Não é novidade que os gerentes do poder público paulista sempre se posicionam de forma agressiva quando artistas que se colocam politicamente contra o posicionamento ideológico do governador ou do prefeito da vez e desta vez a vítima foi a banda Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo, que fazia um show de graça na Praça do Patriarca dentro da programação do dia do rock promovida pela prefeitura de São Paulo, na sexta-feira, e foi vítima de censura. Primeiro desligaram o telão da banda que mostrava números sobre a situação dos moradores de rua na cidade e a bandeira do estado palestino, entre outras mensagens, e depois o próprio microfone da Sophia, que, como é de costume, não deixou barato e partiu pra cima, mesmo sem som.
Também não é novidade que a banda está apertando cada vez mais a questão política em seus shows, desde o uso constante que a vocalista faz de um keffiyeh enrolado no pescoço ao próprio uso do telão – como fizeram em sua apresentação no Lollapalooza deste ano, exigindo a prisão de Bolsonaro – como ferramenta de protesto, compondo inclusive músicas que tocam especificamente nesta questão, como as inéditas que apresentaram pela primeira vez neste primeiro grande festival, transmitido pela TV. E que bom que eles estão dando a cara – todo artista tem que se posicionar politicamente! Logo depois da censura, Sophia soltou um vídeo deixando bem clara sua posição política e botando o dedo na cara do prefeito Ricardo Nunes. “A gente não foi contratado pelo prefeito, a gente foi contratado pela prefeitura, a prefeitura é dinheiro de todos nós, povo de São Paulo”, reclamou em vídeo divulgado em contas de Instagram, antes de ameaçar de volta: “Eles acharam que iam calar a gente agora fazendo esse tipo de coisa, mas eles criaram um monstro que vai ser a nossa resposta”, continuou Sophia, que arrematou, que “não vão silenciar o rock, porque o rock é transgressor e propõe mudanças. Sejamos radicais”
Picles lotado na comemoração de dois anos do Inferninho Trabalho Sujo em plena quarta-feira, graças ao showzão que Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo fizeram. O quarteto, que tocou na edição de inauguração da festa naquele mesmo palco dois anos atrás, passou músicas de seus dois discos em versão fulminante, aproveitando a melhor sensação proporcionada pela festa, quando público e banda se fundem num mesmo organismo – sempre em êxtase. E ainda tocaram música nova! Foi demais! E semana que vem trago novidades pois estou só começando o terceiro ano do Inferninho…
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Parece que foi outro dia, mas fazem DOIS ANOS que comecei o Inferninho Trabalho Sujo para começar a acompanhar o trabalho das novas bandas que vêm surgindo no país após o período pandêmico e qual enorme satisfação em comemorar este aniversário com esta banda querida que acompanho desde que começou seus primeiros shows e que foi a primeira banda a tocar na primeira edição da festa. Por isso, é com imensa satisfação que anuncio que nosso aniversário acontece com o show da Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo, banda que me inspirou a descobrir novos talentos de sua geração e que se tornou referência para as bandas que nasceram neste século. A festa acontece daqui a duas semanas, no dia 9 de julho, e como de praxe, discoteco com minha comadre Francesca Ribeiro, a quinta integrante da Enorme. Os ingressos já estão à venda, não dá mole e garante o seu agora – que a festa também abre as comemorações do sétimo aniversário do Picles! Vamo nessa!
O paraense Se Rasgum comemora duas décadas na ativa como o festival independente mais longevo da região e começa a revelar seu elenco desse ano mostrando que não está pra brincadeira a partir dos primeiros nomes anunciados: o grupo escocês Teenage Fanclub, os paulistanos Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo, os candangos Móveis Coloniais de Acaju, a carioca Valesca Popozuda e as Suraras do Tapajós, o primeiro grupo feminino amazônico e indígena de carimbó, que vêm acompanhadas da paraense Lia Sophia. O festival acontece entre os dias 3 a 6 de setembro, no Porto Futuro, e os grupos recém-anunciados tocarão apenas no último dia do evento – que já está vendendo ingressos.
Vocês ouviram uma das músicas novas que Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo lançou no Lolla no fim de semana passado? Chama-se “Ao Sul do Mundo” e fala por si só. Assista abaixo:
E neste sábado, os queridos Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo debutaram no Lollapalooza com sangue nos olhos e três músicas novas — “Cinema Brasileiro” (que Sophia já toca em seus shows solo), “Ao Sul do Mundo” e “Eu Não Bebo Mais” —, além de terem usado sua aparição em rede nacional para deixar bem claras suas posições políticas. Mandaram muito bem!
Pude passear neste domingo pelo fantástico IV Festival Mário de Andrade, realizado pela biblioteca municipal de mesmo nome em suas instalações e redondezas, e é sempre bom ver a rua viva acesa pela arte e cultura. E entre estandes de editoras alternativas bem específicas, leituras de poemas e textos, exposições e exibição de filmes a praça Dom José Gaspar, ao lado da Biblioteca, fervia de gente ávida por cultura – e a edição deste ano do festival tornava tudo ainda mais intenso ao se pautar pelo centenário do movimento surrealista. E entre os shows do domingo – que contavam com apresentações do grupo Rumo e do Noporn em homenagem à Liana Padilha – pude ver a versão que o quarteto Sophia Chablau & Uma Enorme Perda de Tempo fez ao lado de Vítor Araújo para o primeiro disco solo do eterno mutante Arnaldo Baptista, o cinquentenário Lóki?. A celebração começou de trás pra frente, com o disco sendo relido a partir de seu lado B, que abre com a música-tema “Cê Tá Pensando que Eu Sou Lóki?”, e o grupo desmontando a maioria das músicas originais em arranjos que misturavam elementos eletrônicos, hardcore, jazz funk e de música brasileira ao mar de baladas rock do disco de 1974. O clima frio e chuvoso do fim de semana também deu um tempo e abriu um bem-vindo sol, deixando a tarde deste domingo bem agradável, o que ajudou ainda mais a recepção da releitura feita pelo grupo paulistano ao lado do músico pernambucano.
Que maravilha ver esses meninos decolando. Neste fim de semana, a banda Sophia Chablau & Uma Enorme Perda de Tempo fez seu primeiro show internacional ao tocar na escalação do Festival Primavera deste ano, em Barcelona. É o primeiro de uma série de shows que eles fazem na Europa e o jovem maestro Vicente Tassara me contou sobre a experiência, que compartilho abaixo, junto com a íntegra do show, segura!