O papel do super-herói

“The basic idea of the superhuman is a very malleable one – you can do ‘realistic’ superhero stories like say Watchmen, which takes a hard-nosed look at how these creatures might alter the social and political landscape of our own world, or you can – as I prefer to do – position them as archetypes that allow us to talk about the world using the language of symbolism and allegory. There have been ‘realistic’ superhero stories, ‘surreal’ superhero stories, superhero westerns, superhero war stories, superhero detective stories, superhero horror stories, superhero romances etc.

I’m not even sure if there is a superhero genre or if the idea of the superhero is a special chilli pepper-like ingredient designed to energize other genres. The costumed superhero has survived since 1938, constantly shifting in tone from decade to decade to reflect the fears and the needs of the audience. The current mainstream popularity of the superhero has, I think, a lot to do with the fact that the Terror-stricken, environmentally-handicapped, overpopulated, paedophile-haunted world that’s being peddled by our news media is crying out for utopian role models and for any hopeful images of humankind’s future potential!”

Grant Morrison, na Big Issue escocesa (o que me lembrou que eu tenho que ler logo o Superman All Star, dele).

Todos juntos reunidos numa pessoa só

Hoje só amanhã: a sexta semana de 2009

Leitura Aleatória mudou para o Twitter
• Mashups de Pet Sounds com Sgt. Pepper’s, J-Dilla, Kanye West e Rubber Soul (quer dizer, esse último não é mashup) •
• Fellini recapitula a carreiratá pra download e tem vídeo ao vivo no YouTube •
• Patrulha do Espaço, a banda de Arnaldo depois dos Mutantes (e a morte de um de seus integrantes) •
• Como era um show dos Mutantes (e um filme com eles) •
• Todos os palavrões dos Sopranos •
• Michael Phelps na High Times? •
• Henry Rollins lembra Lux Interior •
• Leia esse filme e jogue esse livro •
• Sete episódios para o fim de Battlestar Galactica •
• E o Paul McCartney fingindo que não fala inglês? •
• Dilma Roussef no carnaval? •
• Obama sobre maconha •
• Nova do Arctic Monkeys •
Camelo viral
Rápido comentário sobre o terceiro episódio da quinta temporada de Lost
Globo OWNED
Fernando Naporano
A Coca-Cola do Justice
David Lynch cantando
A volta do Cara de Cavalo
Federico Fellini e o LSD
Um produto que vai revolucionar o mercado de tecnologia
• A demo de “Live Forever” •
• O problema da Comic Sans •
• Transformers 2 •
• Battlestar LOLactica •
• Thee Butchers’ Orchestra sábado passado e há mais de cinco anos • 
Tarantino 2009
Camisinha do Watchmen?
Comerciais feitos pelo público
Maconheiros boicotam Kellog’s
Radiohead no Grammy
• David after divorce •
Donnie Darko 2?
Pereio pergunta: sabe aquele homem?
• Britney com Britney •
• Lost: The Little Prince deschavado •
• “Lucy in the Sky with Diamonds” no céu •
Bloco do Bruno Aleixo
Comentando Lost: The Little Prince
Los Hermanos tocando Little Joy?
FHC quer legalizar a maconha
• Cardoso no Twitter •
• Museu de super-heróis de brinquedo •
• O adeus do Little Joy •
MP3 com o Trio Esmeril tocando os Afro-Sambas
Spot-Motion
Watchmen na capa da Mad
Beach Boys remixado
Roberto Carlos 2009
Watchmen 8-bit
Um blog de comidas gigantes
Humanos entre nós
Carmen Miranda, 100 anos

Bonequinhos

Um americano – só podia – criou um museu de bonecos de super-herói.

Leitura Aleatória 236


Foto: Mr Clambake (Beau)

1) Filme do Lanterna Verde?
2) O Colbert quer que o Kanye seja mais humilde…
3) Desenhista brasileiro será o substituto do premiado capista da série Fables
4) Dez ‘modinhas’ que mais bombaram na internet em 2008
5) J. Michael Straczynski vai escrever o remake do Planeta Proibido
6) Primeiro bebê modificado geneticamente para não ter câncer no seio nascerá esses dias
7) Stone Roses pode voltar em 2009, diz baixista
8) Reinvenção de heróis alavancou bilheterias nacionais em 2008
9) Japoneses são melhores que caucasianos, diz canibal
10) Oito dicas para deixar o Firefox bem mais rápido

Leitura Aleatória 228


Foto: laurizza

1) Pessoas ‘ainda estão dispostas a torturar’, diz estudo
2) Super-heróis que não se tornaram clássicos ganham livro nos EUA
3) Parques elevados podem ser uma solução para cidades grandes?
4) Ascensão e queda de Full-Throttle
5) Por dentro dos captcha (aqueles códigos de verificação em sites de compartilhamento de arquivos)
6) MicroID fera privacidade dos usuários
7) 9 plug-ins pro Firefox para fazer você economizar tempo
8) Como as canções sobre carro perderam a importância na história do rock
9) A diferença entre uma “gata” e uma “vagabunda”, pelo autor de Guyland
10) Scarlett Johansson põe meleca em leilão

Capitão Presença se lança à criação coletiva

Enquanto as luxuosas instalações do Marriott Hotel recebem, em Copacabana, no Rio de Janeiro, a cúpula mundial do conhecimento compartilhado ao redor de sua grife mais reluzente – a marca Creative Commons –, um informal baixo clero deste mesmo setor reúne-se em Ipanema, numa pequena loja de quadrinhos, roupas e assessórios alternativos, para celebrar a entrada no mainstream de seu produto mais bem recebido pelo mercado – o super-herói Capitão Presença.

“As Aventuras do Capitão Presença” (Conrad) não apenas consagra a inspiração coletiva instigada em toda uma geração de cartunistas como oficializa a carreira de Arnaldo Branco, o criador do personagem, que criou-se na internet e aos poucos come pelas beiradas do sistema: tornou-se colaborador fixo da revista “Bizz” e tranpôs a revista independente “F.” para a mesma Conrad que agora o publica em livro.

Natural que este lançamento acontecesse sob o manto de seu personagem mais popular, o herbífumo voador que reacende a questão das drogas no imaginário coletivo brasileiro – em seu caso, especificamente, a maconha. Enquanto nomes que se tornaram referências canábicas tupiniquins, como Gil, D2 ou Gabeira, hoje pigarreiam antes de começar a falar do assunto (sem contar as pára-quedistas Soninha e Luana Piovanni, que, sem querer, levantaram e deram bandeira ao mesmo tempo), o Capitão Presença esfrega na cara a familiaridade não apenas com a maconha, mas com o submundo da droga que o Brasil alimenta e finge não alimentar.

E não apenas do ponto de vista legal, mas também social, medicinal, artístico ou rotineiro. Afinal, não custa lembrar que o único super-poder do personagem é ter maconha na hora em que as pessoas precisam de maconha. Olha como o malandro carioca foi se reinventar…

Não é mero humor feito para quem usa drogas, como o excesso de obviedade parece supor. Este, tal como seus em pares de outras eras (Freak Brothers, Cheech & Chong e Wood & Stock), é só mais um elemento de crítica a este suposto público-alvo.

Isso, claro, sem o mínimo pudor ou formalismo intelectual, no humor sempre amargo de Arnaldo, que logo criou toda uma fauna ao redor do personagem, com nomes que falam por si, como o pidão Super Aba, o cachorro Malhado e o vacilão Mané Bandeira. Não bastasse seu universo, Presença ainda foi lançado para presidente da república neste ano, numa campanha em que o personagem promete “acabar com a seca não apenas no nordeste, mas em todo o Brasil”.

Mas o que une o encontro de Copacabana com o happy hour em Ipanema é o fato do personagem ser, na prática, um exemplo de conhecimento compartilhado e produção coletiva. Criado em duas tiras por Arnaldo, Presença ganhou vôo próprio e passou a ser redesenhado por cartunistas e ilustradores de sua geração que, a despeito (ou justamente por causa) das drogas, passaram a criar o personagem de forma coletiva – e assim Arnaldo publicou o personagem (como todo o livro) na licença Creative Commons. E enquanto no iCommons discute-se generosidade intelectual em palestras e workshops, esta mesma generosidade é celebrada, à brasileira, sem tanta teoria e com mais diversão – e longe, embora menos de um bairro de distância, dos gringos.

AS AVENTURAS DO CAPITÃO PRESENÇA
Editora: Conrad
Quanto: R$ 25 (144 págs)
Lançamento: hoje, às 19h, no La Cucaracha (r. Teixeira de Melo, 31-H, Ipanema, Rio, tel. 0/xx/21/2522-0103)

Esse texto saiu na Folha dessa sexta