/watch?v=cQaZ5gZDeBI
Thiago Pethit
https://www.youtube.com/watch?v=iGT4FX05NUw
Filipe Cartaxo
https://www.youtube.com/watch?v=c25cx6SyOMs
Acontece nesta terça-feira a segunda edição do Spotify Talks, a série de debates que idealizei, faço a curadoria e apresento junto ao Spotify desde o mês passado. O foco da conversa agora é em direção de arte e reunimos quatro grandes nomes da cena atual brasileira para falar da importância da imagem na carreira do artista hoje. A discussão conta com a presença de Thiago Pethit, Filipe Cartaxo (que cuida do visual do BaianaSystem), Joana Mazzucchelli (que dirigiu grande parte dos Acústicos da MTV brasileira) e Anna Turra (responsável pelos palcos de Elza Soares, Arnaldo Antunes, entre outros) e esta edição será transmitida online a partir das 20h. Siga a página do Trabalho Sujo no Facebook que eu compartilho o link da transmissão, que será feita pelo Update or Die.
Esse sol veio a calhar.
Herb Alpert & the Tijuana Brass – “A Banda”
Bixiga 70 – “100% 13”
Guizado – “Tigre”
Todd Terje – “Preben Goes To Acapulco (Prins Thomas remix)”
Daniel Johns – “Aerial Love”
Beyonce – “Crazy In Love (Fifty Shades of Grey Boots Remix)”
BaianaSystem – “PlaySom”
Yumi Zouma – “Catastrophe”
Blur – “Lonesome Street”
Knife – “Heartbeats”
Frank Ocean – “Lost”
Tame Impala – “Stranger in Moscow”
Vetiver – “Current Carry”
Banda do Mar – “Pode Ser”
Thiago Pethit – “Romeo”
Mais de cinco horas de programa…
Lorde – “Don’t Tell’Em”
Eric Clapton – “For Jack”
Séculos Apaixonados – “Um Totem do Amor Impossível”
Marion Cotillard – “Snapshot in LA”
André Paste + Fepaschoal – “A Calma”
MØ – “Walk This Way (Slowolf Remix)”
Escort – “If You Say So”
Mercúrias – “Desse Jeito”
Say Lou Lou – “Instant Crush”
Hotlane – “Whenever”
Phonat – “Never”
Haim – “My Song 5 (Movement Version)”
Mahmundi – “Sentimento”
Alessandra Leão – “Mofo”
Nação Zumbi – “Defeito Perfeito”
Melody’s Echo Chamer – “Shirim”
David Bowie – “Sue (Or In A Season Of Crime)”
Jungle – “Busy Earning”
AlunaGeorge – “Supernatural”
Black Keys – “Turn Blue”
Jungle – “The Heat”
Pipo Pegoraro – “Aiye”
Todd Terje – “Inspector Norse”
Racionais MCs – “Quanto Vale o Show?”
Tops – “Change of Heart”
Lana Del Rey – “Florida Kilos”
Thiago Pethit – “Romeo”
Angel Olsen – “Stars”
Chet Faker – “1998”
Meghan Trainor – “All About That Bass”
André Paste + Holger – “Cosmos”
Banda do Mar – “Mais Ninguém”
Broken Bells – “After the Disco”
Silva – “Entardecer”
Tops – “Outside”
Thurston Moore – “Forevermore”
Belle & Sebastian – “The Party Line”
Grimes + Blood Diamonds- “Go”
Mr. Twin Sister – “In the House of Yes”
Sants + Estranho + El Mandarim- “Madruga”
Mombojó + Laetitia Sadier – “Summer Long”
Sia – “Chandelier”
Chromeo + Toro Y Moi – “Come Alive (The Magician Remix)”
Banda do Mar – “Me Sinto Ótima”
Damon Albarn – “Everyday Robots”
Criolo + Juçara Marçal – “Fio De Prumo (Padê Onã)”
Flying Lotus + Kendrick Lamar – “Never Catch Me”
Russo Passapusso – “Paraquedas”
Leo Cavalcanti – “Inversão do Mal”
De Leve – “Estalactite”
Mark Ronson + Bruno Mars – “Uptown Funk”
Lana Del Rey – “West Coast (Munk Remix)”
Les Sins + Nate Salman – “Why”
My Magical Glowing Lens – “Dreaming Pool”
Ariana Grande – “Problems (Bo$$ in Drama Remix)”
Kendrick Lamar – “i”
Jungle – “Time”
Michael Jackson + Justin Timberlake – “Love Never Felt So Good”
Mark Ronson + Kevin Parker – “Daffodils”
Metronomy – “Love Letters (Soulwax Remix)”
Bixiga 70 – “100% 13”
Angel Olsen – “Windows”
Nação Zumbi + Marisa Monte – “A Melhor Hora da Praia”
Saint Pepsi – “Fiona Coyne”
Taylor Swift – “Shake it Off”
Lana Del Rey – “Ultraviolence”
Iggy Azalea + Charlie XCX – “Fancy”
Racionais MCs – “Você Me Deve”
Taylor Swift – “Blank Space”
War on Drugs – “Under The Pressure”
Criolo + Tulipa Ruiz – “Cartão de Visita”
Spoon – “Rainy Taxi”
Alvvays – “Archie, Marry Me”
Courtney Barnett – “Avant Gardener”
Juçara Marçal – “Ciranda do Aborto”
Um Vida Fodona em ritmo de festa.
Shamir – “On The Regular”
Meghan Trainor – “All About That Bass”
Strokes – “Machu Picchu”
Les Sins + Nate Salman – “Why”
April March – “Attention Cherie”
AlunaGeorge – “Attracting Flies”
Racionais MCs – “Você Me Deve”
Thiago Pethit – “Voodoo”
Far East Movement + Cataracs + Dev – “Like a G6”
Klaxons – “There Is No Other Time”
Belle and Sebastian – “The Party Line”
Lana Del Rey – “Blue Jeans (Penguin Prison Remix)”
Say Lou Lou + Lindstrøm – “Games for Girls”
Haim – “The Wire”
Arctic Monkeys – “Snap Out of It”
Charli XCX – “Gold Coins”
Kendrick Lamar – “Backseat Freestyle”
Lorde – “Don’t Tell ‘Em”