A única expectativa que tinha pro show dos Smashing Pumpkins que aconteceu em São Paulo neste domingo no Espaço Unimed era que confirmasse a boa fase de seu líder Billy Corgan e que isso pudesse proporcionar um show em que as canções clássicas do grupo não se misturassem à cacofonia metal industrial que tomou conta de seu imaginário musical desde o início do século. O disco lançado este ano, Aghori Mhori Mei, já dava uma boa pista que Billy conseguira exorcizar a paranoia que tinha que sua banda soasse nostálgica e abraçou a psicodelia noise que forjou no início dos anos 90, trazendo inclusive de volta para o grupo dois integrantes fundadores, James Iha e Jimmy Chamberlin. O começo do show não ajudou nessa impressão, com uma introdução brega, músicas menores e o som embolado característico daquela casa de shows, que praticamente descaracterizou o que poderia ter sido uma ótima versão para “Zoo Station” dO clássico eletrônico do U2 Achtung Baby. Mas à medida em que o show foi passando, o som foi se acertando e estava nítido o bom humor de Billy Corgan, que inclusive improvisou e saiu do script, ao incluir duas versões acústicas que tocou sozinho no violão: “Landslide”, do grupo Fleetwood Mac e “Shine On, Harvest Moon” da esquecida cantora Ruth Etting, que já foi um dos grandes nomes do showbusiness dos Estados Unidos. O clima ia melhorando à medida em que o show passava e, salvo alguns porcos momentos em que a banda parecia um subgrupo de new metal ou uma paródia da pior fase do Iron Maiden, a precisão aparentemente solta dos hits dos clássicos Gish e Siamese Dream e a grandiosidade opulenta das canções de Mellon Collie & The Infinite Sadness vieram com força e gosto, para deleite dos fãs, em sua maioria contemporâneos da banda. E entre “Today”, “Tonight, Tonight”, “Mayonaise”, “Bullet with Butterfly Wings” e “1979”, encerraram o show com chave de ouro e astral tão alto (nunca vi Corgan sorrir tanto!) que às vezes parecia contradizer a melancolia das canções originais, o grupo terminou a noite celebrando clássicos do rock, ´primeiro citando Black Sabbath, AC/DC e Led Zeppelin na hora que a banda foi apresentada, depois misturando o riff de “Are You Gonna Go My Way” do Lenny Kravitz com o de “Zero”, logo depois de uma versão excelente de “Cherub Rock”. A banda ainda pegou todo mundo de surpresa ao voltar com um inesperado bis, em que tocaram nada menos que “Ziggy Stardust” de David Bowie, com Iha nos vocais. Um final épico para um show que, apesar de começar mal, acertou exatamente na expectativa que tinha.
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Outro golaço da Balaclava! Depois de trazer o Tortoise pra tocar no Cine Joia, a gravadora indie paulistana subiu ainda mais o sarrafo ao anunciar duas datas dos Smashing Pumpkins no Brasil em novembro! O grupo liderado por Billy Corgan vem passando por uma fase de reabilitação, já tinha avisado que viria a Buenos Aires e a turnê The World is a Vampire joga luz em parte do repertório clássico da banda, com os sucessos dos anos 90, além de fazer com dois integrantes da formação original, o guitarrista James Iha e o baterista Jimmy Chamberlin. Os shows acontecem em Brasília (dia 1° de novembro, no Nilson Nelson) e em São Paulo (dia 3, no Espaço das Américas) e os ingressos começam a ser vendidos em breve – os de São Paulo começam a ser vendidos ainda esta semana, no dia 19, e os de Brasília ainda terão sua data anunciada. Resta saber se são os dois únicos shows da banda no Brasil e se haverá alguma atração de abertura nos dois shows… Quem você sugeriria para abrir para os Pumpkins?
Eita que Buenos Aires amanheceu cheia de lambe-lambes anunciando show dos Smashing Pumpkins pro próximo dia 5 de novembro. A banda não anunciou nada oficialmente nem nenhum produtor ou casa de shows local assumiu que está trazendo o grupo, mas é bem provável que semana que vem descubramos se Billy Corgan está vindo pro continente… Como o show está sendo anunciado como parte da turnê The World is a Vampire – dividia com artistas como Tom Morello, Weezer, Green Day, Rancid, Linda Lindas, Interpol e Weezer – resta saber se eles vêm sozinhos ou com mais algum outro artista de peso e, claro, se virão para o Brasil. A ver.
Os Smashing Pumpkins começaram nesta sexta-feira uma turnê ao lado do Weezer que para muitos é uma espécie de turnê dos sonhos, mas a mensagem subliminar desse novo contexto do grupo é apagar a imagem de pessoa insuportável que o dono da banda Billy Corgan tem cultivado desde o início do século. Isso começou desde antes da pandemia, quando Corgan readmitiu o guitarrista James Iha e o baterista Jimmy Chamberlin de volta à formação, e seguiu desde então, passando pelo lançamento da ópera rock ATUM (na linha musical de discos importantes pra carreira da banda, como Mellon Collie and the Infinite Sadness e Machina: The Machines of God), por uma anunciada turnê pelos EUA com o Green Day, Linda Lindas e Rancid no segundo semestre e essa turnê atual em que dividem a noite com a banda de Rivers Cuomo. E isso inevitavelmente mexe com o repertório do grupo, que começa a incluir mais músicas próprias da década de 90 e, pela primeira vez nesta sexta-feira, uma versão para uma música do U2 – uma versão bem boa para “Zoo Station”, faixa de abertura do clássico eletrônico do grupo irlandês Achtung Baby. Abaixo, além da versão citada, ainda dá pra asistir à íntegra do show:
Eu gosto quando a lógica da inteligência artificial segue um padrão mais naturalista, sem partir pro surrealismo, tentando manter a essência da capa do disco no contexto falso que ela mesma cria para esses ícones.
Esse foi o último Festa-Solo na segunda-feira – agora ele acontece sempre nas sextas, às 23h45, na twitch.tv/trabalhosujo.
Beabadoobee – “Care”
Smashing Pumpkins – “Cherub Rock”`
Pavement – “You Are a Light”
Astromato – “Não Sei Jogar”
Pixies – “U-Mass”
Jesus & Mary Chain – “Vegetable Man”
Pere Ubu – “Navvy”
Fall – “C.R.E.E.P.”
B-52’s – “Private Idaho”
Blitz – “Você Não Soube Me Amar”
Pretenders – “Brass in Pocket”
Rolling Stones – “Start me Up”
Led Zeppelin – “The Crunge”
Mutantes – “It’s Very Nice Pra Xuxu”
Yes – ” I’ve Seen All Good People”
Yo La Tengo – “Blue Line Swinger”
Thin Lizzy – “Whiskey in the Jar”
Wilco – “Theologians”
BNegão e os Seletores de Frequência – “V.V.”
De Leve – “Essa É Pros Amigos”
Cassiano – “Onda (Poolside & Fatnotronic Edit)”
Lincoln Olivetti & Robson Jorge – “Eva”
A Cor do Som – “Palco”
Letrux – “Coisa Banho de Mar”
Spoon – “Rhthm & Soul”
Lou Reed – “Vicious”
Eurythmics – “Sweet Dreams”
Human League – “Don’t You Want Me”
Cure – “Let’s Go to Bed”
Daryl Hall & John Oates – “I Can’t Go For That (No Can Do)”
David Bowie – “Cat People (Putting Out Fire)”
Radiohead – “Bodysnatchers”
Dua Lipa – “Pretty Please”
Jessie Ware – “Adore You”
Chromatics – “Twist The Knife”
Tame Impala – “Borderline (Blood Orange Remix)”
Lana Del Rey – “Venice Bitch”
Pelados – “Entalhado na Carteira”
Fleet Foxes + Tim Bernardes – “Going-to-the-Sun Road”
Taylor Swift + Bon Iver – “Exile”
Bonifrate – “100%”
Red Hot Chili Peppers – “Breaking the Girl”
Sebadoh – “2 Years 2 Days”
R.E.M. – “Low”
Nick Cave – “Cosmic Dancer”
Fiona Apple – “Ladies”
PJ Harvey – “Down By The Water (Demo)”
Carabobina – “Pra Variar”
Warpaint – “Whiteout”
Angel Olsen – “Lark Song”
Joni Mitchell – “Day After Day”
Beatles – “Long Long Long”
Beatles – “Cry Baby Cry”
É oficial: Festa-Solo agora acontece sempre às sextas. Esta foi a edição surpresa que marcou a mudança.
Arctic Monkeys – “Do I Wanna Know?”
Radiohead – “Daydreaming”
Sonic Youth – “Incinerate”
Postal Service – “Such Great Heights”
Grandaddy – “The Crystal Lake”
Girls – “Honey Bunny”
!!! – “Heart of Hearts”
LCD Soundsystem – “One Touch”
Cut Copy – “Hearts on Fire (Holy Ghost Remix)”
Daft Punk – “Get Lucky (Drop Out Orchestra Edit)”
Miami Horror – “Love Like Mine”
Modjo – “Lady (Kaytranada Remix)”
Music Go Music – “Warm in the Shadows”
Lana Del Rey – “Blue Jeans (Penguin Prison Remix)”
Funkadelic – “One Nation Under a Groove”
Pink Floyd – “Money”
Temptations – “Papa was a Rolling Stone”
Bob Dylan – “The Man In Me”
Big Star – “The Ballad of El Goodo”
David Bowie – “Young Americans”
Queen – “Don’t Stop Me Now”
Portishead – “All Mine”
Massive Attack – “Unfinished Sympathy”
Stevie Wonder – “I Wish”
Scissor Sisters – “Laura”
Rádio Taxi – “Garota Dourada”
Tulipa Ruiz – “Prumo”
Pepeu Gomes – “Sexy Yemanja”
Rita Lee – “Mamãe Natureza”
Sandra de Sá – “Olhos Coloridos”
Daft Punk – “Lose Yourself to Dance”
Haim – “The Steps”
Fleetwood Mac – “Dreams”
Fiona Apple – “Shameika”
Alanis Morrissette – “Ironic”
Smashing Pumpkins – “1979”
Cure – “One Hundred Years”
Joy Division – “Transmission”
Fellini – “A Melhor Coisa Que Eu Fiz”
Pedro Pastoriz – “Janela”
Mais uma volta no passado na Máquina do Tempo do Reverb, desta vez com um clássico de Jimi Hendrix, o fim do Creedence e um show reunindo Red Hot Chili Peppers, Smashing Pumpkins e Pearl Jam – leia lá.
Os Smashing Pumpkins atravessam os Estados Unidos em sua primeira turnê acústica e em uma apresentação na cidade de Munhall durante essa semana, Billy Corgan revisitou o primeiro disco da banda tocando a introdução instrumental de cada uma das músicas do excelente Gish. O público ficou de cara…
E se isso é desculpa pra ouvir o Gish de novo…
Os Smashing Pumpkins já foram a banda de rock mais importante do mundo durante alguns meses dos anos 90, mas algo aconteceu entre o Siamese Dream de 1993 e o Adore de 1998 que fez a banda desabar e se tornar só um exercício de megalomania de seu líder, Billy Corgan. Escrevi um glossário sobre o grupo para o UOL para tentar entender, de forma não-linear, onde é que tudo deu errado…