Isso é sério? DJ Cremoso e tecnobrega influenciando os Strokes? Cuma?
E por falar em Strokes, tem uma promoção de vinil deles em um dos melhores segredos (e melhores idéias nos últimos tempos) da indústria fonográfica, o Popmarket. Os quatro discos deles em vinil tão saindo por pouco mais de cem dólares, sem frete, pro mundo todo. Vai lá.
Tive a oportunidade de dividir as picapes com o menino André Paste – que peguei no colo, quando ele ainda discotecava apertando nos atalhos do teclado do laptop – durante o Eletronika que rolou em Belém nesse ano – e, no dia seguinte, acompanhá-lo com os dois Drunk Disco pirando nas banquinhas de camelô atrás de CD-Rs de tecnobrega. Aí passam algumas semanas e ele manda esse set inacreditável.
Keko & Nino – “O Swing que Balança”
Leozinho – “Piercing na Rachada”
Mc Shevchenko e Elloco – “Cuidado que Aparelho Machuca”
Afala Case & GG – “Viva Viva a Putaria”
Mc Metal e Cego – “Gostou Novinha”
Dinho & Vertinho – “Mulher do Patrão”
Mc Popai & Ace – “Passaporte do Prazer”
Vicio Louco – “Não Vai Dar”
Tsuname – “Adeus”
Dinho Vertinho & Daynne Absoluta – “Não Faz Assim”
Metal & Cego – “Novinha Tá Querendo O Que”
Mc Bic & Mc Felipe Love – “Os Ator de New Jersey”
Eis o primeiro clipe dos goianos.
Não entendeu nada? É só uma versão em inglês que uns meninos fizeram para o hit “Estremece Rubi”, da banda Ravelly.
Patuvê.
O lado bom dessa versão tosca de “Take a Toke” estar começando a virar hype é que ela joga luz na original, um clássico do romantismo canábico pala. Já fechei muita GB com essa música, seis da manhã…
Olha o revival dos 90 que vocês tanto queriam aí…
Minha coluna no 2 de ontem foi sobre o tal DJ Cremoso…
A maionese do brega
Quem será o misterioso DJ Cremoso?
Você conhece a música. Mas há algo diferente nela, desde o andamento até os timbres usados na parte instrumental. O vocal é o mesmo da música original, mas, independentemente de ser rock, dance ou simplesmente pop, ela ganha uma batida dançante que fica entre uma espécie de levada caribenha e um suingue eletrônico tosco, de baixa tecnologia. Assim são os remixes do misterioso DJ Cremoso, que, desde o início do ano, vem adaptando hits internacionais para o balanço chinfrim do tecnobrega.
Tecno… o quê? O tecnobrega é um gênero musical que surgiu a partir do brega do Pará – que é bem diferente da música cafona de nomes como Odair José ou Waldick Soriano. No Norte do Brasil, essa música brega não teve vergonha de assumir seu nome e virou um estilo musical próprio, levando canções românticas para multidões paraenses.
Do brega veio o tecnobrega, versão eletrônica simplificada do gênero original, que levou aquela lógica para uma nova geração. Nele, a banda era substituída por um DJ e os shows ganhavam ares de rave, com efeitos especiais grandiosos e catarse coletiva incessante. O gênero ganhou notoriedade antes do tempo não por suas qualidades musicais (ainda incipientes), mas por se basear em um modelo de negócios “revolucionário”. Seus artistas não vendiam discos, mas os davam de graça para os camelôs piratearem por conta própria e vender sem repassar o lucro para os autores, que ganhavam dinheiro fazendo shows. A “revolução” vem entre aspas porque o modelo não é autossutentável, como prega o maior entusiasta do gênero tecnobrega no mundo, Chris Anderson, editor da revista sobre cultura digital norte-americana Wired. Mas isso é outra história.
Eis que surgiu Cremoso, que preferiu manter-se no anonimato e usou a internet para divulgar seus remixes. Usando a base eletrônica e todo o auê em torno do tecnobrega para remixar nomes como Lady Gaga, R.E.M., Nirvana, Amy Winehouse, Michael Jackson e Britney Spears (sirva-se à vontade da “maionese do brega”, como ele se autointitula no site soundcloud.com/djcremoso). E o mistério sobre sua identidade segue intacto. Mas, a essa altura do campeonato, isso importa?
Eu falei que a partir desse ano não tem Sujo no sábado, lembrou?
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Olha isso que o Vlad me arrumou:
A propósito – GDK é “Galera da Kenner”. Isso! Aquela marca de chinelo! Enquanto isso, em algum lugar do mundo, Paul McCartney sente um frio na espinha.
Banda Richter & DJ Deivison – “Melody da GDK“