O hit de Taylor Swift pode até não ser a melhor música deste ano, mas certamente é a canção mais irresistível de 2014. Não bastasse isso, vêm as meninas da Victoria Secret e dublam essa versão…
Demorei mas tô aqui.
Frank Ocean – “Memsize”
Gorillaz – “Feel Good Inc. (James Blake Remix)”
Les Sins + Nate Salman – “Why”
Warpaint – “Disco/Very”
Pipo Pegoraro – “Aiye”
Taylor Swift – “Blank Space”
Racionais MCs – “Você Me Deve”
Eminem – “Lose Yourself (Demo Version)”
Criolo – “Esquiva de Esgrima”
Flying Lotus + Captain Murphy + Snoop Dogg- “Dead Man’s Tetris”
Aphex Twin- – “PAPAT4 (pineal mix)”
Tame Impala – “Sestri Levante (Live Versions)”
O Terno – “Medo do Medo”
Ty Segall – “It’s Over”
Courtney Barnett – “Avant Gardener”
Giancarlo Ruffato – “Ele”
Thurston Moore – “Tape”
Eric Clapton – “For Jack”
Cerimônias de premiação transmitidas para milhões de pessoas servem como termômetro para o mercado que gira em torno dos indicados e vencedores da noite. O American Music Awards, como muitos outros, é apenas isso: uma vitrine dos principais nomes que movimentam o mainstream no pop americano. Este vem passando por uma fase ótima, conseguindo reciclar-se e trazer novos nomes à baila que pouco se escoram em sonoridades do passado, buscando sua própria voz num tempo em que a internet é mais importante que o rádio para o mercado de música.
Alguns dos shows da edição de 2014 do prêmio, que aconteceu no último domingo dão uma amostra de como o mercado fonográfico está conseguindo recuperar o nível artístico que parecia perdido após o embate com a internet, há 15 anos – conseguindo fazer música pop com um mínimo de tutano. Essa dobradinha entre a Ariana Grande e o The Weeknd, desacelerando o hit “Problem”, é um ótimo exemplo disso:
Outro bom exemplo foi a apresentação de outro dos grandes hits do ano, “Fancy”, com a australiana Iggy Azalea, que chamoy sua parceira na faixa, a inglesa Charli XCX, para dar uma palhinha:
A norte-americana Taylor Swift, atual rainha do pop de seu país, cumpriu seu papel à risca:
E a neozelandesa Lorde, uma espécie de contraponto indie-nerd de Taylor, mostrou sua “Yellow Flicker Beat” pela primeira vez ao vivo:
Rolaram vários outros shows, mas esses quatro mostram que aos poucos o mercado parece ter voltado a entender que o que as pessoas querem ouvir é música. E é interessante notar que a presença feminina é cada vez mais a regra, virando a mesa do mercado em termos de gênero.
Mais um daqueles…
Luiz Gonzaga – “Sabiá”
Lorde – “Don’t Tell’Em”
Lykke Li – “Hold On, We’re Going Home”
M83 – “Midnight City”
Les Sins + Nate Salman – “Why”
Azealia Banks – “Chasing Time”
Stardust – “Music Sounds Better With You”
Belle & Sebastian – “The Party Line”
Criolo + Tulipa Ruiz – “Cartão de Visita”
Thiago Pethit – “Romeo (Adriano Cintra Remix)”
Hood Internet – “Backseat Shake Off”
Mark Ronson + Bruno Mars – “Uptown Funk”
Jamie Lidell – “Runaway”
Gang of Four + Alison Mosshart – “Broken Talk”
Kendrick Lamar – “i”
Depois de chegar ao topo do pop em 2014, Taylor Swift enfrenta o maior desafio de sua carreira: continuar lá em cima. Mas a hitmaker vem tirando tanta onda com o sucesso que, pelo jeito, não vai ser difícil pra ela. Vê só essa versão para “Blank Space” gravada com o apresentador da BBC Greg James…
De volta ao Brasil, vamos lá.
Courtney Barnett – “Pickles From The Jar”
Stooges – “TV Eye”
Beatles – “Devil in Her Heart”
Black Angels – “Indigo Meadow”
Feelies – “The Boy With The Perpetual Nervousness”
Adriano Cintra – “Desagradável Aparelho”
Taylor Swift – “Blank Space”
Barbara Keith – “All Along The Watchtower (Rayko Edit)”
Caribou – “Our Love (Daphni Mix)”
John Carpenter – “Vortex”
Criolo – “Plano de Voo”
Cybass – “Crystal Blue”
Mark Ronson + Kevin Parker – “Daffodils”
Belle & Sebastian – “The Party Line”
George Benson – “Give Me the Night”
Dois dos principais nomes da música pop em 2014, Taylor Swift e Kendrick Lamar têm se aproximado lentamente um do outro. Primeiro foi o Kendrick que declarou sua paixão pelo hit do verão de Taylor Swift, “Shake it Off”, em entrevista à Fader, chegando inclusive a cantar o refrão grudento:
Depois foi Taylor Swift que apareceu em seu próprio Instagram dublando “Backseat Freestyle” para comemorar o fato de que seu 1989 foi o único disco de 2014 a vender mais de um milhão de cópias – e garantir o único certificado de disco de platina do ano. Ela postou:
“Experts da indústria predisseram que 1989 venderia 650 mil na primeira semana. Vocês foram lá e compraram 1.287 milhões de discos. E EU FIQUEI ASSIM:”
E um passo maior nessa aproximação foi dado pelo pessoal do Hood Internet, que fundiu “Backseat Freestyle” com “Shake it Off” – e ficou demais.
Será que eles vão terminar fazendo algo juntos?
Hoje é dia de festa e alegria!
Paula – “Lover Boy”
Criolo + Tulipa Ruiz – “Cartão de Visita”
Kendrick Lamar – “i”
Nicki Minaj – “Anaconda”
Calvin Harris + Haim – “Pray To God”
Neneh Cherry – “Spit Three Times (DJ Spinn Remix)”
Caribou – “All I Ever Need”
Taylor Swift – “Clean”
André Paste + João Brasil – “Não Pode Parar”
Sinkane – “New Name”
Ruído/mm – “Requiem for a western manga (西部マン)”
Pink Floyd – “It’s What We Do” / “Ebb and Flow”
Thurston Moore – “Speak To The Wild”
Vambora!
Eric Clapton – “For Jack”
Thom Yorke – “Guess Again!”
Maurício Takara – “Limpo”
Aphex Twin – “Xmas_Evet10 (Thanaton3 Mix)”
Flying Lotus + Kendrick Lamar – “Never Catch Me”
MØ – “Walk This Way (Slowolf Remix)”
André Paste + We Are Pirates – “Island”
Taylor Swift – “How You Get The Girl”
Paula – “Totally Nice”
Melody’s Echo Chamber – “Shirim”
Grauzone – “Eisbär”
Onyeabor – “When The Going Is Smooth & Good”
Donos de dois dos grandes discos de 2014, a cantora pop Taylor Swift e o mago eletrônico Aphex Twin parecem estar nos extremos opostos do espectro pop. Não para o cartunista David Rees, que ouviu semelhanças entre os dois artistas:
“Taylor Swift fez sua reputação escrevendo canções apaixonadas e confessionais para garotas pré-adolescentes. Mas muito da música de Aphex Twin (especialmente o disco Richard D. James, de onde eu retirei a maioria das faixas) também é superromântica – por vezes, sacarina. De vez em quando imagino que seus padrões de ritmo impossivelmente complexos e inumanos servem apenas como uma camada sônica de crédito indie para fazer melodias apaixonantes e timbres delicados de (por exemplo) uma canção sobre um/a garoto/garota mais palatáveis para as pessoas “cool”. Ou, em um nível mais pessoal, é como se ele estivesse protegendo seu coração apaixonado por trás de um emaranhado maluco de rolos de arame farpado. E QUEM ENTRE NÓS NUNCA FEZ ISSO?
Por isso a parte um da minha tese é: APHEX TWIN É UM ROMANTICÃO BREGOSO IGUALZINHO À TAYLOR SWIFT.
E então, por outro lado, temos que admitir que Taylor Swift é um tanto aterradora. Aphex Twin é um notório tímido em frente às câmeras e emprega um imaginário cifrado e assustador em seus vídeos. Claro que não eu não descreveria Taylor Swift como tímida em frente às câmeras – mas seu ar incrível e competência sobre-humana, para mim, são tão alienígenas e intimidantes quanto o rosto assustador e maligno de Aphex Twin photoshopado. É um clichê descrever uma celebridade como controlada e magistral como Taylor Swift como sendo robótica, mas acho que há uma certa verdade aqui, especialmente em uma era em que assumimos – por bem ou por mal – que qualquer cantor pop que atingir uma nota mais alta o fez com a ajuda de um computador. Há também o caso de suas letras, que podem ser meio cruéis e sarcástica de um jeito clássico de “garota má”. Seus sorrisos cegantes, seus comerciais de Subway e seus shows saudáveis, tudo me faz crer que há um lado escuro em Taylor Swift. Ela é o que a Skynet será quando ganhar consciência de si mesma.
E assim a parte dois da minha tese é: TAYLOR SWIFT É TÃO ASSUSTADORA QUANTO O APHEX TWIN.”
Mas ele mesmo assume o blablablá pseudointelectual para justificar sua cria que saiu de um hobby – ao fundir bases de Aphex Twin com vocais de Taylor Swift, Rees criou o projeto Aphex Swift que leva o Grey Album do DJ Dangermouse a um terreno ainda mais perigoso e distante. E o pior é que o disco funciona – não apenas pela piada ou pela caricatura, mas pela música em si.
Uma pena não ter dado pra incluir os dois discos de Aphex Twin e Taylor Swift deste ano. Quer dizer, ainda é tempo de mashupar apenas Syro e 1989…
Saca só: