E nesse sábado tem a festa Fela, a já tradicional celebração mundial pelo aniversário do pai do afro beat, Fela Kuti. A festa é tocada pelo broder Ramiro, que acaba de recauchutar o Radiola Urbana, e esse ano consagra o aniversário de existência da banda Bixiga 70, que fez seu primeiro show exatamente há um ano, na Festa Fela do ano passado, quando ainda se chamavam “Malaika”. Eu filmei uns trechos daquela noite:
Na festa de sábado, que acontece no estúdio Emme e tem discotecagens do Ramiro, do MZK e de outros bambas, pegando pesado no afro beat, o Bixiga aproveita para antecipar o lançamento de seu primeiro disco, que acontece daqui um mês, lançando o compacto (em vinil) da música “Tema de Malaika”.
Quem vai?
Versão ao vivo da terceira música do disco novo dela:
Postei também pra avisar que o vídeo anterior, que tinha saído do ar, voltou a dar as caras;
É bem capaz que ela seja a maior artista de 2012, hein…
O cara tá só assistindo Slayer…
Se liga nessa Mini-Band que eu vi no Sicko…
Eles têm entre 8 e 10 anos…
É bem óbvio imaginar que, em uns cinco ou seis anos, isso vai deixar de ser raro, uma exceção. Cada vez mais crianças começarão a tocar rock bem mais cedo, eis a bomba-relógio que o lado comercial do rock’n’roll (assumido como atitude a partir dos anos 80) não contava. Ou seja, se antes dos dez anos você já tocava covers de Muse e do Metallica, que tipo de música você estará fazendo aos dezesseis? Quais valores serão contestados?
O futuro é tão brilhante que eu preciso de óculos escuros.
Sim, dois eventos da minha semana passada colidiram na quinta-feira, quando o homem-Neutral Milk Hotel tocou no meio dos manifestantes do Zuccotti Park.
De chorar.
Mais Wilco!
Stevie Wonder
Fiz um exercício de eliminar o Rock in Rio da minha vida e me senti como se não acompanhasse uma novela, um reality show, um campeonato de futebol – e olhando assim à distância é fácil perceber, pela escalação e natureza do evento, o quanto que o mainstream do pop caminha sozinho, na inércia, feito um zumbi – e carrega massas de zumbificados no embalo. Separei uma lista enorme de shows inteiros colocados no YouTube (essa moda nova), mas repare na natureza descartável e supérflua das bandas listadas, algumas jogando reputações inteiras na vala do “show pras multidões”. Separo o Stevie Wonder e Elton John como mestres desse mesmo mercado, idealizado entre os anos 70 e os 80 (não por acaso a época em que os dois artistas se consolidaram como hitmakers), mas repare como é possível viver completamente alheio a esse tipo de música. Isso porque eu não precisei listar Ivete Sangallo, Sepultura, Angra ou Capital Inicial, só pra ficar nuns exemplos mais óbvios.
Elton John


