On the Run 60: JD TAKE BACK THE NIGHT MIX 2009

E aproveitando a deixa do Men, segue aí um setzinho bala da JD Samson. Se ela morasse por aqui, fatalmente a convidaria pra discotecar numa Gente Bonita – sente o astral do set.

JD TAKE BACK THE NIGHT MIX 2009 (MP3)

2 Unlimited/ “YMCA” (Intro)
Yelle – “A Cause De Garcons (Sta Remix)”
Deniece Williams – “Let’s Hear It For The Boy”
Simian Mobile Disco – “Hot Dog”
Cece Peniston – “Finally”
The Ting Tings (Calvin Harris Remix) – “Great Dj”
Cut Copy – “Far Away (Hundreds And Thousands Remix)”
Empire Of The Sun – “We Are The People (Shazam Remix)”
Lykke Li – “Breaking It Up (Punks Jump Up Remix)”
Debarge – “Rhythm Of The Night”
Justice – “D.A.N.C.E. (MSTRKRFT Remix)”
Daft Punk – “One More Time”
Gwen Stefani – “Hollaback Girl (Diplo Baltimore Hollertronix Remix)”
Santogold – “Creator (Scottie B Remix)”
N.A.S.A Featuring Sizzla, Amanda Blank & Lovefoxxx – “A Volta”
Treasure Fingers – “Cross The Dancefloor (Designer Drugs Remix)”
Black Kids – “I’m Not Gonna Teach Your Boyfriend How To Dance with You (Twelves Remix)”
The Presets – “This Boy’s In Love (Lifelike Remix)”
Busy P – “To Protect And Entertain”
Hercules And Love Affair – “You Belong (Riton Remix)”
Gossip – “Yr Mangled Heart (Linus Remix)”
Jeppe – “Johnny Come Home”
Pointer Sisters – “Send Him Back (Pilooski Remix)”
Littleboots – “New In Town (Fred Falke Remix)”
CSS – “Move (Frankmusik Remix)”
Lauren Flax Featuring Sia – “You’ve Changed”

Cinco vídeos para o meio da semana – 87


N.A.S.A – “A Volta” (com Sizzla, Amanda Blank & Lovefoxxx)


We Have Band – “You Came Out”


Blur – “Beetlebum”


Peter Bjorn & John – “It Don’t Move Me”


Nancy – “Keep Cooler”

N.A.S.A. – The Spirit of Apollo

Zé Gonzalez já vive a ponte aérea entre a América do Sul e a América do Norte há mais de dez anos, mas só agora efetiva seu primeiro lançamento intercontinental, chamando o produtor Sam Spiegel, irmão de Spike Jonze, que também assina como Squeak E. Clean, para lançar o projeto N.A.S.A. Mas o primeiro disco da dupla, The Spirit of Apollo, sofre da síndrome da festa V.I.P., em que o número de celebridades parece exceder o próprio conhecimento dos convivas. Pra que tanto convidado assim? Contando apenas os facilmente reconhecíveis, temos uma lista que inclui Seu Jorge, quase todo Wu-Tang Clan, Santogold, Lovefoxxx, George Clinton, Del Tha Funkee Homosapien, Tom Waits, John Frusciante, David Byrne, Chuck D, Spank Rock, M.I.A., Kanye West, Sizzla, KRS-One e a Karen O do Yeah Yeah Yeahs, fora outra lista com nomes que inclui boa parte do escalão do hip hop americano atual. E o que esse povo todo acrescenta ao disco? Ou são samples humanos? Sendo assim, esse monte de artista acaba travando as possibilidades em vez de amplia-las, comprometendo o fluxo do disco com obviedades e pura encheção de lingüiça.

Mesmo com suíngue calibrado, o refrão de “Money” (“money is the root of all evil”) não consegue ser mais clichê, enquanto “Way Down”, com John Frusciante, soa como genérico de trip hop. A dobradinha Tom Waits/Kool Keith em “Spacious Thoughts” é totalmente dispensável e até a participação de George Clinton é trivial. Ainda mais quando se compara esse lado de The Spirit of Apollo com o em que ele acerta. São poucos hits, mas que, quando batem, pegam muito bem. A primeira faixa a ser revelada, “Gifted” (que reúne Santogold, Lykke Li e Kanye West) continua sendo a faixa mais bem resolvida do disco, que ainda tem outros bons momentos. “Watchadoin?”, que junta M.I.A., Santogold e Spank Rock (este último põe quase tudo a perder, soando tão vazio quanto a Fergie), cogita a possibilidade do Clash ter descoberto o funk carioca na época de Sandinista!, “Strange Enough” transforma Karen O num Mick Jagger (mas precisava do Ol’ Dirty Bastard e do Fatlip? Não precisava) e “A Volta” mostra que Lovefoxxx funciona até no ragga.

E quando sai do mundo de celebridades pop, a música do N.A.S.A. torna-se verdadeiramente inspirada, talvez por serem justamente quando Zé se sente mais em casa – seja ao lado do Babão dos Inumanos, quando deixam o samba comer bonito na vitrola em “O Pato”, que no caso, não é o de João Gilberto, mas o Donald, e em alguns momentos isolados (“N.A.S.A. Music” seria tão melhor se fosse instrumental ou a aparição de Miguel de Deus e da metaleira de Lincoln Olivetti no meio de “The Mayor”). Talvez a solução fosse deixar Zé Gonzalez ter mais peso no disco e na dupla – boa parte dos convidados apareceram graças aos contatos de Sam no meio publicitário, onde também bate cartão. Mas só o fato do fato da dupla chamar-se N.A.S.A. (que, apesar de vir da junção de North America com South America, ainda é a agência espacial estadunidense) diz muito sobre o resultado. Quem sabe, Zé está só esperando o momento certo para seu próprio disco.

N.A.S.A. – The Spirit of Apollo

N.A.S.A. – “O Pato