Eis o Cure tocando a íntegra de seu clássico Disintegration no aniversário de 30 anos do disco, na Opera House de Sydney, na Austrália, na quinta-feira passada, dia 30 de maio. Foi o último dos cinco shows que Robert Smith fez naquela cidade e todos começaram de um jeito incrível: em vez de gastar toda a emoção do grupo ao vivo com a sensacional abertura do disco, o grupo veio com uma lista de lados B e canções que não entraram no disco na época, um aquecimento esperto para um show perfeito. O vídeo abaixo conta com a íntegra da transmissão online e o show em si começa aos dezesseis minutos e meio.
Sente o setlist:
“Delirious Night”
“Fear of Ghosts”
“Noheart”
“Esten”
“2 Late”
“Out of Mind”
“Babble”
Disintegration
“Plainsong”
“Pictures of You”
“Closedown”
“Lovesong”
“Last Dance”
“Lullaby”
“Fascination Street”
“Prayers for Rain”
“The Same Deep Water as You”
“Disintegration”
“Homesick”
“Untitled”
Bis
“Burn”
“Three Imaginary Boys”
“Pirate Ships”
O grupo deve voltar a celebrar o disco ao vivo em seu próprio festival, o Pasadena Daydream, que acontece em julho, nos EUA.
Excelente a entrevista que a querida Tramontina fez com o Bob Smith, que se apresenta no Brasil essa semana, depois de 17 anos da última vez. Destaco o trecho em que ela pergunta sobre os heróis do homem-Cure:
Sempre fui inspirado por David Bowie, Jimi Hendrix e Alex Harvey, o cantor escocês. Todas estas pessoas me inspiraram ao longo dos anos –grandes guitarristas, grandes compositores, grandes cantores. Eu me inspiro em grandes escritores também. Há escritores realmente bons, mas eles não são verdadeiros heróis. Eu desisti de saber mais sobre as pessoas que poderiam ser meus heróis há muito tempo porque elas sempre me decepcionam. Eles sempre fazem algo, em algum momento, que me faz pensar: “Ah, p***, que inferno! Isso é terrível!” E isso tira do coração o seu amor por eles. Então, eu meio que estou dividido entre querer saber sobre as pessoas que eu admiro, na esperança de que eles serão indivíduos realmente bons, e temendo que eles, na verdade, vão me chocar por serem idiotas, mesmo que eles façam uma bela arte.
A primeira vez que eu encontrei David Bowie eu o entrevistei para uma estação de rádio. Nós tivemos uma discussão sobre o valor da arte, e se seria o próprio artista a validade daquilo ou a obra em si. Eu disse que o artista é inteiramente responsável pela arte e, portanto, você tem que respeitá-lo e amar o artista se você respeitar a arte. E Bowie argumentou que o trabalho artístico era tudo o que importava, e não a pessoa. Na verdade, eu não acho mesmo que muitas pessoas estão qualificados para serem grandes. Você tem que saber que muitos artistas realmente grandes são totalmente idiotas na vida real. É um truque. Se eu tenho herói é David Bowie, mas eu discordo completamente de suas opiniões sobre a própria arte, assim como para outras coisas na vida. Então, como é que ele pode ser o meu herói? É muito difícil. E o herói, para mim, é a pessoa que você gostaria de ser. Então eu não tenho um herói. Eu nunca tive ninguém que eu acho que é realmente grande. E eu ainda não tenho certeza se há um ser humano sobre a Terra para ser isso.