O Link dessa semana ainda traz a primeira colaboração da querida Thais Caramico para o caderno – ela que se picou da redação rumo a Londres me cutucou no final do ano passado quando soube que o primeiro livro do Tom Rachman, que já havíamos publicado na capa de uma edição do caderno em setembro do ano passado, iria sair no Brasil. Armou a conexão com o autor e marcou uma prosa que foi além do tema de seu livro (Os Imperfeccionistas trata de personagens que orbitam ao redor de uma redação de jornal) e estendeu o assunto iniciado naquele artigo Romantismo Offline, em que ele antevia o surgimento de uma geração avessa ao digital nos próximos anos:
É comum ouvir que a tecnologia nos torna mais produtivos e nos põe em contato com o mundo, mas ele tem certeza de que nem todos pensam assim. A enciclopédia da internet e todas as suas possibilidades funcionam como uma injeção de ansiedade e trazem forte sentimento de solidão. Basta ver um grupo de amigos no bar. Sempre tem alguém que está ali, mas não está, pois está online. Ele chama isso de falta de presença.
Estar ativo nas redes sociais, muitas vezes mais preocupado com a foto que será postada do que o momento em que algo está sendo vivido, é um dos pontos sobre os quais Tom discorre. Mas o que está mesmo em questão é essa necessidade que as pessoas têm de ser reconhecidas. “O ser humano é incrivelmente sociável e essas ferramentas parecem melhorar essa vontade de se comunicar, mas, na verdade, só estimula esse desejo ainda mais. Não acredito que a rede faça você se sentir mais comunicativo. Não é uma resposta porque só gera angústia”, diz.
O papo continua no Link. E o livro de Rachman é excelente – além de feito para ser engolido, ainda mais se você trabalha com jornalismo ou comunicação.
Thaís que me mandou. E o melhor: existe e está à venda.
Sim, a imagem acima é um quadro de verdade, que a Thaís (autora do Top 75 da vez) achou do nada e, sem pensar, carregou pra casa. Mas a melhor parte da história acontece quando ela descobre quem era o dono do quadro, conversa que se desenrola nos comentários do post dela. Veja lá.
O último Top 75 de 2010 leva a assinatura da Thaís, que além de ser uma das capitãs do ótimo 100ml também freqüenta o mesmo escritório diário que eu, cuidando do Estadinho. E ela explica seu “sobremarino”, como batizou: “Não sei desenhar, meu truque é fotografar, recortar, pintar e colar. Então a foto é sou eu em Noronha, feliz da vida com a lomo Mini-Di; o desenho é do Gola, um italiano que mandou um livros pra vender outro dia na Choque. O traço é dele, mas escolha das cores é minha! E os lápis também! E a ilustra é do Gilbert Ford, um nova-iorquino que não seguiu na linha da família de fotógrafos – apesar do vô e pai serem seus homônimos. E quem juntou tudo no photoshop foi a Flavinha. Mas só porque você não acreditou que eu ia imprimir a foto, recortar de novo, colar, escanear, bem pedreira!”. Roots, como eu já disse. Coisa fina 🙂
Foto: Telescópio Hubble
1) Feliz natal, Vlad (como ser um artista plástico de sucesso)
2) Feliz natal, Liv (exposição de Rafael Silveira)
3) Feliz natal, Mateus e Ronny (pixação virando grafitti em Lisboa)
4) Feliz natal, Ricardo (perfil de Caco Barcellos)
5) Feliz natal, Ramiro (mixtape de volta ao mundo)
6) Feliz natal, Dago (o fim do Pitchfork?)
7) Feliz natal, Renata (sobre ser um hispter)
8) Feliz natal, Dafne e Tacioli (os melhores discos, DVDs e livros de 2008)
9) Feliz natal, Kátia (a escada do Joca Reiners Terron)
10) Feliz natal, Thais e Isa (feliz natal)