E o Cure não só lançou um discaço nessa sexta-feira como o lançou em grande estilo – e em grande estilo Cure – ao apresentá-lo na íntegra ao vivo em uma transmissão que o próprio grupo fez pela internet no mesmíssimo dia, tocando-o na íntegra em uma apresentação realizada na casa de shows Troxy, em Londres, no Reino Unido – e deixando online para quem não pudesse assisti-la ao vivo (veja abaixo). E além de mostrar todo o novo disco com as faixas exatamente na ordem do álbum (incluindo as estreias de “Warsong”, “Drone:Nodrone” e “All I Ever Am”, Robert Smith e sua gangue ainda tocaram por mais de duas horas, enfileirando músicas antigas que vão na mesma vibe do novo disco (várias delas do irmão mais velho deste, o pilar fundamental da banda Disintegration), um bis dedicado ao disco Seventeen Seconds, que está completando 45 anos e um bis com os hits mais conhecidos da banda, como “Lullaby”, “The Walk”, “Friday I’m Love”, “Close to Me” e “Boys Don’t Cry”. O Cure nunca decepciona.
Assista abaixo à ínegra do show e veja o setlist logo depois: Continue
Luiza Villa começou uma nova fase com estilo, força e delicadeza ao apresemtar=se neste sábado dentro da programação Ágora Zumbido, realizada pelo músico Valentim Frateschi no pequeno teatro Ágora no Bixiga. Ao encher a casa para mostrar suas canções pela primeira vez sem estar sozinha no palco, a cantora e compositora convidou as instrumentistas Marcella Vasconcellos e Yasmin Monique para acompanhá-la em quase uma hora de canções que batizou de Cartas e Segredos, título de uma de suas próprias composições que escolheu para abrir a noite, que ainda teve uma mistura de “Água” do Djavan com “Ten Years Gone” do Led Zeppelin, uma canção da baixista e tecladista Marcella (que foi para o violão e deixou Luiza assumir o baixo) e uma versão deslumbrante para “Ponta de Areia”, do Milton Nascimento, quando recebeu a violoncelista Francisca Barreto para acompanhá-la no final do show, que trouxe outra composição de Luiza, esta em inglês (chamada “These Old Chords”), na hora em que o público pediu bis. A apresentação, que dirigi ao lado da própria Villa, terminou com um coro de “Parabéns a Você” cantado para Marcella, que aniversariava naquele mesmo sábado. Uma noite feliz.
Assista aqui: Continue
Neste sábado, às 19h, Luiza Villa começa a dar um novo passo em sua carreira solo ao lado de três instrumentistas incríveis: a arrajandora e multiinstrumentista (e aniversariante do dia) Marcella Vasconcellos, a percussionista Yasmin Monique e a violoncelista Francisca Barreto. Dei meus pitacos na direção que elas conceberam e, além de músicas novas autorais da Luiza, elas ainda mostram versões lindas de canções alheias. O espetáculo Cartas e Segredos faz parte da programação Ágora Zumbido, que acontece no Ágora Teatro, na Bela Vista. Corre e garante seu ingresso neste link, que eles estão no fim.
Saldei uma dívida deste ano: não tinha visto ao vivo ainda a dupla Kim e Dramma, formada pelo vocalista Kim Cortada e pelo baterista Quico Dramma, que lançaram um bom disco de estreia (No Ombro dos Outros) e consegui resolver isso nesta sexta-feira, no Porta Maldita, quando fizeram o segundo show desde o lançamento do álbum – e que bela surpresa. Não bastasse a ferocidade vocal e presença de palco do vocalista e os tempos quebrados e pulso firme do batera, eles ainda contam com um trio de músicos conhecido da noite paulistana que ajudaram a encorpar ainda mais o som da dupla – metade d’Os Fonsecas – o baixista Valentim Frateschi e o guitarrista Caio Colasante – e o tecladista Eduardo Barco, que dão ainda mais força pro som da dupla, levando-os para outra dimensão ao vivo. Muito bom.
Assista abaixo: Continue
Corro dali a tempo de chegar no início da segunda sessão do dia da suíte a quatro mãos que Arrigo Barnabé e seu fiel escudeiro Paulo Braga fizeram no Tavares Club, pequeno recanto na parte superior da ótima Casa Tavares, na Vila Madalena, que recebeu o mestre dodecafônico para destrinchar sua magnus opus Clara Crocodilo em dois pianos. E entre explicações sobre a música serialista e uma recitação do primeiro canto do Inferno de Dante Alighieri traduzido por Augusto de Campos, Arrigo passeou por seu grande disco em uma sessão ao mesmo tempo intimista e intensa.
Assista abaixo: Continue
Lindo o show que Gui Amabis fez nesta quinta-feira no Sesc Pompeia para mostrar, em grande estilo, o seu ótimo quinto disco, lançado no primeiro semestre deste ano, Contrapangeia. Escudado por dois velhos compadres cada um a seu um lado no palco – o violonista Regis Damasceno e o tecladista Zé Ruivo – ele foi acompanhado por um orquestra de câmara de 18 músicos e transpôs ao vivo o disco na íntegra, incluindo as participações de Manu Julian e Juçara Marçal, que encerrou a apresentação com a bela “Nesse Meio Tempo”, que também encerra o disco. Gui aproveitou a oportunidade única para reler naquela formação algumas músicas de discos anteriores (como “O Deus Que Mata Também Cura” de seu disco de estreia, Memórias Luso-Africanas, de 2011; e “Pena Mais Que Perfeita”, esta com Juçara, que a regravou em seu disco de estreia, e “Merece Quem Aceita”, do disco seguinte, Trabalhos Carnívoros, de 2012) e encerrou com um bis com uma versão deslumbrante para “Graxa e Sal”, de seu terceiro álbum, Ruivo em Sangue, de 2015, e fez todo mundo sair flutuando.
Assista abaixo: Continue
Em mais um programa dissecando as maravilhas de se assistir música ao vivo, eu e Levino desta vez chamamos o compadre Camilo Rocha, que entre lembranças de raves, apresentações de DJs e de artistas de música eletrônica, que é seu métier, voltou-se para uma lembrança afetiva indie, quando assistiu ao show do The Cure no Brasil ainda nos anos 80.
Ouça abaixo: Continue
Eu sabia que ia ser bom, mas não estava preparado pra tanto. Desde a primeira vez que vi Chica – que agora assina Francisca Barreto – tocar seu violoncelo e soltar sua voz, sabia que ela tinha tudo que precisava para ser uma cantora forte e intensa, mesmo que, pessoalmente, seu jeito meio tímido e inseguro, a forma como acompanha as conversas com o olhar e a hora improvável que solta piadas inusitadas, desse uma ideia de alguém que ainda está tateando seu rumo artístico – e de alguma forma, ela ainda está, afinal acabou de fazer seu primeiro show solo da vida nesta terça-feira. Mas há uma luz, uma certeza, uma força tanto na forma como apresenta as canções, como na entrega que se joga nos instrumentos que toca que mostram que ela está segura num degrau acima, com a consciência de sua presença artística, mas ainda desacreditada de onde seu potencial pode levá-la. Nos últimos anos, ela tomou um choque de realidade que mostrou que ela está pronta para dar saltos mais ousados, ao ser descoberta pelo irlandês Demian Rice, conhecido por tocar sozinho nos palcos pelo mundo, não pestanejou a dividir os holofotes com o músico solitário. Em turnês por diferentes partes do planeta, ela ganhou confiança suficiente para topar algo que propunha a ela há tempos, mas que ela titubeava em saber se era a hora certa, mas na hora em que subiu no palco sozinha para mostrar sua faceta artística sem estar em dupla ou num grupo, o palco era dela. Começou a noite com a mesma resposta que deu ao próprio Rice quando ele a colocou para começar seus shows antes de sua entrada, entregando seu cello e voz a uma das canções mais emblemáticas de Milton Nascimento, “Ponta de Areia”. Dali em diante, ela estava em pleno voo, seja defendendo suas próprias canções ao lado de músicos com quem vem tocando há pouco tempo (como o guitarrista Victor Kroner, o violinista Thalis Hashiguti e a baterista Bianca Godoi), seja tocando cello, violão ou piano. seja dividindo canções com suas irmãs de palco Sophia Ardessore (em “Copo D’Água”) e Nina Maia (em “Gosto Meio Doce”) ou fazendo todos se arrepiar com uma versão de “Little Green” de Joni Mitchell. Mas o ápice da noite foi o final do show, quando fez uma versão inacreditável para “Teardrop” do Massive Attack com sua banda, deixando sua voz soar plena, como deve ser, num momento único de 2024 que quem viveu sabe. O bis veio com a mesma formação e com as presenças de Nina e Sophia numa versão linda e intensa para “Habana” de seu professor de cello, Yaniel Matos. Obrigado por essa noite mágica, mulher – e você pode assinar seu nome completo, mas vou estar aqui como desde o início aplaudindo e pilhando: voa Chica!
Assista abaixo: Continue
Imenso prazer em realizar a primeira apresentação autoral de uma artista que vai crescer muito! A violoncelista Francisca Barreto faz seu primeiro solo nesta terça-feira, no Centro da Terra, acompanhada por Victor Kroner (guitarra, violão e sintetizador), Thalis Hashiguti (violino e viola) e Nina Maia (piano e voz), quando passeia por composições próprias e alheias num espetáculo que batizou de Bico de Proa. Ela mesma explica o porquê do título: “Em uma viagem de dois meses em um veleiro, pude reviver memórias da minha infância, que ainda estão muito próximas de mim”, conta no texto de apresentação desta noite. “Trago comigo a cidade onde nasci e moro, São Paulo, centro, caótica e barulhenta, e o lugar onde cresci, Guaraú; entre o rio, o mangue e o mar, passei a infância cantando músicas brasileiras, ouvindo passarinho, vendo animais silvestres e descansando os olhos na paisagem verde da mata.” Além do cello, ela ainda toca violão e percussão, além de passear por canções latinas, brasileiras, norte-americana e composições instrumentais. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos já estão esgotados.
#franciscabarretonocentrodaterra #franciscabarreto #centrodaterra2024
E reunindo sua atual banda para repassar seu repertório e visitar algumas músicas alheias, Pélico encerrou a sua temporada Cá Com os Meus Botões no Centro da Terra com o astral lá em cima. Acompanhado por Richard Ribeiro (bateria), Jesus Sanchez (baixo), Regis Damasceno (violão e guitarra) e Pedro Regada (piano e teclados), o cantor e compositor também cantou músicas que alguns fãs pediram anteriormente (como “Se Você Me Perguntar” e “Descaradamente”, ambas tocadas no bis) visitou Lô Borges via Milton Nascimento (“Para Lennon e McCartney”) e Renato Russo (“Vinte e Nove”, desta vez só com Regis) e contou com a presença surpresa do novato Kaboom 23, com quem dividiu uma música (“Coração Congelado”, que fizeram no palco) lançada em 2021. Uma noite quente para encerrar uma temporada emotiva – e rejuvenescedora, para o público e para o artista.
Assista abaixo: Continue