LCD Soundsystem, Charli XCX, Stereolab, Kim Deal, Haim, Spiritualized, Jesus Lizard, Wet Leg, TV on the Radio, Salif Keita, Floating Points, Magdalena Bay, Jamie Xx, Idles, Chappell Roan, Cat Power, Fontaines D.C., Caribou, Parcels, Clairo, Beach House, FKA Twigs, Sabrina Carpenter, Beabadoobee, John Talabot, Destroyer… OLHA A ESCALAÇÃO DO PRIMAVERA DE BARCELONA DO ANO QUE VEM… Os ingressos começam a ser vendidos na próxima semana através desse link.
Pra aproveitar esse domingo de sol…
Rodrigo Campos – “Clareza”
Ava Rocha – “Maré Erê”
Melody’s Echo Chamber – “Visions of Someone Special, On a Wall of Reflections”
Tatá Aeroplano – “Os Novos Baianos Sapateiam Na Garoa dos Sex Pistols”
Stephen Malkmus + The Jicks – “Kite”
Marcelo Cabral + Ná Ozzetti – “Osso e Sol”
Bixiga 70 – “Pedra de Raio”
Glue Trip – “Time Lapses”
E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante – “Como Aquilo Que Não Se Repete”
Spiritualized – “Let’s Dance”
Elza Soares + Edgar – “Exú nas Escolas”
Djonga – “Atípico”
Blood Orange – “Take Your Time”
Betina + Boogarins – “Ruido Tropical”
Gorillaz – “Magic City”
Mombojó – “Ontem Quis”
Depois de passar o início do mês resetando sua máquina de mídias sociais com códigos morses e vídeos sem rosto, Jason Pierce anuncia o laçamento de And Nothing Hurt, o oitavo disco de sua catedral musical Spiritualized, e, segundo o próprio, a despedida de seu grupo de space noise gospel. Ele publicou um texto explicando o novo trabalho no site da gravadora Fat Possum:
“Fazer este disco sozinho me deixou mais doido do que qualquer outra coisa que eu já tinha feito antes. Estávamos tocando nestes grandes shows e eu realmente queria capturar o som que estávamos fazendo, mas sem os recursos para fazê-lo, eu tive que achar uma forma de trabalhar dentro das minhas restrições do dinheiro que eu tinha. Então comprei um laptop e fiz tudo num quarto pequeno em casa…
O principal para mim era tentar fazer soar como se fosse uma sessão de estúdio. Há trechos em que fui para um estúdio gravar – principalmente bateria e percussão. Quer dizer, não dá pra subir um tambor tímpano pelas escadas da minha casa. Quando tive que aceitar a forma que iria fazer o disco, assumi que iria fazê-lo soar como Lee Perry – voando por diferentes ângulos, tudo extraordinário e sem alta tecnologia na construção. Mas eu era novo em relação àquilo tudo, eu tinha todo o tipo de atalho que as pessoas têm quando fazem discos – eu apenas sentei ali por semanas… Meses… Mexendo com todas as camadas para cima pouco a pouco, tentando fazer tudo soar bem…
Com um tanto de tentativa e erro, encontrei formas de fazer algo que era muito simples, se você tem os recursos. Eu passei duas semanas ouvindo discos de música clássica e tocando o acorde que eu queria em minha guitarra. Quando eu encontrava algo que se encaixava no que eu queria, eu sampleava aquele trecho e ia para o próximo acorde para encaixar aquele outro. Foram semanas tentando juntar algo e empilhar sons de cordas convincentes. Mas, para ser honesto, tudo que eu queria era alguém que viesse tocar a sua parte e trazer sua própria pequena contribuição para o disco.”
Ele confirmou o que já vinha dizendo em entrevistas anteriores, que seu próximo disco seria o último do Spiritualized:
“Eu fui bem sincero sobre isso e ainda acho que seja o caso. É muito trabalho pesado. Eu ficava completamente louco por muito tempo. Não é que não vá voltar, é que estou bem agora… É tão difícil fazer um trabalho desses por sua própria conta. É como se eu estivesse me forçando ao limite da loucura, não vai dar certo. Acho que o grande objetivo é fazer algo que valha a pena todo aquele tempo e esforço. E quando mais tempo e esforço, mais o objetivo aumentava. E o que era incrivelmente positivo em relação ao disco é que iremos tocá-lo ao vivo. É sempre a coisa mais feliz; esta coisa incrível que parece te fazer atravessar o teto.”
A capa do disco (que abre o post) e a ordem das faixas (no final) foram anunciadas junto com duas novas músicas: a belíssima “Perfect Miracle” e a singela “I’m Your Man”, que também ganhou clipe:
O disco será lançado em setembro e já está em pré-venda.
“A Perfect Miracle”
“I’m Your Man”
“Here It Comes (The Road) Let’s Go”
“Let’s Dance”
“On the Sunshine”
“Damaged”
“The Morning After”
“The Prize”
“Sail on Through”
Delírio essa versão ao vivo que o velho Bonifrate e seus compadres fizeram pra “Home Of The Brave”, do clássico Ladies and Gentlemen We Are Floating in Space, do do Spiritualized, em janeiro no Neu.
Foi de chorar.
Spiritualized – “Sound of Confusion”
Jason Pierce trouxe apenas o broder Tony Foster para acompanhá-lo ao teclado elétrico, enquanto empunhava apenas um violão à sua frente. Jason de branco, Tony de preto, um de frente para o outro, ladeados por oito brasileiras divididas em dois quartetos: de preto ao lado de Tony, as cordas; de branco ao lado de Jason, o coral.
Spiritualized – “Feel So Sad”
Uma formação simples que, auxiliada pelo sofrimento gospel das canções do Spiritualized elevou algumas almas na quinta-feira passada, no Audio Club. Cheguei depois do comecinho do show (perdi “True Love Will Find You In The End” de Daniel Johnston), pois saí correndo do curso que estava dando no Espaço Cult (depois falo mais dele aqui), mas consegui pegar mais de uma hora da apresentação que, embora tenha sido assistida em tom solene pela maioria do público, teve seu brilho arranhado por idiotas gritando “toca Raul” em pleno 2014 ou gritando time isso, time aquilo.
Spiritualized – “Stop Your Crying”
Fora esses, a apresentação foi exemplar, Jason moveu os corações dos presentes com suas músicas tristes e hinos a amores passados – não à toa vi mais de um marmanjo debulhar-se em lágrimas durante o show.
Spiritualized – “Ladies and Gentlemen We are Floating in Space”
Músicas simples, mantras circulares envoltos por cordas e um coral gospel que por vezes preenchiam delicadamente os vazios budistas de algumas canções, noutras dava o tom épico ou emotivo que a melodia original apenas insinuava.
Spiritualized – “Broken Heart”
Mas a apresentação Acoustic Mainlines, por mais comovente que pôde ser, é metade do que é o Spiritualized. Várias canções pediam o início de arrebatamento tradicionalmente puxado por viradas de baterias retumbantes ou riffs de guitarra espaciais – e por mais que nossos egos fossem dissipados pelos singelos versos gospel sussurrados por um Jason que quase não se comunicou com o público, fora alguns vagos “obrigado”.
Spiritualized – “Too Late”
Visitando músicas de seus discos mais recentes, a apresentação teve, entre seus grandes momentos, a versão abrasileirada de “I Think I’m in Love”, quando o coral revelou-se brasileiro, respondendo ao refrão com versos em português. Alguns torceram o nariz e acharam brega, mas achei um bonito gesto de saudação ao público brasileiro que não destoou do clima reverente da canção original.
Spiritualized – “I Think I’m In Love”
Um show comovente, mas que funcionou mais como aperitivo para um show completo do Spiritualized, que, um dia, quem sabe, dá as caras por completo por aqui.
Spiritualized – “Goodnight Goodnight”
Mais uma que o Lucio confirma: Spiritualized dia 28 de agosto no Áudio Club, em São Paulo. Foda!
A gravadora de Portland, nos EUA, Lefse está realizando uma coletânea chamada The Space Project, em que convida bandas e artistas – sejam do seu elenco ou não – para gravar músicas usando sons gravados no espaço (que não são arquivos de áudio e sim radiação eletromagnética ao redor dos corpos celestes pelos quais as sondas Voyager I e II passaram rumo à sua jornada que começou nos anos 70) e em referência a algum planeta ou satélite do sistema solar. A coletânea já tem os Antlers gravando sobre Júpiter, o Beach House sobre Saturno e agora ganhou um integrante nobre na formação, ao receber a do Spiritualized a faixa “Always Together With You (The Bridge Song)”, inspirada em Netuno e registrada em nome de The Spiritualized Mississippi Space Program. A faixa segue o padrão hipnótico e épico do grupo de Jason Pierce, numa canção apenas OK para os padrões do grupo – que, como são altos, vale o registro:
Às vésperas de lançar seu novo disco, o Cut Copy já começou a antecipá-lo com um par de remixes, um deles feitos por ninguém menos que o senhor Spiritualized – J. Spaceman virou a faixa do avesso, arrancando as camadas dance originais e substituindo-as por demãos de texturas noise elétricas e eletrônicas, além de sussurrar a principal frase do refrão com seu timbre hipnótico. Heavy stuff.
Além deste, outro remix anterior ao disco é o do trio londrinho Fort Romeau sobre a mesma faixa. Mais etéreo que o original, se alicerça na dance music dos anos 90 para abordar a faixa sem usar os vocais. Mais convencional, embora valha a audição, abaixo:
A banda de Jason Pierce já confirmou presença no Primavera chileno, em novembro, e o Queremos já tem a lanterna pro show do Spiritualized no Rio de Janeiro ligada há um tempo. Não duvide se daqui a pouco o Lúcio anunciar que vai fazer o show deles aqui em São Paulo no Jóia, quer valer? Tomara!