Show

O Moralis upou umas fotos que fez no festival-chave de toda uma geração crescida na base da fita demo, CD importado barataço e Fabio Massari na MTV. Era mais do que tinham na década anterior, mas quase nada comparado ao que se tem hoje. Ele ainda escreveu um textinho igualmente nostálgico para emoldurar o set de fotos:

As fotos que ilustram esse álbum são apenas fragmentos de uma noite no histórico festival Juntatribo, eu era apenas um moleque com uma camiseta do Sonic Youth (Goo), uma Yashica amarela e as passagens do ônibus Cometa que me levariam para Campinas, no observatório da UNICAMP, onde a lona de circo estava montada para receber mais de uma dezena de bandas, entre elas algumas que entrariam para a história da cena musical independente brasileira, como Garage Fuzz, Killing Chainsaw, Little Quail, Planet Hemp, entre outros.

Lembro-me de ter visto o primeiro Juntatribo pela MTV, fiquei fascinado pelo Tube Screamers, Mickey Junkies, Safari Hamburguers, Low Dream, Raimundos, Pin Ups, Second Come, Okotô, entre outros. Era uma época onde a comunicação acontecia por cartas, as músicas eram trocadas em K7 e muitas informações eram divulgadas por fanzines, entre eles o Broken Strings, capitaneado pelo Thiago e pelo Sérgio (Hëavën in Hëll), nessa época me comunicava principalmente com o Thiago (Broken Strings) e o pessoal do Low Dream de Brasília! No mesmo ano trocava cartas com o Marcos Boffa, que realizaria o BHRIF e que traria o Fugazi!

Existia algo no ar que só compreenderíamos anos e anos mais tarde!

1994 se tornava histórico por todas essas bandas que começavam a surgir do norte ao sul do país, pelo Fugazi, e tragicamente pela morte de Kurt Cobain!

Memórias

Uma das recordações mais engraçadas do Juntatribo 2 foi um acidente de carro que aconteceu horas antes do festival começar, era de tarde, fazia um sol escaldante e algumas bandas chegavam para o festival! Recordo-me do pessoal do Brincando de deus chegando, enquanto alguns estavam sentados no chão conversando, tudo extremamente calmo, um Chevette branco perdia o controle e batia em uma árvore, uma cena surreal!

Logo após o acidente, ficamos sabendo também que na noite anterior o palco havia caído, danificado alguns instrumentos e que as bandas da sexta tocariam junto com as bandas do sábado! Confesso que fiquei feliz com a notícia, como só poderia ficar no sábado, o fato de unirem as bandas fez com que eu assistisse dois dias em um!

Outro fato marcante foi a confusão que os punks fizeram na apresentação do Garage Fuzz, interrompendo o show e fazendo um discurso patético, nem me lembro o que os irritava, sei que atrapalharam bastante o show, e mesmo após o fim da apresentação a discussão continuaria, como vocês poderão ver em uma das imagens que traz Ale (Pin Ups) batendo boca com os punks! Nessa época a Ale, ex- do João Gordo, iniciava o namoro com o Farofa, vocalista do Garage Fuzz!

Não sei ao certo quanto tempo durou o festival, se não me falha a memória, o festival começou por volta das 18h do sábado e terminou lá pelas sete da manhã do domingo, ou seja, no mínimo 12 horas ininterruptas de som e terra, muita terra vermelha!

Você devia ter estado lá.

Olha esses vídeos que sendo colocados de um mês para cá, no YouTube…

Tudo do mesmo show, no dia 7 de março de 1998, na Knitting Factory, em Nova York.

De chorar…

Foi bem bom o “último show da década” do Whitest Boy Alive, que aconteceu neste domingo no Studio SP. Depois eu falo mais dele, por enquanto, fica com a dobradinha que começou o show. Tem outros vídeos lá na TV Trabalho Sujo.

Não conhecia o Duo Siqueira Lima (um casal?) formado pela uruguaia Cecília Siqueira e pelo brasileiro Fernando Lima. A dica foi do Chapiro, logo cedo. Bem foda.

Apareceu do nada. Ontem à noite o Portishead foi ao programa do Zane Lowe na BBC e tirou da cartola essa improvável “Chase the Tear”, disponibilizada para download hoje de manhã no site da Anistia Internacional, que está vendendo o MP3 para arrecadar fundos. A nova canção é improvável por manter o mesmo clima de exploração de texturas do disco anterior, o cabeçudo Third, mas aproxima-se da melodia e do drama teatral característico do grupo de Bristol – e, mais do que isso, apontar para um possível quarto disco do grupo, para o ano que vem. E o flerte com o pop, quase ausente no hermetismo do último disco (“The Rip” era a exceção), fica evidente quando o instrumental ecoa, quase literalmente, a fase mais clássica do Cure. Fora que, em cima da hora, embaralhou a lista das melhores músicas do ano. Ao menos a minha. Afinal, 2009 só termina dia 31…


Portishead – “Chase the Tear

Essa é pra turma do barulho:

Craig Leonard’s “Sun Ra to Sunn O))) – A Blasted History of Noise” is an hour-long audio performance presenting over 100 significant noise albums from 1965 to the present. Leonard will masterfully create a flow of 30-second samples from alternating records continuously intersecting across two turntables, working his way chronologically through albums such as Sun Ra’s “The Magic City” (1965) to Dave Phillips “They Live” (2009). This idiosyncratic compilation and presentation of noise benchmarks is culled from the artist’s own collection, set at an upper limit of 100 that is daunting but by no means exhaustive. The general criterion is that the records explore sound experimentation, and specifically noise: dissonance, volume, distortion, unpredictability and chaos.


Jupiter Maçã – “Cerebral Sex”


Why? – “These Hands” / “January Twenty Something”


Juliana Kehl – “Ele não sabe sambar”


Yeasayer – “Ambling Alp”


Phantogram – “Mouthful of Diamonds”

Falei que ia martelar esse tema um tanto… E se liga que durante a quinta vou sortear uns ingressos pra festa.

Precisa mais?

Semana passada o Walkmen tocou no Rio, vocês viram?

Essa música é muito boa…