Show

Segura essa pedra: o Diiv, os heróis contemporâneos do shoegaze que acabaram de passar pelo Brasil, fizeram essa versão absurda para “Cream of Gold” do Pavement em sua recente ida aos estúdios da rádio SiriusXM, em Washington, nos EUA, e o resultado ficou foda demais. Muito bom ver que a banda de Stephen Malkmus está sendo finalmente reconhecida como uma das principais bandas de rock da história.

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O podcast Um Dia Um Show Salvou Minha Vida começou durante a pandemia, quando conversávamos sobre shows clássicos que assistimos e compadre Rodrigo Levino lembrou que em 2021 dez dos principais shows que viu em sua vida completavam dez anos. Ele me chamou para ajudá-lo a materializar essa memória num podcast em que ele lembrava de apresentações ao vivo que assistiu em diferentes lugares do mundo, lembrando de artistas como Sade, Teenage Fanclub, Fleet Foxes, LCD Soundsystem, Vítor Ramil, Mercury Rev, Sonic Youth e Strokes, entre outros. Quando retomamos o assunto após o período pandêmico, sugeri chamar convidados para compartilhar histórias em comum e Levino me colocou na roda, como coapresentador do programa, que entra em sua nova fase com uma série de amigos em comum com os quais compartilhamos lembranças boas sobre músicas sendo mostradas ao público a partir do palco. E quem começa essa nova fase é a querida Lorena Calábria, que visita velhas lembranças, começando pelo show que mais marcou sua vida, quando assistiu ao grupo A Cor do Som.

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Agora e sempre

Chega um momento em que as pessoas parecem desdenhar do privilégio que é receber Sir Paul McCartney cada vez mais no Brasil. Piadinhas que falam sobre o número de seu CPF ou a casa que comprou no litoral paulista fazem parecer que o ex-beatle é um artista decadente que sobrevive fazendo shows em países subdesenvolvidos. Nada mais distante da realidade: Paul frequenta o Brasil constantemente há mais de dez anos porque descobriu que tem um público fiel e cativo no país, que vai assisti-lo sempre. E mesmo que só tenha atinado para isso no que muitos vão assinalar como “fim de carreira”, encantou-se com o país que conheceu ainda na última década do século passado, quando fez dois shows no Rio de Janeiro (em 1990, no Maracanã) e em São Paulo (em 1994, no Pacaembu, minha estreia em uma de suas apresentações). Nove shows depois daquele histórico momento no Pacaembu, cá estou eu mais uma vez lendo o setlist antes de começar meu décimo show do Paul McCartney, e me perguntando se ele faria alguma alteração no repertório que vinha apresentando. As mudanças foram mínimas. O show foi idêntico ao último que fui, em dezembro do ano passado, no mesmo estádio do Palmeiras, sob chuva de canivetes, mas havia surpresas: “All My Loving” tocada pela primeira vez ao vivo desde a pandemia, a estreia de “Day Tripper” nesta turnê e, claro, a rendição de “Now and Then”, última música lançada pelos Beatles, no ano passado. E esse pequeno detalhe final foi a pedra solta no dique das emoções, me fazendo chorar copiosamente como há muito não havia chorado num show do senhor McCartney. E mesmo saudando sua esposa atual (em “My Valentine”) e a anterior (em “Maybe I’m Amazed”), seus colegas falecidos de banda (John em “Here Today”, George em “Something”) e tendo mais de dois terços da apresentação dedicadas à maior banda de todos os tempos, Paul reforçava o tempo em que estamos vivendo, seja fazendo piadinhas infames em português, atiçando o público para cantar junto e repetindo várias vezes o nome do país e da cidade em que estava (sem tomar um mísero copo d’água nas quase três horas de show que fez). A voz por vezes falha, mas segue tocando muito tanto guitarra, piano e baixo – além do indefectível assobio. “Meu tempo é hoje”, parece sublinhar citando outro Paulo, mesmo nadando num mar de nostalgia. Não por acaso termina o show citando nominalmente os músicos e sua equipe, ignora seu grande hit “Yesterday” e despede-se dizendo “até a próxima!”. Estaremos lá – agora e sempre.

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Nem sempre dá certo. Depois do show desta terça-feira no Centro da Terra corri para ver se pegava um pouco do show que Juliano Gauche estava fazendo no Teatro da Rotina, mas entre a demora do táxi chegar e pequenos imprevistos no percurso, cheguei a tempo de ver literalmente os minutos finais da apresentação que fazia acompanhado de Klaus Sena (nos teclados) e Victor Bluhm (na bateria eletrônica). Mostrando mais uma vez seu Tenho Acordado Dentro dos Sonhos, que ele lançou no ano passado e experimentou o formato antes de lançá-lo no próprio Centro da Terra, pude ter uma ideia do que ele havia me contado no dia anterior sobre seu próximo álbum, inclusive me citando como referência. E me lembrou de quando lançou seu disco Afastamento em 2018 no Centro Cultural São Paulo, quando fui curador de lá, num show que lembro até hoje por ele não ter dito uma palavra para o público além das letras das canções, numa provocação estética pesada. Perguntei pra ele depois do show sobre isso e ele mencionou que havia sido intencional, bem como o fato de praticamente não tocar a guitarra que levava pendurada no corpo, usando-a mais como um acessório cênico do que um instrumento. E lembro de ter comentado pra ele não propriamente tocá-la, mas apenas usá-la como fonte de ruído. Ele disse que vinha pensando nisso quando começou a cogitar o álbum que deverá gravar no ano que vem e que o novo formato do show já trazia um pouco disso. Não pude ver nenhuma música completa nem as participações de Tatá Aeroplano e Pélico (que, inocente, foi pego de surpresa pelo convite do amigo depois de ter feito exatamente isso no dia anterior), mas pelo menos deu pra entender que a lógica noise começa a habitar a musicalidade de Gauche. Agora quero ver esse disco novo…

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Forte. Assim foi o primeiro show autoral que Júlia Guedes apresentou nesta terça-feira no Centro da Terra. Acompanhada dos quatro integrantes da banda Terceira Margem (Tommy Coelho na bateria, Bento Sarto na guitarra, Cainã Mendonça nos teclados e Theo Rathsam no baixo elétrico, todos exímios músicos que inclusive trocaram de instrumentos em algumas partes do show), a cantora e instrumentista mostrou o repertório de seu primeiro álbum ainda não lançado revezando-se entre o piano e o teclado, deixando sua bela voz e aquela característica intensidade mineira (que envolve e tensiona ao mesmo tempo) conduzirem o ataque musical construído pelos arranjos que fez com a banda para uma casa cheia. Só não foi um show 100% autoral porque ela acenou duas vezes para o próprio avô, um dos fundadores do Clube da Esquina, visitado em suas “A Página do Relâmpago Elétrico” e “Cantar” e citado em um verso de “Nada Será Como Antes” na intensa “Vermelho e Sem Nome”, música que batizou o espetáculo.

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Maior satisfação convidar Júlia Guedes para apresentar seu primeiro espetáculo totalmente autoral e primeira apresentação solo em São Paulo. Descendente de uma linhagem de músicos cujo expoente mais conhecido é seu avô Beto Guedes, a cantora, compositora, pianista e pintora antecipa as composições de seu primeiro álbum, que ainda está sendo gravado. No espetáculo Vermelho e Sem Nome ela vem acompanhada dos músicos da banda Terceira Margem – e Tommy Coelho, Bento Sarto, Cainã Mendonça e Theo Rathsam a ajudam a conduzir o público para este lugar ao mesmo tempo desafiador e reconfortante que ela traz em suas canções. A apresentação começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra.

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Wilco no Brasil!

O C6Fest do ano que vem na tá pra brincadeira e acaba de soltar para a coluna do Gilberto Almêndola, do Estadão, que o Wilco é a terceira atração anunciada do festival, que acontece em maio de 2025. A terceira vinda da banda de Jeff Tweedy para o país vem somar-se às vindas dos Pretenders e do Air (tocando o Moon Safari!) no mesmo evento, o que já torna o festival um dos grandes acontecimentos do ano que vem. E tem mais: dia 22 eles anunciam a programação completa, nos dois dias seguintes a pré-venda é aberta para os clientes do banco que patrocina o festival e dia 25 os ingressos são vendidos para todos. A coisa tá ficando séria…

Em sua segunda noite no Centro da Terra, Pélico seguiu despedaçando suas canções de forma crua e aberta. e depois de dissecá-las usando piano e violão na semana passada, desta vez optou apenas pelo violão, quando convidou Kaneo Ramos para acompanhá-lo. Seguiu um repertório parecido com o da outra noite, mas incluiu novas canções de sua lavra (como o pagode “Você Pensa Que Me Engana” e “Quem Me Viu, Quem Me Vê”), a novíssima “Nossos Erros” e mais uma versão, além de “Espelhos d’Água” que cantou pela primeira vez na segunda anterior, quando puxou a linda “Tudo Bem”, de Lulu Santos. O show ainda contou com uma aparição surpresa do capixaba Juliano Gauche, que está passando por São Paulo e foi convidado, na hora, pelo Pélico, para dividir sua “Cuspa, Maltrate, Ofenda” no palco. Uma noite linda e intensa como a primeira, só que outro viés instrumental.

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E quando você acha que o próximo mês de novembro não consegue melhorar em termos de show, eis que Lianne La Havas marca mais uma passagem pelo Brasil. A diva soul faz mais dois shows por aqui, tocando no dia 21 no Rio de Janeiro (no Circo Voador, ingressos à venda aqui) e no dia 24 em São Paulo (no Cine Joia, ingressos aqui). E quem foi no show que ela fez no início do ano passado no mesmo Cine Joia (tocando sozinha com sua guitarra e dois únicos convidados, Mestrinho e Pretinho da Serrinha) sabe do estrago emocional que essa mulher causa. Mas se você não foi, confira abaixo: Continue

Mais uma bola dentro do C6, que além do Air, também trará os Pretenders de Chrissie Hynde para sua programação do ano que vem, em maio. Quem anunciou foi a Monica Bergamo. Assisti à banda em 2018, quando eles abriram para o Phil Collins no estádio do Palmeiras e o show foi ótimo; Chrissie Hynde segue mandando bem, como de praxe.

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